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Os efeitos das enchentes sobre a economia do Estado ainda n�o est�o claros. Por�m, os primeiros n�meros que jogam luz ao cen�rio local indicam tend�ncia de que a retra��o na atividade de setores importantes deve persistir nos pr�ximos meses. Contudo, pesquisa divulgada pela Federa��o das Ind�strias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) indica que a confian�a do empres�rio ga�cho come�a a subir.

Conforme a principal entidade empresarial do Estado, o �ndice de Confian�a do Empres�rio Industrial ga�cho (ICEI-RS) cresceu de 46,2, em julho, para 49 pontos, em agosto. Apesar do grave momento p�s-enchente, o patamar identificado � o mais alto desde abril de 2024.

"O resultado mostra o in�cio de uma recupera��o a partir da retomada das atividades nas empresas com o restabelecimento gradual das condi��es anteriores � calamidade clim�tica de maio. Mas essas condi��es j� n�o eram muito favor�veis devido ao cen�rio de incertezas, principalmente por causa dos juros elevados", diz o presidente da Fiergs, Claudio Bier.

Perspectivas

As perspectivas dos empres�rios ga�chos para os pr�ximos seis meses voltaram a ficar positivas pela primeira vez desde abril de 2024. Em agosto, o �ndice de expectativas atingiu 51,6 pontos, 2,7 acima de julho. Acima de 50, revelam otimismo, e abaixo, pessimismo. E segundo a Fiergs, todos os componentes do ICEI-RS, nas condi��es atuais e nas expectativas, cresceram de julho para agosto.

O otimismo, contudo, est� restrito �s expectativas com os pr�ximos seis meses entre as suas empresas. Subiu de 53,7 para 54,7 pontos, enquanto o pessimismo com a economia brasileira permanece, mas diminuiu: o �ndice subiu de 39,4 para 45,3 pontos.

O percentual de empres�rios pessimistas com a economia brasileira caiu de 43,2% para 27% entre julho e agosto, e o de otimistas subiu de 7,4% para 12,5%. Entretanto, a maioria, 60,5%, n�o espera mudan�as (eram 49,4% no m�s anterior). A avalia��o dos empres�rios com rela��o ao futuro da economia ga�cha voltou a ficar similar � brasileira: o �ndice de expectativas aumentou de 39,9 para 45,5 pontos.

A pesquisa consultou 152 empresas, sendo 35 pequenas, 53 m�dias e 64 grandes, entre 1� e 9 de agosto. Acompanhe o levantamento completo no Observat�rio da Ind�stria do Rio Grande do Sul .

Atividade em queda

Outro levantamento, este apresentando pelo Banco Central (BC), mostra que a atividade econ�mica no Estado caiu 9% em maio, na compara��o com o m�s anterior. Ainda de acordo com o �ndice de Atividade Econ�mica Regional (IBCR), o indicador recuou 3,9%, a a maior queda para o RS desde que o indicador come�ou a ser divulgado, em 2002.

Outro dado sobre o impacto econ�mico do desastre clim�tico no Rio Grande do Sul vem da Receita Federal: a arrecada��o de tributos federais caiu R$ 4,4 bilh�es em maio na compara��o com maio de 2023, em n�meros corrigidos pela infla��o. Contudo, h� ressalva de que tal perda est� inflada porque a Receita adiou o pagamento de diversos tributos federais por at� tr�s meses, variando conforme imposto ou contribui��o.

Ap�s a inunda��o de maio, 31 empresas deram entrada em pedidos de recupera��o judicial na Junta Comercial, Industrial e Servi�os do Rio Grande do Sul. Contudo, esta etapa que normalmente ocorre diante do agravamento da situa��o financeira de uma empresa, est� pr�xima da m�dia registrada em 2023 e � levemente superior � frequ�ncia dos primeiros cinco meses de 2024 que antecederam a trag�dia clim�tica.

Conforme dados da Junta estadual, 94 empresas atualmente est�o em recupera��o judicial. O m�s com maior incid�ncia em 2024 � abril, com 22 processos abertos. Ap�s a enchente, s�o 7 pedidos em maio, 10 em junho e 14 em julho. Na compara��o, ocorreram 110 solicita��es durante o ano de 2023, sendo 32 entre maio e julho do ano passado, n�mero praticamente id�ntico ao do per�odo p�s-inunda��o.

Neste ano, 87.825 empreendimentos encerraram suas atividades. Deste total, 66.079 estavam registrados como microempreendedores individuais (MEIs). Ocorreram ainda 2.161 fechamentos de filiais entre janeiro e julho. Em 2023 ocorreram 130.678 extin��es (98.504 MEIs) e 3.786 filiais fechadas.

Em 2024, o �rg�o estadual recebeu 36 pedidos de fal�ncia, contudo o maior n�mero ocorreu antes da crise. Foram 17 em mar�o contra duas em junho e seis em julho. No ano passado foram 50 pedidos, sendo julho a maior incid�ncia (10).

Pequenos sofreram mais

Aumentar vendas (59%), equilibrar finan�as (58%), reconstruir o neg�cio (45%) e busca por cr�dito (44%) s�o as prioridades dos empreendedores entrevistados na 37� edi��o da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Neg�cios, realizada em julho pelo Sebrae RS. Os dados apontam impacto mais severo da enchente sobre os micro e pequenos empreendedores, justamente o n�mero maior de fechamentos de neg�cios registrados pela Junta Comercial do Estado.

Sobre o impacto dos recentes eventos clim�ticos nos pequenos neg�cios, 90% dos entrevistados revelaram terem sido afetados de alguma maneira. Destes, 36% relataram danos em parte de suas estruturas, enquanto 28% n�o sofreram danos estruturais, mas enfrentaram paralisa��es devido � aus�ncia de colaboradores, escassez de mat�ria-prima, dificuldades de acesso ao local de trabalho, entre outros obst�culos. J� 26% indicaram completa destrui��o das suas instala��es.

Referente � atual situa��o dos neg�cios, 75% das empresas j� est�o operando desde julho, enquanto apenas 2% dos pesquisados admitiram o encerramento total da opera��o. A redu��o do faturamento no �ltimo bimestre foi um processo apontado por 86% dos respondentes da pesquisa, sendo que 60% dos entrevistados alegam queda superior a 40%.

Entre os 46% que j� procuraram financiamento para seus neg�cios, 34% j� acessaram os recursos. Outros 13% est�o em processo de an�lise.

"� latente a necessidade de fortalecer os pequenos neg�cios, que � o setor que vai impulsionar mais rapidamente a economia", diz Ariel Fernando Berti, diretor-superintendente do Sebrae RS.

N�meros da economia Ga�cha*:

Em 2024 (janeiro a julho):

Em 2023:

*Fonte: junta comercial do Estado