Desde que a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) aderiu ao movimento nacional de greves e paralisou suas atividades, há exatos três meses, o panorama nas instituições federais de ensino gaúchas segue inalterado. Com a exceção dos alunos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e do curso de Economia na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), os calendários acadêmicos das universidades restantes permanecem indefinidos. UFRGS, UFSM, UFPEL e a FURG não tiveram oficialmente o primeiro semestre letivo encerrados.
Na maior universidade federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, os professores decidiram encerrar a greve em assembleia no dia 6 de agosto. O novo cronograma de matrículas para o segundo semestre será definido no dia 22 de agosto, após reunião do Conselho de Extensão e Pesquisa (CEP). A instituição já levantou a possibilidade de que as aulas sejam estendidas até janeiro de 2013. Os servidores da universidade seguem em greve.
No Rio Grande do Sul aderiram ao movimento a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).
Acompanhe a situação em cada uma das universidades
UFRGS
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 100% dos professores participam da greve. Por conta disso, os professores não finalizaram as notas dos alunos e nenhum curso teve finalizado oficialmente o primeiro semestre. Enquanto os profissionais filiados ao Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs) iniciaram a paralisação no dia 13 de julho, os filiados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) não dão aulas desde o dia 29 de junho.
Segundo a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), um ofício foi encaminhado aos docentes no dia 10 de agosto recomendando que as atividades letivas interrompidas durante a greve fossem realizadas no período de 13 a 21 deste mês, incluindo as avaliações. A UFRGS afirma que ninguém perderá o semestre, com o processo de matrícula sendo efetuado após a entrega de todos os conceitos. O vestibular não sofrerá alterações no cronograma.
UFSM
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou a paralisação no dia 28 de maio. A instituição avalia que 75% do período letivo foi perdido. Segundo a assessoria de imprensa da UFSM, cerca de 45% dos professores da unidade de Santa Maria e 100% em Frederico Westphalen e Palmeiras das Missões aderiram à greve. A volta às aulas da graduação só ocorrerá após a definição do novo calendário. Alunos de Ensino a Distância e de pós-graduação retornam às atividades no dia 20 de agosto.
UFPEL
Em Pelotas, os professores da UFPEL iniciaram a greve no dia 26 de junho. De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel), a adesão é superior a 90%. O curso de Economia manteve suas atividades e já tem aulas neste semestre. A associação informa que alguns professores lecionam nas faculdades de Direito e Medicina (esta precisa seguir o cronograma estabelecido pelo calendário acadêmico, pois tem compromissos assumidos com os hospitais, no que se refere à residência médica). A reposição das aulas só será definida após o término do movimento.
A UFPEL extinguiu o Vestibular. O ingresso se dá pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que obedece às normas do Ministério da Educação (MEC). As matrículas dos novos alunos foram realizadas sem transtornos. No entanto, como o semestre ainda não foi encerrado, os estudantes antigos não puderam se rematricular.
FURG
Na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a paralisação completa nesta sexta-feira três meses. Cerca de 85% dos professores aderiram ao movimento e, oficialmente, o período letivo não foi encerrado. A reposição das aulas só ocorrerá após a definição do novo calendário.
UFSCPA
Na UFSCPA, a greve começou no dia 20 de julho, mas o recesso ocorreu de 14 de julho a 27 de julho. Desde 6 de agosto está com seu funcionamento normal. A paralisação, que afetou apenas a primeira semana do segundo semestre, será reposta com horas extras ou trabalhos, mas não em dias.
UNIPAMPA
Na Unipampa, a greve começou em 17 de maio, afetando aproximadamente 65 dias letivos. A previsão é de que, após o encerramento da paralisação, o calendário acadêmico seja reorganizado e aprovado pelo Conselho Superior Universitário (Consuni). Com isso, será garantida a reposição das aulas, já que o primeiro semestre não foi oficialmente encerrado. A universidade não realiza vestibular. O ingresso anual se dá por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU).
O G1 tentou contatar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), mas não obteve respostas. Na IFRS, conseguiu contato apenas com o campus de Bento Gonçalves, que está em greve desde o dia 25 de junho.