Le Curé de village
Le Curé de village | |||||||
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O Cura da Aldeia [BR] | |||||||
Autor(es) | Honoré de Balzac | ||||||
Idioma | Francês | ||||||
País | França | ||||||
Série | Scènes de la vie de campagne | ||||||
Lançamento | 1841 | ||||||
Edição brasileira | |||||||
Tradução | Vidal de Oliveira | ||||||
Editora | Globo | ||||||
Lançamento | 1954 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Le Curé de village (em português O cura da aldeia [1]) é um romance de Honoré de Balzac, cujo tema central é o "arrependimento católico", publicado pela primeira vez no jornal La Presse em 1839 em três partes.[2]
O texto foi editado em volume em maio de 1841 pela editora Souverain, com uma dedicatória a Hélène depois retirada na edição definitiva, um prefácio e 29 capítulos.[3]
Em 1848, a obra, amplamente revisada e dividida agora em apenas cinco grandes capítulos, integrou as "Cenas da Vida Rural" da primeira edição da "Comédia Humana" (tomo XIII).[4]
Encontram-se nesse romance os temas que Balzac já havia desenvolvido em O Médico Rural: a melhoria das condições de vida dos camponeses e a redenção pela entrega de si mesmo.
Foram nesses dois livros que Balzac expôs mais claramente suas concepções políticas, sociais e religiosas.[5]
"A representação dos camponeses como potencialmente violentos, se distantes da religião católica, e como portadores de grandes virtudes se seguidores dessa mesma religião é uma marcante característica de O cura da aldeia.[6] Embora a obra possa "não agradar ao leitor que não compartilhe a fé cristã de Balzac, trata-se de um belo livro, absolutamente digno de toda a nossa atenção, independentemente das opiniões pessoais emitidas pelo autor."[7]
O romance é, a princípio, uma história policial. Há uma morte misteriosa e não se compreende a atitude de Véronique Graslin (a principal protagonista) senão ao fim.
Enredo
[editar | editar código-fonte]Filha única de um casal de ferrageiros de Auvergne que, através da poupança, conseguiram acumular para ela um grande dote, Véronique (Verônica na edição brasileira organizada por Paulo Rónai) Graslin casa-se com um rico banqueiro de Limoges, que a negligencia em favor do seu negócio. A sua beleza particular atrai ao seu redor elementos da boa sociedade da cidade, notadamente o procurador-geral.
Em Limoges, um crime comove a população: um velho avarento chamado Pingret foi roubado e assassinado. O culpado foi preso, um jovem sem antecedentes criminais chamado Tascheron, da aldeia vizinha de Montégnac. Ele inicialmente nega veementemente a culpa, mas sob a exortação do padre de Montégnac, Monsieur Bonnet (o cura que dá título ao livro), acaba confessando o assassinato e resigna-se a ser condenado à morte e executado, aceitando a ajuda da religião. Para escapar da desonra, a família do criminoso emigrou para os Estados Unidos, onde fundou a próspera cidade de Tascheronville, em Ohio.
Com a morte do marido, Véronique retirou-se para Montégnac e daí em diante dedicou a vida a melhorar a vida dos seus moradores. Em particular, financiou e coordenou, com ajuda de um engenheiro frustrado enviado de Limoges (Gérard) e dos moradores da região, grandes trabalhos de irrigação a fim de fertilizar as terras áridas da comuna. Ela é a benfeitora da aldeia, considerada uma santa. Na verdade, expia uma falta terrível que só revelará numa confissão pública à beira da morte.
Adaptação para televisão
[editar | editar código-fonte]- 1969 : Le Curé de village (du roman d'Honoré de Balzac), telefilme de Edmond Tyborowski
Referências
- ↑ Honoré de Balzac. A comédia humana. Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XIV
- ↑ A primeira intitulada Le Curé de Village (O Cura da Aldeia) de 1 a 7 de janeiro, a segunda, Véronique, de 30 de junho a 13 de julho e a terceira, Véronique au Tombeau (Veronique no Túmulo) de 30 de julho a 1 de agosto. Ver: Vte de Spoelberch de Lovenjoul, Histoire des oeuvres de H. de Balzac, 3a edição, Genebra: Slatkine Reprints, 1968, p. 458.
- ↑ Idem, p. 460.
- ↑ Idem. A edição brasileira organizada por Paulo Rónai, embora se baseie nesta edição definitiva, mantém a divisão em 29 capítulos da edição anterior.
