Líderes e representantes de cinco associações de pescadores de cidades ao longo do Rio Doce receberam, nesta quinta-feira (09), cartões de débito entregues pela Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton. Segundo a mineradora, a entrega aconteceu em eventos realizados simultaneamente nas cidades de Resplendor (MG) e Colatina (ES) e será ampliada a todos os 37 municípios ao longo do Rio Doce. A medida faz parte de ação emergencial para minimizar os impactos econômicos causados em populações que dependiam diretamente do Rio Doce para a subsistência e que foram prejudicadas devido ao rompimento de uma barragem de rejeitos de minério, em Mariana (MG).
O coordenador do programa emergencial para as cidades mineiras, Alysson Werneck, explicou que este plano emergencial tem a duração de seis meses e é fruto de um Termo de Compromisso Socioambiental firmado entre a Samarco, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho.
Ainda de acordo com o coordenador, nesta quinta-feira foi realizada a entrega simbólica aos líderes e a partir desta sexta-feira (11) já estão disponíveis para serem entregues 120 cartões. “Foi determinado um valor de um salário mínimo para ser distribuído a cada um dos pescadores e cada um dos registrados da comunidade ribeirinha. Além disso será adicionado 20% para cada um dos dependentes e um valor equivalente a uma cesta básica”, explicou Alysson Werneck. Ele informou ainda que o cartão pode ser utilizado em compras, o valor pode ser sacado ou mesmo transferido para outra conta.
Segundo o representante da Samarco, uma empresa especializada foi contratada e já está em campo fazendo cadastramento dos pescados e famílias ribeirinhas. Ele disse ainda que todos os cartões estão registrados com data retroativa ao dia 5 de novembro, quando a barragem se rompeu.
na presença de pescador (Foto: Zana Ferreira/ G1)
O presidente da colônia de pescadores de de Governador Valadares Rodolfo Zulske foi um dos líderes que já recebeu o cartão. Segundo ele, como medida emergencial a ação satisfaz os trabalhadores que viviam da pesca no Rio Doce. O pescador acredita que em seis meses o Rio não estará recuperado, por isso essa medida é apenas inicial e novas medidas serão necessárias.
O coordenador do programa emergencial Alysson Werneck pontuou ainda que por meio do cadastramento que está sendo realizado será possível identificar outros grupos afetados, como de produtores rurais. Por meio do levantamento serão estudadas novas ações que atendam os demais atingidos. Sobre a comunidade indígena, ele afirmou que os cartões já serão disponibilizados para aqueles que comprovarem que viviam da pesca.