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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


Em 2008, quando tentou se classificar pela primeira vez para os Jogos Paralímpicos, Oksana Masters ouviu de um técnico que suas aspirações eram irreais e que jamais seria uma atleta de elite. A ucraniana naturalizada americana de fato não conseguiu uma vaga para competir naquele ano em Pequim, mas quatorze anos depois chega à capital chinesa como estrela da delegação para disputar sua sexta Paralimpíada, entre edições de verão e inverno. Dona de dez medalhas em quatro esportes (biatlo, esqui cross country, ciclismo e remo), ela quer fechar um ciclo na competição.

- Acho que Pequim literalmente fecha um ciclo na minha jornada como atleta paralímpica, porque eu queria muito me classificar para os Jogos de Verão em 2008 e não consegui - lembra Oksana. - Teria sido tão fácil para mim ouvir o treinador e achar que era uma coisa irreal, que eu era muito pequena, que nunca seria uma atleta. Em vez disso, apenas me motivou a provar que eles estavam errados.

Paralimpíadas de Inverno: a jornada de Oksana Masters

Paralimpíadas de Inverno: a jornada de Oksana Masters

Apesar dos feitos extraordinários no esporte, Oksana garante que não tem nenhum talento especial. Nascida na Ucrânia em 1989, três anos após o desastre nuclear de Chernobyl, sofreu com os efeitos da radiação e em função de uma má formação precisou amputar as duas pernas acima do joelho. Adotada por uma americana aos 7 anos após passar por vários orfanatos, Oksana atribui seu sucesso à fé incondicional da mãe.

- Ela é minha heroína. Ela acreditou mais em mim do que eu mesma, antes mesmo de me conhecer. Tanto no esporte quanto na vida, ela acreditou que eu podia ir longe, e eu quis provar que ela estava certa - diz Oksana.

Oksana Masters competiu no esqui cross country e no biatlo nos Jogos de Inverno de PyeongChang 2018 — Foto: Getty Images

Além da amputação das duas pernas, Oksana nasceu sem o polegar, o que a obriga a usar fita adesiva nos punhos para segurar suas luvas de esqui. Pode parecer um grande desafio na transição de suas modalidades de verão para as de inverno, mas para ela é apenas um pequeno obstáculo no caminho rumo ao pódio. Em Pequim, Oksana disputará seis eventos, entre esqui cross country e biatlo.

- Quando estou cansada e sinto que não tenho mais nada a dar e faltam mais quatro voltas ou mais duas voltas, e estou lutando por segundos, eu penso no meu namorado, na minha mãe, em cada pessoa que acredita em mim. É incrível o que a crença em alguém pode fazer e como isso apenas te estimula a querer ser sua melhor versão - finaliza.

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