O ano de 2024 marcou diversas despedidas no setor automobilístico. Uma delas foi o fim de produção do icônico motor VR6 da Volkswagen, que estava em linha há 34 anos (desde 1990). Com um volume de 1,87 milhão de unidades fabricadas, esse peculiar propulsor de combustão equipou grandes clássicos e esportivos da marca, como Golf, Passat, Jetta, Fusca de nova geração e até modelos de outras marcas, como o Porsche Cayenne, a van Mercedes-Benz Vito e trailers da Winnebago.
Inspirado em projetos de longa data da italiana Lancia, o motor Volkswagen VR6 recebia esse nome por ser considerado uma arquitetura que unia características tanto dos motores com cilindros dispostos em V quanto em linha. As duas bancadas ficavam unidas no bloco e com os cilindros intercalados, em uma separação de apenas 15 graus, enquanto motores convencionais em V possuem bancadas separadas com angulações geralmente entre 45 e 90 graus (podendo chegar a até mais).
Daí vinha o nome VR6, que juntando o V dos motores desse tipo (V6, V8, V10, v12...) com o R do alemão “reihenmotor”, que significa “motor em linha”. Sua montagem relativamente compacta permitia um custo mais acessível de produção, além do uso em modelos de porte não tão grande assim, atendendo a uma demanda especialmente do mercado dos Estados Unidos. Os motores VR6 eram usados sempre com montagem transversal e em modelos de tração dianteira ou integral.
Ao longo das quase três décadas e meia de produção, a Volkswagen ofereceu especificações do motor VR6 com cinco diferentes deslocamentos: 2.8 (primeiro com 12 válvulas, depois com 24 válvulas), uma raríssima variante 2.9 (sempre 12V), 3.2, 3.6 e, mais recentemente, uma variante turbo de 2,5 litros existente na China. Estas três últimas traziam sempre quatro válvulas por cilindro, algo aplicado pela Volkswagen a partir de 1999.
A estreia do motor VR6 ocorreu no Passat de terceira geração, em 1991, e no cupê Corrado. Desde então, passou a equipar versões de caráter esportivo ou luxo ao longo de várias gerações do Golf, do Jetta e do próprio Passat. Também esteve presente em uma rara versão do New Beetle, a “reencarnação” do Fusca, chamada RSi, além de outros carros menos clássicos da Volkswagen, como Eos, CC e Phaeton. Nos últimos anos, foi usado em SUVs de porte maior da marca, como Touareg, Atlas e Talagon.
Em outras marcas do Grupo Volkswagen, o motor VR6 deixou sua marca mais especialmente em carros da Audi: TT, A3, Q7 e Q6 tiveram versões com este motor. Na Porsche, os Cayenne de primeira e segunda geração fizeram uso dele. Fora do grupo, a Ford aproveitou o VR6 em uma releitura do Galaxy vendida na Europa como minivan, enquanto a Mercedes-Benz fez o mesmo com a van Vito, sempre na década de 1990.
Em sua primeira especificação, 2.8 12V, o VR6 tinha 174 cv. Ao longo dos anos, conforme os engenheiros aprimoraram o projeto, a potência subiu respectivamente para 190 cv, 204 cv, 224 cv, 241 cv e 250 cv, até alcançar 299 cv na configuração 3.6 usada pelo Passat de sexta geração e pelos SUVs Touareg, Atlas e Porsche Cayenne. Na China, a versão VR6 2.5 TSI foi a única e ser sobrealimentada com turbo, chegando aos mesmos 299 cv.
Entre 1997 e 2006, também foi produzido o motor VR5, com um cilindro a menos. Outras variações do motor Volkswagen VR6 foram os motores W12 e W16, sendo este último um clássico do Bugatti Veyron. Outra especificação
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