O caso do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes de Souza começa a ter desfecho, a partir desta segunda-feira (19), com o início do júri popular que decidirá o envolvimento do atleta e de outros quatro réus no crime, ocorrido em 2010, conforme a denúncia. Ao longo das investigações, o caso foi marcado por atentados contra pessoas envolvidas no processo, com duas mortes. Segundo a polícia, no entanto, nenhuma das ocorrências tem ligação com o processo envolvendo o goleiro Bruno.
(A partir de segunda, dia 19, acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno.)
Sérgio Rosa Sales
Primo do goleiro Bruno, Sales foi morto com seis tiros no dia 22 de agosto, no bairro Minaslândia, em Belo Horizonte. Ele era considerado testemunha-chave no processo sobre desaparecimento e morte de Eliza Samudio, além de figurar como réu pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
Sales ajudou a polícia na reconstituição da morte de Eliza, detalhando o que aconteceu no sítio nos dias anteriores ao desaparecimento da ex-amante do jogador e depois que Bruno, Macarrão e um menor de idade, também primo do goleiro, chegaram ao sítio sem Eliza.
Segundo a polícia, Sérgio Rosa Sales saía para trabalhar quando foi perseguido por duas pessoas em uma moto. Ele tentou se esconder em uma casa da região, mas foi atingido pelos disparos.
A polícia prendeu um casal suspeito de executar Sales e concluiu que o crime teve motivação passional. Segundo a investigação, o homem matou o primo de Bruno porque ele teria "feito gracejos" com a sua amante. A mulher, que também foi presa, contou que Sérgio tinha "mexido" com ela. Ela é casada, e o homem suspeito de matar Sales seria um amante, com passagens pela polícia por tráfico de drogas.
A família de Sério Rosa Sales disse acreditar em assassinato por motivação passional, visto que, segundo pais, irmãos e avó da vítima, ele era jovem e "mulherengo".
Graziele Beatriz Leal
Segundo a polícia, foi morta por ter sido confundida com a irmã, Geisla Leal, que foi babá do filho do goleiro Bruno e de Eliza Samudio, em junho de 2010.
Graziele Beatriz Leal foi morta na casa de Geisla, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves (MG), em janeiro de 2011. A polícia afirmou que Geisla Leal estava sendo procurada pelos suspeitos por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.
No dia 22 de outubro, dois suspeitos do crime foram presos. Além deles, um terceiro homem, que está na prisão por envolvimento em outro assassinato, também é suspeito. Segundo o delegado Márcio Rocha, titular da delegacia de homicídios do município, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele disse que Bruno estaria envolvido e que o atleta tinha mandado matar a vítima porque ela "sabia demais".
Para Rocha, no entanto, o suspeito pode ter citado Bruno para tirar o foco de si. Ele disse que a participação do goleiro Bruno no assassinato de Graziele Beatriz Leal está "praticamente descartada" e que vai apenas verificar se não havia, realmente, nenhuma ligação entre ele e Graziele. Bruno prestou depoimento na manhã do dia 6 de novembro.
Cleiton Gonçalves
Cleiton Gonçalves, que foi motorista de Bruno e chegou a prestar depoimento na fase inicial do inquérito sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, foi baleado de raspão no dia 26 de agosto de 2012 e teve seu carro atingido por disparos no dia seguinte. Os ataques aconteceram quatro dias depois da morte de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro.
O delegado Wagner Pinto, que também investigou o desparecimento e morte de Eliza, disse que as tentativas de homicídio estão relacionadas a morte de um homem ocorrida em uma churrascaria, dentro de um posto de gasolina, em Contagem, no dia 2 de março deste ano.
Cleiton chegou a ser preso, mas foi liberado. Outros dois homens foram detidos na mesma ocorrência.
O advogado de Cleiton Gonçalves, Lorivaldo Carneiro, disse que motivação das tentativas de homicídio não tem relação com o caso Eliza Samudio. "Esses dois fatos não tem nada a ver com a situação do caso Bruno. São fatos totalmente isolados". Ainda de acordo com ele, os fatos estariam relacionados a motivo passional.
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