Rebeca Andrade diz que precisa cuidar do corpo e descarta solo para LA28: "Eu não quero"

Depois do sucesso nos Jogos Olímpicos de Paris, onde conquistou um ouro, duas pratas e um bronze, a maior medalhista olímpica da história do Brasil passou as últimas semanas dedicadas à campanhas publicitárias e compromissos pessoais.

- Passaram as Olimpíadas e não parei. Não estou treinando, mas tenho outros trabalhos. Estou um pouco cansada, mas faz parte. Tenho curtido bastante cada fase que eu poderia aproveitar. Estou muito feliz, isso é o mais importante. Entendo que Los Angeles está logo ali, mas prefiro pensar dia a dia. Para voltar renovada – afirmou Rebeca.

- A prioridade é a minha saúde, física e mental. Preciso cuidar do meu corpo. Sinto que todo dia ele pede isso. Vou ter um ano mais tranquilo ano que vem, já conversei com o Chico (Porath, treinador de Rebeca e da seleção brasileira) – emendou.

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Nesta sexta-feira à noite, Rebeca se encontrou com Nadia Comaneci, ginasta romana dona de nove medalhas olímpicas, sendo cinco de ouro, durante painel da COB Expo, em São Paulo. No encontro, entre elogios recebidos de uma das maiores ginastas de todos os tempos, Rebeca ainda achou tempo para cantar, encantar, falar do passado e do futuro.

- Eu sei que as meninas da seleção precisam de mim. Eu entendo a importância da minha nota. Por isso a minha medalha favorita de Paris é a de bronze por equipes. O Brasil precisava dessa medalha. Então, o momento que eu fiquei mais nervosa foi no salto, que eu fui a última, mas aí eu pensei “respira gata, vamos lá”. Foi o único momento que eu fiquei nervosa – disse.

Sobre o início do ciclo para os Jogos de Los Angeles 2028, Rebeca manteve a decisão de não competir mais no solo, aparelho no qual é a atual campeã olímpica.

-No momento, eu não quero. Talvez porque eu ainda estou muito cansada, sinto muita dor. Só o tempo vai dizer. Mas se for a minha escolha… Eu ainda tenho quatro anos para treinar, eu posso em dois anos fazer apenas dois aparelhos, para depois, talvez, se precisar fazer, eu faça o solo. Eu espero que não precise, eu espero que venham outras meninas super talentosas que façam muito bem. Mas se elas precisarem, se na minha cabeça e no meu corpo eu conseguir, eu vou fazer, mas espero que não precise – concluiu.

Rebeca se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil ao chegar ao sexto pódio nos Jogos de Paris 2024. Hoje a paulista de 25 tem dois ouros, três pratas e um bronze na carreira olímpica que ainda tem mais um capítulo planejado para Los Angeles 2028.

Nascida na Romênia, Nadia Comaneci encantou o mundo nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, quando aos 14 anos se tornou a primeira ginasta a receber a nota 10 em uma edição da competição. Ao todo, foram sete notas perfeitas durante a competição em que conquistou três medalhas de ouro (individual geral, barras assimétricas e trave), uma de prata (equipe) e uma de bronze (solo). Quatro anos depois, em Moscou 1980, despediu-se com mais quatro medalhas, sendo duas de ouro e duas de prata.

A COB Expo é um evento promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e vai até domingo, dia 29 de setembro, em São Paulo. Além de Rebeca e Nadia, já passaram pelo evento outras campeãs olímpicas como Duda e Ana Patrícia, do vôlei de praia, e medalhistas como Caio Bonfim, da marcha atlética. Beatriz Souza e outros medalhistas olímpicos do judô e a surfista Tatiana Weston-Webb, prata nas Olimpíadas de ano, ainda vão passar pela COB Expo neste sábado. A expectativa de público nos cinco dias de COB Expo é de aproximadamente 70 mil pessoas passando pelo local.

REBECA CANTA E NADIA É PEDIDA EM NAMORO

Durante o evento, além dos elogios, chamaram a atenção os momentos em que as ginastas tiveram interação com a plateia. Nadia, por exemplo, chegou a ser pedida em namoro pelo ex-ginasta brasileiro Reinaldo Ferreira Calisque, medalha de bronze no Pan de 1979.

Minutos depois, o show foi de Rebeca, que cantou e ganhou muitos aplausos do público que lotou o auditório da COB Expo. A própria romena brincou e parabenizou os talentos de Rebeca.

- Eu não sei o que ela não sabe fazer. Ela canta, ela dança, ela cozinha e ela faz ginástica – disse Nadia.

Questionada se tinha o torcedor brasileiro nas mãos em razão do carisma que possui, Rebeca disse que a conquista dela atingiu outro lugar.

- Não acho que tenho as pessoas na mão. Acho que tenho o coração das pessoas. As pessoas se conectam comigo pelo que eu sou. Uma pessoa comum como elas que passou pelo que passou. Acredito muito nisso, a pessoas que faz você continuar acreditando no que quer. A vida não é um morango. É um limão e a gente faz um suquinho – afirmou Rebeca.