Na Turquia os líderes das 20 maiores economias do mundo prometeram mais cooperação para combater o terrorismo.
Como a Turquia é um dos países que mais convivem com o terrorismo, e principalmente depois do atentado que em outubro matou mais de cem pessoas na capital do país, a reunião do G-20 já tinha um certo caráter antiterrorismo antes mesmo do que aconteceu na sexta-feira (13).
Mas os ataques em Paris tornaram a discussão muito mais acalorada e urgente. O primeiro-ministro David Cameron revelou que o serviço secreto britânico já impediu sete atentados no Reino Unido em 2015. Sendo que o último foi em outubro.
Na declaração final do encontro, os líderes dos 20 países reunidos em Antalya prometeram mais cooperação e troca de informações, principalmente para acabar com as fontes de financiamento aos grupos extremistas.
A presidente Dilma Rousseff disse que a ação militar, por si só, não resolve, e que é preciso combater o extremismo em várias frentes. “Em algum locais no mundo a pobreza ajuda bastante aos movimentos terroristas quando se trata de recrutamento”, disse a presidente.
Como ficou ainda mais claro na Turquia durante as reuniões do G-20, um grande obstáculo no combate ao Estado Islâmico é o abismo que existe hoje entre as grandes potências militares do mundo - divididas entre aquelas que defendem o ditador sírio Bashar al-Assad, como é o caso da Rússia, e as que querem derrubar o ditador, representados pela aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
Só que nesta segunda-feira (16), depois de dois dias de encontros, apareceram, finalmente, os primeiros sinais de que esse abismo diplomático pode estar diminuindo.
Durante três dias, foi só pressão em cima de Vladimir Putin. No domingo (16), Barack Obama e o anfitrião Recep Erdogan. E nesta segunda, foi quase uma fila: o rei saudita, os primeiros-ministros da Grã-Bretanha, Alemanha, Itália.
E no fim, o presidente russo surpreendeu: disse que a Rússia já fez contato com a oposição síria e para fazer ataques conjuntos contra o Estado Islâmico. Se levar o plano adiante, Putin vai apoiar ao mesmo tempo o ditador e os rebeldes que querem derrubá-lo. Mas, por fim, passa a combater o terceiro e grande inimigo em conjunto com as potências ocidentais.
Já Obama apoiou os bombardeios feitos no domingo pela França, mas não apresentou grandes novidades. Considera que o Estado Islâmico não é um inimigo convencional e por isso descartou de novo a possibilidade de mandar soldados americanos para combater os bárbaros por terra.
“Não adianta só retomar e ocupar o território perdido”, disse Obama. Em outras palavras, o presidente americano disse que é preciso eliminar as condições que fazem surgir novos extremistas todo santo dia.
Os líderes mundiais também demonstraram preocupação unânime com uma possível reação negativa contra os refugiados após os ataques na França.
"As pessoas que estão fugindo da Síria são as que mais sofrem as consequências do terrorismo, disse Obama. "Não podemos fechar nossos corações para essas vítimas", ele concluiu.