Paisagismo

Por 04/03/2021


Adenium obesum tree or Desert rose in the pot (Foto: Getty Images/iStockphoto) — Foto: Casa Vogue
Adenium obesum tree or Desert rose in the pot (Foto: Getty Images/iStockphoto) — Foto: Casa Vogue

Quem é fã de plantas deve ter visto que separamos aqui algumas espécies de suculentas com flores para ter em casa. Chegou o momento de falar um pouquinho mais sobre uma delas: a charmosa rosa-do-deserto, que já cativou boa parte da internet.

Com flores vibrantes e um caule escultural, típico das suculentas, é fácil perceber por que a planta se destaca. Para reunir tudo o que você precisa saber sobre a rosa-do-deserto, Casa Vogue conversou com a engenheira agrônoma Luciana Abras de Souza, com a paisagista Renata Guastelli e com a arquiteta Elisa Lavie. As profissionais ensinam como cuidar e as melhores dicas para usar a planta em casa. Vamos lá?

Qual o clima ideal para cultivar a rosa-do-deserto?

Bom, como deve imaginar pelo nome, a rosa-do-deserto está acostumada a climas desérticos! “O nome científico desta espécie é Adenium Obesum, e ela é nativa da África, mais especificamente ao sul do deserto do Saara”, explica a engenheira agrônoma Luciana.

“Como o nome popular indica, ela aprecia locais de intensa insolação. O ideal para que ela se desenvolva bem é que ela tenha pelo menos seis horas de sol. Alguns falam de quatro a seis horas, mas você vai garantir a floração mais intensa se mantiver a espécie pelo menos seis horas no sol. Você pode até cultivá-la em um regime de insolação menor, mas isso pode diminuir a floração”, continua Luciana.

Para quem mora em regiões do país com menor incidência solar, como a região sul, a agrônoma recomenda deixar a planta exposta o maior número possível de horas e também realizar regas menos frequentes, para diminuir as chances de apodrecimento do caule — chamado de caudex. Também nos locais mais frios, é comum que a espécie entre em estado de dormência nos períodos de temperaturas mais baixas. Mas fique tranquilo: existem técnicas específicas para driblar o problema e estimular a floração, como a poda drástica e uma adubação rica em cálcio, potássio e fósforo.

Além das altas temperaturas, a origem da planta indica também que ela está acostumada a muito vento e a poucas chuvas. A partir daí, é possível concluir quais são os maiores erros na hora de cultivar a espécie. “O que não podemos fazer de jeito nenhum é deixar o solo encharcado, em locais escuros e pouco oxigenados”, resume Luciana.

Photo showing a Desert Rose (Adenium obesum) plant that has been made over as a bonsai tree. This species is also known under the common names of Sabi star, kudu, mock azalea and impala lily. (Foto: Getty Images/iStockphoto) — Foto: Casa Vogue
Photo showing a Desert Rose (Adenium obesum) plant that has been made over as a bonsai tree. This species is also known under the common names of Sabi star, kudu, mock azalea and impala lily. (Foto: Getty Images/iStockphoto) — Foto: Casa Vogue

Qual preparar o solo para plantar a rosa-do-deserto?

“Por ser uma planta de clima desértico, ela precisa de pouca água, pois já armazena em seu bulbo. O solo ideal é uma mistura de areia com húmus de minhoca”, afirmam a paisagista Renata Guastelli e a arquiteta Elisa Lavie. É indispensável também que o solo tenha uma ótima drenagem, para evitar que acumule água.

Segundo Luciana, atualmente a maioria das lojas de jardinagens e cultivo já dispõem de misturas prontas e específicas para a rosa-do-deserto. Mas caso queira fazer por conta própria, a agrônoma recomenda utilizar materiais que vão oferecer uma boa drenagem, como areia, cascas e turfas. “Uma dica muito interessante para usar nessa mistura é o carvão vegetal, porque ele cumpre muito bem o papel do dreno. Além disso, ele é leve, barato e oferece uma durabilidade muito boa”, aconselha.

Outro erro bastante comum e que pode levar ao surgimento de pragas é o excesso de adubação. Uma quantidade exagerada de nitrogênio no solo, por exemplo, pode atrair pulgões e cochonilhas, além de desbalancear o solo.

Por fim, lembre-se sempre de garantir que o substrato está seco antes de regar a espécie novamente, já que a rosa-do-deserto é extremamente intolerante ao solo úmido demais. Para verificar a umidade, é só tocar o solo com os dedos.

Quando regar a rosa-do-deserto

Se o solo estiver seco, conferindo com o teste do dedinho, é hora da irrigação. No verão, faça regas de duas a três vezes por semana. No inverno, reduza para uma vez a cada sete dias. A água não pode ficar acumulada no vaso para que a raiz da planta não apodreça. Cada vez que a gente coloca água na planta, é como se estivesse lavando o substrato, então é preciso repor nutrientes com frequência para alimentá-la. Qualquer fertilizante que seja próprio para floração será bem-vindo.

Como fazer mudas da rosa-do-deserto?


Que tal distribuir entre amigos e familiares a espécie? É muito simples fazer mudas da rosa-do-deserto, basta utilizar os galhos que foram cortados no momento da poda. O ideal é realizá-la de setembro a março, o período mais ativo da planta.

Como usar a rosa-do-deserto na decoração?

A rosa-do-deserto é uma planta que chama atenção por si só, então você pode deixá-la brilhar sozinha, sem muitos adornos. “Recomendamos sempre usá-la em vasos de tamanho médio. Ela é uma espécie que compõe muito bem ao lado de poltronas, ou em pequenas bacias acima de mesa”, recomendam a paisagista Renata e a arquiteta Elisa.

Como é o crescimento da rosa-do-deserto?

Uma última dica é que a rosa-do-deserto demora bastante para crescer. “Ela é uma planta de desenvolvimento muito lento, principalmente para mudas oriundas de sementes. Então nesse caso é legal darmos preferência para mudas enxertadas, que crescer mais rápido”, indica Luciana.

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