Principal modalidade do automobilismo mundial, a Fórmula 1 existe oficialmente há 74 anos. Desde então, 777 pilotos de 40 nacionalidades diferentes já disputaram a categoria — e alguns deles tiveram a sorte de escrever seus nomes na história do esporte.
Porém, em sete décadas de história, a Fórmula 1 só teve um piloto negro: Lewis Hamilton. Ele estreou na modalidade em 2007 pela McLaren e, apesar de não ter sido o primeiro a se envolver na categoria, foi o único a competir para valer.
A Fórmula 1 é um esporte elitista. Há um alto custo de entrada (mesmo nas categorias de base), dificuldades para obter patrocínios e falta de diversidade. Isso explica o fato da modalidade ser dominada por pilotos europeus de origem privilegiada. No entanto, aos poucos, a competição tem se tornado mais inclusiva, e a representatividade de Hamilton contribuiu para isso.
O inglês mais brasileiro do mundo não foi o único negro a colocar seu nome na história do automobilismo. Em memória ao Dia da Consciência Negra, Autoesporte selecionou outros pilotos afrodescendentes que competem em categorias internacionais.
Lewis Hamilton
O britânico nasceu em 7 de janeiro de 1985, em Stevenage (Inglaterra), e veio de uma família humilde. O pai, Anthony Hamilton, investiu os poucos recursos que tinha na carreira do filho, que começou a pilotar kart ainda criança.
Atualmente, o piloto corre pela Mercedes, mas o contrato será encerrado em breve. Para a temporada de 2025, Lewis fará sua estreia na Ferrari, onde será o primeiro piloto negro a competir pela escuderia italiana.
Vale lembrar que, em 2008, Hamilton se tornou o primeiro negro a ser campeão de Fórmula 1. Mesmo após 16 anos do feito, o inglês continua sendo a exceção.
Willy T. Ribbs
Willy T. Ribbs não teve a chance de correr oficialmente pela Fórmula 1. No entanto, marcou a história do automobilismo ao ser o primeiro negro a pilotar um carro da categoria. Em 1985, a convite de Bernie Ecclestone, diretor da equipe da Brabham na época, o norte-americano guiou o Brabham BT54 — mesmo veículo utilizado por Nelson Piquet no campeonato daquele ano.
E não somente na Fórmula 1 Ribbs fez história! Em 1991, o piloto competiu pela primeira vez nas 500 Milhas de Indianápolis sendo, assim, o primeiro afroamericano a se qualificar para a corrida.
Cheryl Linn Glass
Glass fez história como a primeira mulher afroamericana a pilotar carros de corrida profissionalmente. Desde cedo, estava envolvida no mundo do automobilismo. Com nove anos se interessava por corridas de kart e, com o apoio do pai, rapidamente tornou-se destaque no esporte. A jovem ganhou honras como “Novata do Ano” e, mais tarde, tornou-se profissional.
Cheryl se tornou queridinha do público e recebeu muita atenção da mídia da época (estamos falando dos anos 80) por ser pioneira em um campo majoritariamente masculino.
Infelizmente, a piloto nunca atingiu seu objetivo de correr na Indianápolis 500. Faleceu com apenas 36 anos sem ser reconhecida, até hoje, da forma que devia: uma mulher negra que quebrou barreiras e conquistou seu espaço em um esporte considerado de homens brancos.
Jann Mardenborough
Jann Mardenborough era um grande fã de jogos de corrida, principalmente Gran Turismo. O jovem se tornou piloto profissional depois de derrotar mais 90.000 participantes no GT Academy — competição de jogos de corrida. Como prêmio, o britânico ganhou um contrato de piloto profissional com a Nissan.
Sua história ficou tão famosa que foi adaptada para as telonas. O filme “Gran Turismo: De Jogador a Corredor” retrata a trajetória de Jann Mardenborough, e como se tornou piloto de verdade através dos videogames.
Bubba Wallace
Darrell “Bubba” Wallace Jr é conhecido por ser um dos pilotos afroamericanos de maior sucesso na história da Nascar. Em 2013, ele se tornou o primeiro piloto negro a vencer uma corrida nacional da Nascar desde Wendell Scott em 1963. O norte-americano conquistou seis vitórias na categoria.
Wallace é conhecido não apenas pela sua atuação nas pistas, mas também por sua luta ativa pela causa negra dentro do automobilismo.
Um dos episódios de maior destaque de Wallace envolve o banimento da bandeira dos estados confederados usada em todas as corridas da categoria. Tais símbolos representavam os estados do sul dos Estados Unidos, que defendiam, entre outras coisas, a manutenção da escravidão no país. Dessa forma, a Nascar anunciou a proibição do uso da bandeira em todas as provas.
Kenzo Craigie
Desde cedo, a carreira de Kenzo Craigie é marcada por conquistas. O britânico de 14 anos é piloto de kart pelo programa de desenvolvimento de jovens pilotos da Mercedes-AMG Petronas F1.Além disso, revelou ser muito fã de Lewis Hamilton. A escolha do número 44 para representar seu número de corrida foi inspirada em seu ídolo.
O jovem piloto agora disputa nas categorias de base do esporte. Seu contrato com a Mercedes pode render uma entrada na Fórmula 1 no futuro.
Naomi Schiff
Naomi Schiff é outro exemplo de pilota que começou sua carreira ainda na infância: aos 11 anos foi para o kart, quando morava na África do Sul. A belga estreou em competições de carros de turismo na Formula Volkswagen South Africa Championship, em 2010. Ao longo dos anos, participou de diversas outras competições no continente asiático, e na Europa.
Hoje em dia, a jovem é apresentadora no canal Sky Sports F1. Além de piloto e comentarista, participa ativamente de discussões sobre representatividade na categoria.
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