“Alerta, homens do mar. É a glória que caminha, Esquadra em formação com garbo a desfilar. Em linha, a tripulação orgulhosa, saudando o céu e o mar”. Com o título “Emilinha Borba - Aí vem a Marinha”, a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais, juntamente com a cantora Mona Vilardo, realizou duas apresentações gratuitas no Theatro Municipal de Niterói, nos dias 14 e 15 de novembro, em homenagem aos 451 anos do município.

O concerto contou a história de Emilinha Borba, cujo centenário aconteceu em 2023. Eterna rainha do rádio e favorita permanente da Marinha, Emilinha foi uma das cantoras mais populares do País e teve presença marcante na cidade de Niterói, tendo ganhado o título de Madrinha da Banda do Ingá, além de, certa vez, apresentar o programa “A felicidade bate à sua porta”, no bairro de São Domingos.

“Na década de 30, foi criado o concurso para eleger a rainha do rádio e a melhor cantora da época. Muitas meninas tinham o sonho de se tornar uma cantora do rádio e, algum tempo depois, foi a vez de Emilinha, eleita rainha no ano de 1953. Ao longo de sua carreira, gravou mais de 40 filmes e mais de 50 discos. Cantando o amor, ela deu voz a muitas mulheres”, explicou a cantora Mona Vilardo, que desde 2017 realiza uma ampla pesquisa sobre a vida e as canções das rainhas do rádio, motivo pelo qual esteve à frente do espetáculo.

Os figurinos escolhidos por Mona impressionaram o público por sua exuberância. Foram dois: um do acervo da própria Emilinha, usado pela cantora na década de 1970, e outro assinado por Aline Ciafrino, referência em figurinos. “Foi uma emoção muito grande rever as músicas da nossa eterna rainha do rádio. Realmente, uma noite inesquecível para mim e para minha família. Estava tudo perfeito: o som, a Banda, a produção e o figurino da Mona”, afirmou a aposentada Maria Helena Silveira que, acompanhada dos filhos e netos, chegou cedo no primeiro dia para garantir um bom lugar.

Em ambas as apresentações, de casa cheia, foram relembrados sucessos como o bolero “Se queres saber” e canções de Carnaval, como “Primavera no Rio” e “Tomara que chova”. “O tema do concerto teve por ideia o nascimento do rádio no Brasil, com programas e concursos de calouros da época. Buscamos trazer músicas do período de maior sucesso de Emilinha, escolhidas pela própria Mona e com arranjos de nossos músicos”, disse o Primeiro-Tenente (Fuzileiro Naval) Irineu Rocha, que dividiu a regência da Banda com o Capitão-Tenente (Fuzileiro Naval) Alexsandro Bandeira.

Para o funcionário público Maurício Silveira de Mello, que é morador de Niterói, o concerto foi uma oportunidade de conhecer de perto a Banda Sinfônica dos Fuzileiros Navais e a história de uma das maiores cantoras do Brasil. “Meu falecido pai cantava algumas músicas dela quando eu era criança. Quando soube que teria esse evento, fiquei bastante ansioso para assistir. E, hoje, tive o prazer de ver um show completo, de graça e do lado da minha casa. Estão todos de parabéns por homenagear essa grande artista”, disse.

Já para o aposentado Nelson do Carmo, a noite de sexta-feira (15) representou uma volta à infância. “O dia de hoje foi especial, pois, além de vir acompanhado da minha família, lembrei da minha infância ouvindo rádio com a minha mãe. Conheci a Banda dos Fuzileiros Navais em 2016 e, desde então, não perco uma oportunidade de assistir às apresentações. Só esse ano foram três”.

Emilinha Borba mantinha um laço estreito com a Marinha do Brasil. A corporação militar sempre esteve junto dela em homenagens, shows e condecorações. Em 1947, a cantora foi eleita “A Favorita Permanente da Marinha” e, em 1954, gravou o clipe “Aí vem a Marinha”. Também recebeu o título de Amiga da Marinha e deu voz ao conhecido hino da Marinha “Cisne Branco”. Faz parte do seu acervo histórico e pessoal diversos troféus, homenagens e matérias de jornais, demonstrando a forte amizade e afeto com a Instituição.