A câmara baixa do Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira (4) os planos do governo de se juntar à campanha militar internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico na Síria.
Dos 598 parlamentares que participaram da votação, 445 votaram a favor, 146 contra e sete se abstiveram.
A missão vai incluir o envio de seis jatos de reconhecimento Tornado, uma fragata para ajudar a proteger o porta-aviões francês Chales de Gaulle, aeronaves e reabastecimento e até 1,2 mil militares.
A Alemanha não irá realizar bombardeios na Síria – o que já é feito por Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
O Reino Unido foi o último país a se juntar aos bombardeios, que começarm nesta quinta-feira (3) e atingiram campos de petróleo na Síria.
As operações ocidentais não são coordenadas com Moscou, acusada de não atacar somente o EI, como também os rebeldes sírios não jihadistas para ajudar o regime do presidente Bashar al Assad, seu aliado.
Transição política
Os países ocidentais descartam enviar tropas terrestres à Síria, apesar de Washington anunciar sua intenção de mandar centenas de soldados das forças especiais ao Iraque e à Síria.
O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu na quinta-feira a presença de tropas terrestres árabes e sírias para combater o EI, durante uma reunião ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), em Belgrado.
"Todo o mundo sabe que, sem a capacidade de encontrar tropas terrestres dispostas a se opor ao Daesh (acrônimo do EI em árabe), o conflito não poderá ser vencido completamente apenas com os bombardeios", declarou Kerry.
Ele explicou que pensa em tropas "sírias e árabes", e não ocidentais, embora tenha afirmado que os Estados Unidos poderão enviar 50 unidades de suas forças especiais à Síria.
"Se conseguirmos pôr em marcha uma transição política, permitiremos que todas as nações e entidades se unam, o Exército sírio junto com a oposição... junto com Rússia, Estados Unidos e outros para ir lutar contra o Daesh", disse Kerry.
Além da luta antijahdista, os ocidentais asseguram que fazem todo o possível para obter uma transição política na Síria.
"Imaginem com que velocidade se eliminaria essa praga (o EI), no espaço de alguns meses, se fôssemos capazes de conseguir essa resolução política", insistiu o secretário de Estado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou uma reunião internacional em Nova York para encontrar uma solução política para o conflito que assola a Síria desde 2011.