Após temores de que poderia fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez na história, a Volkswagen anunciou na última sexta-feira (20) que fechou junto ao sindicato do setor um plano de reestruturação das operações no país. Estão previstos cortes de 35 mil funcionários até 2030, o que, segundo a empresa, vai gerar uma economia anual de 1,5 bilhão de euros (quase R$ 10 bilhões).
O pacote de medidas é bem mais abrangente e prevê economia a médio prazo de 15 bilhões de euros (quase R$ 100 bilhões) por ano. Entre as ações concretas já anunciadas, estão a redução na capacidade de produção das fábricas alemãs em 734 mil unidades por ano.
Ainda não está claro como a redução na produção será feita. Segundo a consultoria MarkLines, parceira da Autoesporte, em 2023, a Volkswagen produziu 882 mil veículos na Alemanha. Combinadas, todas as marcas do Grupo Volkswagen fizeram cerca de 1,9 milhão de unidades no mesmo período.
Para conseguir uma redução tão drástica, a partir de 2027, o Golf, carro mais vendido da história da marca, terá a produção transferida de Wolfsburg para Puebla (México). Assim, das quatro linhas de montagem que funcionam atualmente no local, apenas duas seguirão operando. A Volkswagen ainda promete que, até o final da década, Wolfsburg será responsável por produzir uma versão elétrica do Golf e um produto inédito.
A transferência da produção do Golf para o México já havia acontecido anos antes. Porém, com a pandemia de covid-19, a Volkswagen decidiu levar de volta a fabricação do hatch médio para a Europa a fim de preservar os empregos no continente.
Agora, com custos de mão de obra elevados, a Volkswagen fará o movimento contrário. Segundo a empresa, todas as medidas tomadas agora vão preservar a estabilidade dos trabalhadores até o fim da década.
Outras fábricas
Além da saída do Golf de Wolfsburg, a Volkswagen anunciou medidas práticas para, pelo menos, outras quatro unidades na Alemanha. Em Emden, as linhas seguem operando com os mesmos veículos, ID.7 , ID.7 Tourer e ID.4.
Já a unidade de Zwickau deixa de produzir ID.3 e Cupra Born, que serão transferidos para Wolfsburg, e segue apenas com os Audi Q4 e Q4 Sportback.
A situação é menos clara nas fábricas de Dresden e Osnabrück. A primeira terá a produção encerrada no final do ano que vem. A Volkswagen diz que "está trabalhando em opções alternativas" para o local.
No caso da segunda, a produção do T-Roc Cabrio está garantida até meados de 2027. A empresa afirma que "opções para um uso diferente do local estão sendo exploradas atualmente".
E o Brasil?
Procurada, a Volkswagen afirmou que não há qualquer impacto nas operações da marca no Brasil. No início do ano, a empresa anunciou investimentos de R$ 9 bilhões no país até 2028.
Por aqui, estão previstos lançamentos importantes para 2025. Entre eles, o SUV de entrada Tera, posicionado abaixo do Nivus, e com ambição de ser o mais vendido da marca no país. Para isso, Autoesporte apurou com exclusividade que o modelo terá motor 1.0 aspirado.
Além dele, o Golf GTI retorna ao Brasil. Também estão previstas atualizações no Jetti GLI e no Taos.
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