A Toyota começou a falar mais abertamente sobre o projeto de sua futura picape intermediária monobloco com motorização híbrida flex plug-in. Não de modo oficial, mas sim em uma convenção com concessionários realizada na última semana. Executivos da companhia deram até um apelido ao projeto: Corolla picape, indicando o parentesco da caminhonete com a família formada hoje pelo sedã médio Corolla e o SUV Corolla Cross.
Em outubro, Autoesporte publicara em primeira mão que a Toyota já trabalhava com fornecedores para obter os primeiros protótipos de peças e moldes da Corolla picape. Na ocasião, descobrimos o código de projeto, 150D. Mas erramos o nome do modelo. Agora, com o apelido “Corolla picape” sendo dito explicitamente, fica claro que a Toyota fará questão de associar a futura picape intermediária à sua família de modelos de maior sucesso no Brasil e no mundo.
Na convenção, diretores da empresa também afirmaram que a Corolla picape chegará ao mercado brasileiro em 2027, um pouco adiante em relação ao cronograma original. Sua produção será em Sorocaba (SP), a partir da plataforma TNGA-C do próprio Corolla e do Corolla Cross. Seu objetivo será brigar com Fiat Toro, Ram Rampage, Ford Maverick e a futura Renault Niagara, prevista para chegar em 2026 ao mercado nacional.
Como será a Toyota Corolla picape
Em sua concepção, a Toyota Corolla picape ou projeto 150D usará como base estrutural o Corolla Cross, aproveitando elementos como as colunas A e B. Entretanto, a caminhonete terá uma porção traseira exclusiva, com entre-eixos alongado, para comportar a caçamba. A cabine será sempre dupla.
A inédita picape intermediária deve estrear a motorização híbrida flex plug-in (PHEV) da Toyota. Diferentemente de Corolla e Corolla Cross, que dispõem de um conjunto híbrido paralelo (HEV) com baterias de 1,3 kWh de níquel-cádmio, o sistema da 150D terá baterias de 13,6 kWh de íons de lítio, com possibilidade de recarga externa e autonomia próxima a 50 km em modo apenas elétrico.
Trata-se do mesmo conjunto do Prius de nova geração. Nossa reportagem pode afirmar que o motor a combustão da Corolla picape híbrida flex será o 2.0 Dynamic Force aspirado quatro-cilindros 16V da família Corolla, com injeção variável entre direta e indireta, porém atuando em ciclo Atkinson em vez de Otto. Isso porque, na plataforma TNGA-C, é sempre ele aplicado aos conjuntos híbridos plug-in, enquanto o 2.5 fica reservado aos produtos da matriz TNGA-K, como o RAV4 e o Camry.
A potência é de 152 cv e o torque, de 19,4 kgfm. Com auxílio de um motor elétrico de 163 cv, a potência combinada chega a 223 cv com gasolina. Este número pode ser ainda maior com etanol no tanque de combustível. O câmbio é uma nova geração da caixa transeixo com planetários chamada e-CVT, que emula uma transmissão continuamente variável.
Nas versões de entrada, a Toyota Corolla picape deve usar o mesmo motor 2.0 Dynamic Force em variante apenas flex e com ciclo Otto, sem eletrificação. Neste caso, são 175 cv de potência e 20,8 kgfm de torque com etanol. E o câmbio passa a ser CVT com dez marchas simuladas e uma engrenagem mecânica para otimizar as arrancadas na primeira marcha.
A Toyota Corolla picape é um projeto desenvolvido no Brasil, como parte do plano de investimentos de R$ 11 bilhões da marca em nosso país até 2030. As projeções, meramente ilustrativas, são de Kleber Silva, do @kdesignag.
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