Ao comentar nesta segunda-feira a regulamentação da chamada Lei de Cotas, a presidente Dilma Rousseff disse que o propósito do governo é ampliar para negros e índios o acesso às universidades e aos institutos federais para os jovens das escolas públicas.
A lei, publicada no 'Diário Oficial da União' desta segunda-feira, prevê que universidades e institutos técnicos públicos federais reservem no mínimo 50% das vagas para estudantes egressos da rede pública, considerando a renda familiar e a distribuição proporcional dessas vagas entre negros, pardos e indígenas.
'Essas universidades e os institutos estão entre os melhores do país e, muitas vezes, as pessoas vindas das escolas públicas têm dificuldade de ter acesso à universidade pública. Por isso, essa lei contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os nossos jovens mais pobres', disse a presidente em seu programa semanal de rádio 'Café com a Presidenta'.
A manifestação da presidente sobre a nova lei ocorre em meio à expectativa de mais anúncios, em meados de novembro, de políticas de ações afirmativas com a finalidade de combater a desigualdade racial.
Reportagem publicada pelo jornal 'Folha de S. Paulo' no domingo informou que o governo estuda estender o sistema de cotas raciais para o funcionalismo público federal.
De acordo com o jornal, o pacote de ações contém três eixos - 'trabalho', 'educação' e 'cultura/comunicação' - e atingirá cargos preenchidos por concurso e nomeação política. As propostas preveem metas de vagas públicas para negros e incentivos a empresas que fizerem o mesmo.
(Bruno Peres | Valor)