Uma semana após ter sido atingido com uma pedra na cabeça durante festa na Universidade de São Paulo (USP), o médico Benício Orlando Saraiva Leão Filho permanecia internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas (HC) da universidade. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (11) ao G1 pela assessoria de imprensa da unidade médica da USP.
Na madrugada de sexta-feira (4) passada, o médico sofreu traumatismo craniano depois que uma pessoa não identificada atirou uma pedra nele durante uma discussão por causa de uma bicicleta. Ele tem 39 anos de idade e é ex-aluno da universidade.
Câmeras de segurança instaladas no prédio da reitoria da USP gravaram o ataque. O SPTV teve acesso a elas e a divulgou nesta semana. A Polícia Civil investiga o caso para tentar identificar o agressor, que estava acompanhado de outras pessoas. Naquela ocasião acontecia uma festa na Cidade Universitária, que não teria autorização para ser realizada.
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Nas filmagens é possível ver o momento em que a roda da frente do carro dirigido por Benício esbarra na bicicleta estacionada perto de outro veículo numa praça da Escola de Comunicação e Artes (ECA).
Em seguida, dois homens aparecem e falam com ele. Antes que a dupla se afastasse, o médico desce do automóvel e volta a falar com a dupla, mas parece que a conversa vira uma discussão.
Nas imagens, o médico chega a fazer gestos que parecem ameaçar os dois homens, que também partem para cima. Mais pessoas aparecem durante a briga. Em seguida, o médico tenta se proteger no meio dos carros, mas é atingido por uma pedra.
O vídeo mostra quando Benício cai e o grupo se afasta, mas os dois homens entram no carro do médico. Segundo a família, os agressores roubaram a mochila e o celular dele. Menos de 30 segundos depois, dois guardas da reitoria aparecem no lado de dentro do portão.
Investigação
As imagens gravadas pelas câmeras de segurança da USP são a principal pista da polícia para tentar identificar os agressores. A família de Benício pede que testemunhas procurem a polícia para dar mais detalhes sobre o caso e reclama de falta de policiamento.
"A USP é local onde ele conseguiu a maior conquista da vida dele que foi o diploma de médico da USP e infelizmente é o mesmo local que tá correndo o risco de tirar a vida dele, dada a falta de policiamento nesse local", afirmou Daniele Leão, irmã do médico.
A USP informou que os guardas da reitoria chamaram reforço e também acionaram a polícia logo que identificou a briga. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), a polícia vai analisar as imagens de câmeras para ajudar a esclarecer o caso. A pasta reiterou que os índices criminais na USP apresentaram queda nos últimos dez meses.
Neste ano, vários crimes foram registrados na universidade. Sequestros-relâmpagos, assaltos e agressões em plena luz do dia. Em julho, uma jovem de 17 anos foi estuprada na praça do relógio, às 18h. Em setembro, um estudante foi baleado na faculdade de letras depois de reagir a um assalto.
Nos dois episódios, a SSP prometeu policiamento comunitário na cidade universitária. O plano de segurança foi colocado em prática, mas não completamente. Até agora, a base fixa da PM ainda não foi montada. Algumas pessoas já se sentem mais seguras.