06/11/2012 16h19 - Atualizado em 06/11/2012 16h25

Polícia 'praticamente' descarta relação de Bruno com morte de irmã de 'babá'

Goleiro prestou depoimento nesta terça-feira (6), em Ribeirão das Neves.
Segundo delegado, suspeito preso teria citado Bruno como mandante.

Cristina Moreno de CastroDo G1 MG

Goleiro Bruno chora durante depoimento na Assembleia de Minas Gerais. (Foto: Alex de Jesus/O Tempo)Goleiro Bruno chora durante depoimento na
Assembleia de MG (Foto: Alex de Jesus/O Tempo)

O delegado Márcio Rocha, titular da delegacia de homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, disse nesta terça-feira (6) que a participação do goleiro Bruno no assassinato de Graziele Beatriz Leal está "praticamente descartada" e que vai apenas verificar se não havia, realmente, nenhuma ligação entre ele e Graziele. Ela era irmã de Geisla Souza, que, segundo a polícia, tomou conta do filho de Bruno e de Eliza Samudio em junho de 2010. O homicídio ocorreu em janeiro do ano passado, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

O atleta prestou depoimento nesta terça-feira na Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves. Segundo a Polícia Civil, em outubro, Bruno havia sido apontado como mandante do crime por por um dos suspeitos, que está detido. Porém, durante a oitiva, Bruno negou qualquer envolvimento com a morte.

Três homens estão em prisão temporária por suspeita de matar a "babá". O último a ser preso, foi capturado no dia 22 de outubro. Segundo o delegado, naquele dia, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele, disse que Bruno estaria envolvido com o crime.  Conforme a corporação, ele afirmou ainda que o atleta tinha mandado matar Graziele porque ela "sabia demais" e tinha atuado como babá de suas duas filhas com Dayanne.

Para Rocha, o suspeito pode ter citado Bruno no caso para tirar o foco de si. O delegado diz que não pretende mais ouvir o goleiro nessas investigações e que faltam poucas semanas para conclusão do inquérito e indiciamento dos três suspeitos.

Com o depoimento desta terça-feira, o delegado afirmou que a primeira linha de investigação está mantida: a de que os três suspeitos assassinaram Graziele por engano, quando, na verdade, queriam matar sua irmã Geisla, que devia a eles R$ 600. Tanto Geisla quanto os três estavam envolvidos em um mesmo grupo de tráfico de drogas, de acordo com a polícia. O delegado disse que há provas materiais, testemunhais e motivação que sustentam esta tese.

Após o depoimento, Bruno foi levado de volta à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde está preso.

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.

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