Assembleia de MG (Foto: Alex de Jesus/O Tempo)
O delegado Márcio Rocha, titular da delegacia de homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, disse nesta terça-feira (6) que a participação do goleiro Bruno no assassinato de Graziele Beatriz Leal está "praticamente descartada" e que vai apenas verificar se não havia, realmente, nenhuma ligação entre ele e Graziele. Ela era irmã de Geisla Souza, que, segundo a polícia, tomou conta do filho de Bruno e de Eliza Samudio em junho de 2010. O homicídio ocorreu em janeiro do ano passado, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
O atleta prestou depoimento nesta terça-feira na Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves. Segundo a Polícia Civil, em outubro, Bruno havia sido apontado como mandante do crime por por um dos suspeitos, que está detido. Porém, durante a oitiva, Bruno negou qualquer envolvimento com a morte.
Três homens estão em prisão temporária por suspeita de matar a "babá". O último a ser preso, foi capturado no dia 22 de outubro. Segundo o delegado, naquele dia, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele, disse que Bruno estaria envolvido com o crime. Conforme a corporação, ele afirmou ainda que o atleta tinha mandado matar Graziele porque ela "sabia demais" e tinha atuado como babá de suas duas filhas com Dayanne.
Para Rocha, o suspeito pode ter citado Bruno no caso para tirar o foco de si. O delegado diz que não pretende mais ouvir o goleiro nessas investigações e que faltam poucas semanas para conclusão do inquérito e indiciamento dos três suspeitos.
Com o depoimento desta terça-feira, o delegado afirmou que a primeira linha de investigação está mantida: a de que os três suspeitos assassinaram Graziele por engano, quando, na verdade, queriam matar sua irmã Geisla, que devia a eles R$ 600. Tanto Geisla quanto os três estavam envolvidos em um mesmo grupo de tráfico de drogas, de acordo com a polícia. O delegado disse que há provas materiais, testemunhais e motivação que sustentam esta tese.
Após o depoimento, Bruno foi levado de volta à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde está preso.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.
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