A motivação de Débora Dobes, 15 anos, para prestar o Enem deste ano não deve vir somente de uma simples torcida da família. Neste sábado (8), em Cuiabá, a estudante deverá encarar o clima de nervosismo da prova sabendo que, no mesmo instante, sua mãe Caroline Dobes, 32 anos, também estará de caneta na mão diante dos mesmos enunciados e perguntas de múltipla escolha. É a terceira vez que as duas formam essa parceria visando os melhores resultados de Débora, que ainda está no primeiro ano do Ensino Médio.
Fazer a prova junto da filha foi a forma que a mãe Caroline diz ter encontrado para ajudá-la desde cedo a treinar o equilíbrio emocional que a prova demanda dos estudantes até chegar o momento de efetivamente concorrer a uma vaga no Ensino Superior. A mãe acredita que, desta forma, consegue proporcionar tranquilidade à estudante.
“É para ajudar, não competir. A gente sabe que, hoje em dia, a concorrência é acirrada e o lado emocional de uma pessoa numa prova conta muito. Eu quero que ela se sinta sempre tranquila, segura diante da prova, mas entenda o nível de dificuldade”, diz a mãe.
Ela explica que, fazendo a prova junto, consegue identificar mais facilmente os pontos nos quais a filha apresenta dificuldades, debatendo a prova de modo que a estudante se sinta ainda mais familiarizada com a abordagem do Enem.
Foi dessa forma que as duas fizeram a prova no ano retrasado, quando Débora ainda nem havia chegado ao Ensino Médio. Aparentemente, o método deu certo: a experiência foi tão positiva que a nota de Débora já seria suficiente para que ela ingressasse em alguns cursos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A estudante acabou fixando meta de 100 pontos a mais no desempenho do Enem em 2013. A meta, novamente, foi batida.
Agora, ela almeja elevar o nível ainda mais, novamente com outros 100 pontos. O intuito é chegar ao fim do Ensino Médio – após um intercâmbio no exterior - com condições de ingressar em alguma universidade de ponta para cursar Medicina, Direito ou Relações Internacionais. Para isso, a adolescente conjuga o estudo na escola com seu próprio gosto pelo estudo e interesse por literatura, noticiário e revistas especializadas em temas como diplomacia.
Débora afirma não sentir pressão excessiva e afirma que não chega a levar uma rotina extenuante por conta dos estudos. “Tem dia em que eu tenho de estudar até mais tarde ou deixar de fazer outras coisas pra estudar, mas geralmente não. Dá pra conciliar sim. Como eu estou estudando há bastante tempo, eu estudo desde sempre, então eu não tenho que carregar tanto porque eu já tenho uma bagagem de estudos. Agora, quem está no terceiro ano e de repente resolveu estudar, aí não tem como. Vai ter estudar de manhã, de tarde e de noite, né. E eu gosto de estudar”, diz a estudante.