Questões de exatas e de atualidades foram as mais criticadas pelos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Cuiabá. Segundo eles, para se dar bem nessa edição é necessário que os candidatos tenham se preparado bastante.
A enfermeira Karinna Teixeira Rocha, de 25 anos, está prestando o Enem pela terceira vez. Caso consiga uma boa nota, ela pensa em tentar uma vaga no curso de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Segundo a jovem, quando se trata de nível de dificuldade, essa foi a “pior prova” de todas as edições.
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“Foi muito difícil. Tinha muita questão sobre racismo, ideologia de gêneros, regime militar e, para mim, essas foram as mais confusas para interpretar”, avaliou.
Quem partilha dessa mesma opinião é o estudante de publicidade e propagada Fernando de Souza Estefanoski, de 22 anos. O rapaz, que também está fazendo a prova pela terceira vez, disse que a edição deste ano do Enem demandou muita atenção, principalmente no que se refere à interpretação de texto.
“A prova estava relativamente fácil só para quem se preparou e domina a interpretação de texto”, afirmou o jovem, que pretende tentar uma vaga no curso de direito, também em uma instituição federal.
Para a copeira Rosicrei Nunes do Carmo, de 44 anos, e para o estudante Michel Platinir, 29, as questões de atualidades foram as mais complicadas. Ambos encaram o Enem pela primeira vez e fizeram a prova na Universidade de Cuiabá (Unic), tentam conquistar uma boa nota para conseguir uma bolsa de estudos pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo federal.
exigiu interpretação (Foto: Lislaine dos Anjos/G1)
“Eu realmente espero ter uma chance. Estava muito difícil, mas agora nem adianta pensar muito nisso. Vamos esperar o resultado e torcer pelo melhor”, afirmou a copeira.
Quem também não achou a prova fácil foi a funcionária pública Wanessa Mendonça, de 32 anos, que tenta, pela segunda vez, uma nota alta no exame para garantir uma bolsa no Prouni.
“Meu sonho é cursar Direito, mas este ano a prova foi muito difícil, pelo menos em relação ao ano anterior”, comparou.
Testando conhecimentos
A vendedora Jocimara Rocha de Lima, de 43 anos, foi a primeira a deixar a Escola Estadual Presidente Médici, no centro de Cuiabá, no início da tarde deste sábado (24), e reafirmou a dificuldade da prova.
difícil do que em 2014 (Foto: Carlos Palmeira/G1)
“A prova estava difícil, mas eu não estudo há muito tempo. Fiz para testar meus conhecimentos, apenas”, disse.
O servidor público Jonathan Araújo Portilho, de 26 anos, também prestou a prova na escola estadual e alegou que, dentre as três vezes em que já participou do exame, essa foi a edição mais difícil de todas. Formado em administração, ele tenta uma vaga no curso de ciências contábeis da UFMT.
“A parte de química estava bem complicada. Mas física estava tranquilo e todas as de humanas são fáceis para mim.
Resolução das questões
O G1 trará ainda a resolução das 90 questões de sábado e as 90 questões de domingo preparadas pelos professores do Cursinho da Poli. O gabarito oficial do Enem será divulgado pelo MEC até quarta-feira (28).
cursar direito (Foto: Lislaine dos Anjos/G1MT)
Provas do sábado
No primeiro dia do Enem, os candidatos precisaram responder a 90 questões de múltipla escolha. Dessas, 45 são de ciências humanas, e 45 são de ciências da natureza. Os portões abriram às 12h e fecharam às 13h no horário de Brasília. As provas tiveram início às 13h30 e duração de quatro horas e meia.
Os candidatos só podem fazer a prova usando caneta transparente na cor preta, e precisam de um documento oficial com foto.
Enem em MT
Em Mato Grosso, um total de 149,5 mil candidatos estão inscritos no exame, sendo que a maioria, 57% são mulheres (86,6 mil pessoas). A maioria dos inscritos definiu sua cor de pele como parda (51%), enquanto que 29% se declararam brancas e 14% negras.
A faixa etária predominante é de pessoas com até 20 anos de idade (51,8%), seguida pelas pessoas que têm de 21 a 30 anos (31%) e acima de 30 anos (17%). Duas pessoas se declararam como travestis e transexuais.
Mais da metade dos candidatos mato-grossenses já concluíram o Ensino Médio (59,3%) e 19,4% concluirão o Ensino Médio ainda em 2015.