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Por Redação do ge — Pequim, China


Cristian Ribera fez a sua estreia nas Paralimpíadas de Pequim 2022 — Foto: Ale Cabral/CPB

A delegação brasileira alcançou marcas importantes na estreia nos Jogos Paralímpicos de Pequim. Na madrugada deste domingo, os seis representantes do Brasil entraram em ação em Zhangjiakou, cidade que fica a 180 quilômetros de Pequim. A esquiadora Aline Rocha teve o segundo melhor resultado da história do país ao terminar a prova longa do esqui cross-country no sétimo lugar.

O banimento de russos e belarussos teve impacto no resultado da competição e quem tirou proveito da situação foram os chineses. Foram quatro medalhas para os donos da casa nas provas de longa distância.

- Os chineses não competem muito, não é? E, quando aparecem, fazem esse estrago. Era de se esperar, mas não sabia que o nível seria tão forte assim. É muito bom estar competindo entre os melhores - comentou Cristian Ribera, que terminou a prova de longa distância na 14ª posição.

Pouco conhecidos, os anfitriões surpreenderam no percurso de 18 quilômetros e por pouco não garantiram um pódio triplo. No masculino, Zheng Peng foi ouro, Mao Zhongwu ficou com a prata e o canadense Collin Cameron foi o terceiro colocado.

Chineses quase completam pódio no esqui cross-country, mas canadense garante o bronze

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Favorito na prova de sprint do esqui cross-country, Cristian Ribera terminou a prova de longa distância na 14ª posição, melhor colocação do Brasil entre os homens. Mais três brasileiros concluíram a prova: Guilherme Rocha ficou com a 19ª posição, Robelson Lula terminou em 20º e Wesley Vinícius dos Santos fechou em 23º lugar.

- O percurso foi bem duro. A gente veio treinando bastante, mas, chega na hora, o cansaço fala um pouco mais alto. Vemos os adversários passando, a gente fica meio nervoso ali, não é? Mas, com certeza, todo mundo deu o seu melhor - afirmou Guilherme Rocha.

O brasileiro Guilherme Cruz Rocha terminou a prova de longa distância na 19ª posição — Foto: Ale Cabral/CPB

Cristian chegou à China como o sexto colocado no ranking mundial. Em janeiro deste ano, o rondoniense conquistou a medalha de prata na prova de velocidade do Mundial Paralímpico de Esportes na Neve, em Lillehammer, na Noruega. Ele ficou atrás apenas de Ivan Golubkov, atleta russo que ficará fora da competição por conta da exclusão anunciada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) um dia antes da cerimônia de abertura.

- Eu fiz o máximo que deu, mas infelizmente não foi o suficiente. A gente sempre quer estar no lugar mais alto, mas eu vou treinar mais para que nas outras provas consiga ir melhor e ainda tenho a competição de sprint - disse Cristian.

Aline Rocha — Foto: Ale Cabral/CPB

Na prova feminina, o percurso foi o mesmo, mas com uma quilometragem inferior: 15 km. Primeira mulher do país a competir em uma edição dos Jogos Paralimpícos de Inverno, Aline Rocha entrou na prova com chance de buscar o bronze, mas também foi pega de surpresa pelas chinesas. A brasileira concluiu o percurso na sétima posição, segundo melhor resultado da história do Brasil na competição - Cristian Ribera foi sexto colocado nos Jogos de 2018.

- Estou muito feliz, é uma emoção imensa participar das Paralimpíadas pela segunda vez. Foi difícil, a subida foi cruel, mas foi muito bom. Espero dar o meu melhor na prova de média distância - disse Aline Rocha.

A multicampeã Oksana Masters, que era a favorita ao título, cruzou a linha de chegada balançando a cabeça insatisfeita com a prata. O lugar mais alto do pódio ficou com a desconhecida Hongqiong Yang, a compatriota chinesa Li Panpan garantiu o bronze.

Andre Barbieri estreia no snowboard cross

Também rolou estreia no snowboard. O gaúcho André Barbieri participou da prova de cross, em que cada atleta realiza três descidas em uma pista com diferentes saltos e obstáculos. O brasileiro, que compete na classe LL1 para atletas com deficiência em uma ou ambas as pernas, fez o 13º melhor tempo (1min18s30) em sua primeira descida e disputa as quartas de final na madrugada de segunda-feira.

- Fiz o que eu tinha previsto. Queria ter acertado o começo e consegui. Foi fantástico. Fui melhor do que dois atletas. Então, está excelente. Era o que esperava e fico feliz por estar na disputa - avaliou André.

Andre Barbieri estreia em Pequim — Foto: Ale Cabral/CPB

Esta é a maior delegação do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Em sua terceira participação nesta competição, o país dobrou o número de competidores em relação à edição anterior, em PyeongChang, na Coreia do Sul, em 2018.

O melhor resultado do Brasil em Jogos Paralímpicos de Inverno ocorreu em 2018, na neve coreana, com a sexta colocação de Cristian Ribera na prova longa, que até então era de 15km.

A estreia do Brasil em Paralimpíadas de Inverno foi em Sochi 2014, na Rússia. Na ocasião, o país teve apenas dois representantes na neve: o snowboarder Andre Cintra e o esquiador Fernando Aranha (cross-country).

Antes de desembarcarem na China, a equipe de esqui cross-country do Brasil realizou uma imersão de três meses no inverno do norte da Europa e na Itália, em treinamentos e competições. Os esquiadores brasileiros desembarcaram na China há oito dias e realizaram treinos no local de competição ao longo da semana.

Para acompanhar o Brasil de perto nas Paralimpíadas de Inverno é só ligar no sportv.

China na liderança

Hongqiong Yang, da China, leva o ouro esqui cross-country sentado de longa distância

Hongqiong Yang, da China, leva o ouro esqui cross-country sentado de longa distância

A China disparou no quadro de medalhas após os dois primeiros dias do evento. Agora, já são 16 pódios, com seis ouros, quatro pratas e seis bronzes, deixando a Ucrânia bem para trás, em segundo lugar com três ouros, três pratas e um bronze. Os resultados podem até ser considerados surpreendentes, já que a China tinha, antes do evento deste ano, só uma medalha na história das Paralimpíadas de Inverno.

Mas a verdade é que a China costuma esconder seus atletas paralímpicos durante todo o ciclo, foi o que o país fez nos Jogos de Verão, ano passado, em Tóquio. Aí a primeira grande competição do atleta acaba sendo as Paralimpíadas, surgindo "do nada" sem ser conhecido pelos seus principais adversários.

Ouro aos 16 anos

Alexandra Rexova, da Eslováquia, leva o ouro no Esqui Alpino Super-G para pessoas com deficiência visual

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Com apenas 16 anos de idade, a eslovaca Alexandra Rexova conquistou a medalha de ouro na prova do esqui alpino na categoria super-g para deficiêntes visuais. Ela derrotou a atual campeã paralímpica, sua compatriota Henrieta Farkasova. O tempo de Rexova de 1m17s01 foi 1s78 abaixo da segunda colocada.

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