- ↑ Paulo Rónai, Introdução a O Cura da Aldeia no Volume XVI da edição da "Comédia Humana" por ele organizada.
- ↑ Eurimar Nogueira Garcia, "A Representação de Aspectos da Cultura Camponesa nos Romances O Cura Da Aldeia, O Médico Rural, E Os Camponeses, de Honoré Balzac", dissertação de mestrado, disponível na Internet.
- ↑ Marcel Barrière, L'œuvre de H. de Balzac, Paris: Calmann Lévy, 1890, p. 334.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- (fr) Pierre Barbéris, « Notes sur Le Curé de village : deux sources lointaines », L'Année balzacienne, Paris, Garnier Frères, 1965, p. 175-8.
- (fr) David F. Bell, « Writing, Movement/Space, Democracy: On Jacques Rancière’s Literary History », SubStance, 2004, n° 33 (1 [103]), p. 126-40.
- (fr) Patrick Berthier, « Le Voile de Véronique », L’Année balzacienne, 1998, n° 19, p. 285-301.
- (fr) Gerard Boely, « Le Médecin de campagne et Le Curé de village : Étude comparée de leur composition », L’Année balzacienne, 1968, p. 241-256.
- (fr) Pierre Citron, « Autour de quelques personnages (du Curé de village) », L’Année balzacienne, Paris, Garnier Frères, 1965, p. 181-190.
- (it) Luigi Derla, « Il diritto e il rovescio del Curé de village di Balzac », Testo, Jan-June 2002, n° 23 (43), p. 127-36.
- (fr) Roger Fayolle, « Autour du Curé de village : Butifer et Farrabesche », L’Année balzacienne, Paris, Garnier Frères, 1965, p. 191-199.
- (fr) Gérard Gengembre, « Balzac, Bonald et/ou la Révolution bien comprise? », L’Année balzacienne, 1990, n° 11, p. 189-202.
- (fr) Bernard Guyon, « Les Conditions d’une renaissance de la vie rurale d’après Balzac : Le Médecin de campagne et Le Curé de village », L’Année balzacienne, Paris, Garnier, 1964, p. 239-50.
- (fr) Jean R. Joseph, « À la recherche de l’unité perdue: Idéologie et thématique dans le Curé de village d’Honoré de Balzac », Romanic Review, 1981 Nov., n° 72 (4), p. 442-459.
- (de) Joachim Küpper, Balzac und der Effet de Réel: Eine Untersuchung anhand der Textstufen des Colonel Chabert und des Curé de village, Amsterdam, Grüner, 1986.
- (fr) Alex Lascar, « Le Curé de village : difficultés et ambiguïtés du repentir », L’Année balzacienne, 1994, n° 15, p. 245-71.
- (fr) Alex Lascar, « Le Curé de village : étude en rouges », L’Année balzacienne, 1996, n° 17, p. 231-43.
- (fr) Alex Lascar, « Le Curé de village scène de la vie privée », L’Année balzacienne, 1994, n° 15, p. 155-68.
- (fr) Jean Malavié, « Présence de la prière dans quelques 'romans catholiques' de Balzac », Lettres Romanes, Aug-Nov. 1998, n° 52 (3-4), p. 235-60.
- (fr) Jacques Neefs, « Figure dans le paysage : Le Curé de village », Littérature, Feb. 1986, n° 61, p. 34-48.
- (en) Ian Pickup, « Balzac and the Dynamics of Passion: The Case of Véronique Graslin », Nottingham French Studies, Oct. 1983, n° 22 (2), p. 1-8.
- (fr) René Quinsat, « Idees religieuses et structures romanesques dans le Curé de village de Balzac », Littérature et société : Recueil d’études en l’honneur de Bernard Guyon, Paris, De Brouwer, 1973, p. 109-17.
- (fr) Maurice Regard, « Remarques sur Le Curé de village », L’Information littéraire, 1964, n° 16, p. 55-67.
- (fr) Françoise van Rossum-Guyon, « Aspects et fonctions de la description chez Balzac : un Exemple : Le Curé de village », Acta Baltica, 1980, n° 1, p. 111-136.
- (fr) Hava Sussman, « Une Lecture du Curé de village », L’Année balzacienne, 1976, p. 231-41.
- (pt) Honoré de Balzac. A comédia humana. Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XIV