06/09/2012 11h37 - Atualizado em 06/09/2012 11h50

Família de Sérgio acredita que crime pode ter sido passional, diz advogada

Primo do goleiro Bruno foi morto com seis tiros no dia 22 de agosto.
Um homem e uma mulher são suspeitos do crime.

Carolina Farah e Pedro TriginelliDo G1 MG

Sérgio Rosa Sales (Foto: Pedro Triginelli/G1)Sérgio Rosa Sales (Foto: Pedro Triginelli/G1)

A família do primo do goleiro Bruno, Sério Rosa Sales, acredita em assassinato por motivação passional, segundo a advogada Adriana Eymar. A  defensora disse ao G1 que os pais, irmãos e avó concordam com esta hipótese, já que Sérgio era jovem e “mulherengo", como ela define. Porém, discordam de parte do depoimento da suspeita, Denilza Cezário da Silva. Segundo a advogada consta no depoimento que Sérgio ficava mostrando suas partes íntimas. “Ele tinha uma personalidade forte e jamais faria esse tipo de coisa”, contou a advogada.

Adriana ressaltou que, mesmo que a versão apresentada pelos suspeitos seja verdadeira, a família diz que o crime foi cruel e que o impasse poderia ter sido solucionado de outra forma. Ainda segundo a advogada, a família está aguardando o momento oportuno para se manifestar.

Um homem e uma mulher estão presos suspeitos de participação na morte de Sérgio. A Polícia Civil fez a reconstituição do assassinato nesta quarta-feira (5). Detalhes sobre as circunstâncias do crime foram revelados pelo delegado Alexandre Campbel. Segundo ele, a mulher relatou à polícia que Sérgio "fez gracejos" para ela no dia 21 de agosto, próximo ao local onde o primo do goleiro Bruno morava. Ela contou o ocorrido para o amante e, no dia seguinte, os dois foram, em uma moto, até as proximidades da casa da vítima. Denilza desceu do veículo e continuou o caminho sozinha. O amante a acompanhou de longe.

Ainda segundo o delegado, Sérgio repetiu os “gracejos” e, a partir deste momento, Oliveira se aproximou. Logo em seguida, ele deu os primeiros disparos contra Sérgio, que tentou fugir. Houve perseguição até que o primo de Bruno tentasse pular um muro, momento em que o amante efetuou os outros disparos. Segundo Campbel, o casal não conhecia o primo do goleiro Bruno e, tampouco, sabia do envolvimento dele com o caso Eliza Samudio.

O suspeito do assassinato tem passagens pela polícia por tráfico de drogas. Denilza é casada, tem quatro filhos, é trabalhadora e não tinha passagem pela polícia. O caso entre eles teria começado há seis meses. Os dois vão responder por homicídio qualificado, segundo o delegado. A moto que foi usada no crime e os capacetes dos dois suspeitos foram apreendidos. Os dois cumprem prisão temporária.

Sérgio Rosa Sales era considerado testemunha-chave no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Ele era um dos oito réus na ação, e foi morto com seis tiros no dia 22 de agosto, no bairro Minaslândia, na Região Norte de Belo Horizonte. Eliza, ex-namorada do goleiro, foi morta, segundo a polícia, em junho de 2010. O corpo dela nunca foi encontrado.

 

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, mas ele respondia o processo em liberdade desde 2008. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Atualmente, Rosa cumpre medida socioeducativa, pois foi apreendido quando ainda era adolescente.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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