Tesla Cybertruck: 9 em cada 10 picapes elétricas deram problema

O último recall nos Estados Unidos — o sexto em 12 meses — foi uma indicação do National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão governamental equivalente à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) do Brasil. Foi constatado que unidades da Cybertruck poderiam apresentar perda de torque repentina, aumentando o risco de colisão.

Tal perda repentina de sua força pode ocorrer por conta de um defeito no inversor, um componente que converte a corrente DC (contínua) em AC (alternada) no sistema de gerenciamento elétrico. Este recall foi convocado a partir do dia 5 de novembro e, diferentemente de outras atualizações feitas pela internet — sem a necessidade de comparecer a uma oficina —, a inspeção da picape por um especialista é obrigatória.

Como mencionamos, este é apenas um dos vários imbróglios envolvendo a Tesla Cybertruck. Autoesporte enumerou outras polêmicas que cercam a picape desde a sua estreia. Acompanhe:

Quando as primeiras unidades da Cybertruck foram entregues, os donos notaram um delay na imagem da câmera de ré. O tempo de reação não era instantâneo, dificultando as manobras em balizas ou estacionando em vagas de shopping. Isso foi resolvido rapidamente com uma atualização pela internet. Portanto, não demandou a inspeção de um especialista.

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Outro problema da Tesla Cybertruck em seu primeiro ano nas lojas diz respeito ao acelerador. Havia uma capa de plástico presa ao pedal que podia deslizar para fora, causando o seu travamento.

Assim, a picape acelerava involuntariamente, causando riscos altíssimos de acidentes. A solução da Tesla foi a instalação de um rebite de fixação para impedir o movimento do revestimento de borracha, mitigando os riscos do travamento. Este reparo durava cerca de 35 segundos.

Dita como indestrutível por Elon Musk, fundador da marca, a Tesla Cybertruck apresenta sérios problemas de qualidade. Proprietários apontaram a aparição de manchas laranjas e sinais de corrosão pela lataria do modelo. Além disso, questões relacionadas a rachaduras, acabamentos que descascam e até a vedação da cabine contra água foram notadas. Sua construção de fábrica também é ruim, como você pode conferir na imagem acima.

Nos Estados Unidos, a CNN publicou que uma unidade da Tesla Cybertruck parou de funcionar por algumas horas após passar no lava-rápido. Por fim, a fragilidade da suspensão mostrou que o modelo não tem as capacidades off-road que a Tesla prometeu.

Os problemas recentes da Cybertruck não envolvem apenas o conjunto elétrico ou falhas mecânicas. Grupos ativistas pedem que a venda da picape seja suspensa na Europa, como repercutiu o jornal The Guardian. A queixa é de que o modelo é muito grande, pesado e afiado para as ruas da região. Inclusive, um documento assinado por pedestres, ciclistas e outros grupos foi enviado à Comissão Europeia.

Há países em que a Cybertruck não pode ser homologada. O The Guardian acompanhou a chegada de uma picape à República Tcheca após diversas adaptações para se adequar às regras locais — e mesmo com a redução de peso, ainda precisou receber um limitador de velocidade. Isso porque o modelo foi homologado com 3.025 kg, mas pode ultrapassar 3.500 kg com quatro ocupantes e a caçamba totalmente carregada.

Por enquanto, a venda da picape na Europa ainda está autorizada de acordo com as regras de cada país. A União Europeia avalia um possível banimento ou restrição de circulação para a polêmica picape de Elon Musk.

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