16/10/2012 17h32 - Atualizado em 16/10/2012 17h39

Quatro federais do RS terão de mudar vestibular para cumprir cotas em 2013

Lei prevê reserva de 12,5% das vagas para cotistas já no próximo ano.
Apenas três universidades do estado já cumprem este percentual mínimo.

Gabriel CardosoDo G1 RS

Apenas três das sete universidades federais do Rio Grande do Sul não precisarão reformular seus processos seletivos para o ingresso de novos estudantes em 2013. Elas já cumprem o percentual mínimo de 12,5% das vagas reservadas a cotistas de ações afirmativas, conforme determina a lei publicada na segunda-feira (15) no Diário Oficial da União.

O decreto garante a reserva de 50% das vagas nas universidades federais em um prazo progressivo de até quatro anos para estudantes egressos de escolas públicas, de baixa renda, autodeclarados negros ou pardos e indígenas.

De acordo com a lei, 12,5% das vagas de cada curso e turno já deverão ser reservadas aos cotistas nos processos seletivos para ingressantes em 2013. O índice sobe a cada ano, sendo de 25% em 2014, 37,5% em 2015 e chegando a 50% em agosto de 2016.

Pelo menos cinco universidades do estado já fazem uso do sistema de cotas no processo de seleção dos cursos. Porém, quatro deles ainda não garantem o cumprimento de 12,5% das vagas, e terão que passar por adaptações para cumprir a lei. Todas as federais do estado já estudam o assunto. Confira abaixo a situação de cada uma delas.

Veja a situação nas federais gaúchas

UFRGS: Atualmente, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul destina 30% das vagas para cotistas. São 15% para autodeclarados negros e 15% para alunos de escolas públicas. A universidade já começou a elaborar estudos para decidir como se adaptar ao decreto. O sistema seletivo é o vestibular.

UFSM: Desde 2008, a Universidade Federal de Santa Maria destina 20% de suas vagas para alunos de escolas públicas: 15% para afrodescendentes, 5% para pessoas com deficiência e mais 10 vagas para indígenas. A administração da UFSM já estuda o decreto para verificar quais mudanças são necessárias. A universidade aplica vestibular. A nota do Enem equivale a 20% do escore do candidato.

FURG: A Universidade Federal do Rio Grande não destina um número específico de vagas para cotistas. Estudantes de escolas públicas recebem um suplemento de 4% sobre a nota do Enem. Afrodescendentes estudantes de escolas públicas e deficientes ganham uma bonificação de 6%. O sistema de seleção passará por ajustes, embora a universidade tenha admitido em seu último processo seletivo 69% de alunos de escolas públicas. O Enem é o sistema de avaliação.

Unipampa : Desde 2009, a Universidade Federal do Pampa destina 50% das vagas para cotistas. São 30% para alunos de escolas públicas, 10% para afrodescendentes de escolas públicas, 6% para alunos com necessidades especiais e 4% para indígenas. O sistema seletivo é feito pelo Enem, e a universidade já estuda adaptações.

UFPel: A Universidade Federal de Pelotas não trabalha com sistema de cotas. A partir do decreto, um estudo será feito para atender a determinação. O sistema de seleção é feito pelo Enem.

UFCSPA: A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre não trabalha com cotas. O Conselho Universitário se reúne dia 8 de novembro para definir como a nova lei será atendida. A determinação será cumprida, mas ainda não existe definição. O Enem é o sistema de seleção.

UFFS: A Universidade Federal da Fronteira Sul ainda não implementou a reserva de vagas para cotistas. O processo de seleção, via Enem, prevê a bonificação de 10% na nota final para cada ano do Ensino Médio cursado em escola pública, até o limite de 30%. Segundo a universidade, 94% dos estudantes da instituição são oriundos de universidades públicas. Na próxima semana, a gestão deve definir como será feito o processo seletivo para se adaptar à nova lei.

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