28/08/2012 11h14 - Atualizado em 28/08/2012 19h02

Advogado de ex-motorista de Bruno afirma que cliente sofreu 2 atentados

Segundo defesa, fatos não estão relacionadas ao caso de Eliza.
“Ele [Cleiton] ainda corre risco de morte”, diz advogado.

Do G1 MG

Clayton da Silva Gomes, ex-motorista do goleiro Bruno (Foto: Raquel Freitas/G1)Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista do goleiro
Bruno (Foto: Raquel Freitas/G1)

O advogado de Cleiton Gonçalves, Lorivaldo Carneiro, informou na manhã desta terça-feira (28) ao G1 que o ex-motorista do goleiro Bruno sofreu duas tentativas de homicídio entre domingo (26) e segunda-feira (27). De acordo com o defensor, a primeira ocorreu neste domingo, quando Gonçalves foi atingido por um tiro de raspão em um bar de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já sobre a segunda vez, o advogado contou que Gonçalves saía de casa com a namorada quando o carro dele foi atingido por vários disparos. Ele não foi atingido, mas a namorada teve alguns cortes por causa dos estilhaços do vidro.

O primeiro atentado aconteceu cinco dias depois que Sérgio Rosa Sales foi morto a tiros no bairro Minaslândia, na Região Norte da capital mineira.

Para o advogado, a motivação das tentativas de homicídio não tem relação com o caso Eliza Samudio. “Esses dois fatos não tem nada a ver com a situação do caso Bruno. São fatos totalmente isolados”, afirmou Carneiro. Ainda de acordo com ele, os fatos estariam relacionados a motivo passional.

O local em que Gonçalves está não foi revelado pelo advogado. “Ele [Cleiton] ainda corre risco de morte”, diz Carneiro. Questionado sobre o que vai ser feito das tentativas de homicídio, Carneiro afirmou que vai aguardar a investigação da Polícia Civil.

À época do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, Gonçalves chegou a ser preso e não foi denunciado pelo crime de assassinato da ex-namorada do goleiro Bruno. Ele dirigia um carro Land Rover, que pertencia ao jogador, e foi apreendido no dia 8 de junho de 2010 em um blitz de trânsito. Ao iniciar as investigações sobre o desaparecimento de Eliza, a polícia encontrou no carro manchas de sangue da ex-namorada do goleiro. Segundo o advogado, polícia e Ministério Público não encontraram provas da participação de Gonçalves no caso e, por isso, ele foi solto.

O G1 também entrou em contato com Cleiton Gonçalves. Por telefone, ele disse que está bem, mas não quer falar sobre o caso.

Nesta terça-feira (28), o chefe do Departamento de Investigações (DI) da Polícia Civil em Minas Gerais, Wagner Pinto, confirmou apenas uma das tentativas de homicídio. De acordo com Pinto, o ex-motorista do goleiro Bruno foi baleado na noite deste domingo (26) em um bar no bairro Liberdade, na divisa entre as cidades de Contagem e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ainda de acordo com a polícia, Gonçalves foi perseguido por suspeitos, que teriam atirado várias vezes. Ele teria sido atingido por dois disparos no ombro, segundo testemunhas. Os disparos ainda teriam acertado um adolescente na perna. O ex-motorista teria sido socorrido, mas não foi localizado pela polícia em nenhum hospital da Grande BH.

Segundo a Polícia Militar (PM), não há registro de ocorrência com o nome de Gonçalves no bairro Liberdade nesta segunda-feira (27).

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, mas ele respondia ao processo em liberdade. Ele foi morto em 22 de agosto de 2012. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Atualmente, Rosa cumpre medida socioeducativa, pois foi apreendido quando ainda era adolescente.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

 


 

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