18/11/2015 19h52 - Atualizado em 18/11/2015 19h55

Vale afirma que entregou 2,2 milhões de litros de água em MG e ES

A empresa diz que, ao todo, comprou 14,5 mi de litros de água mineral.
Mineradora afirma que prevê perfuração de poços em locais atingidos.

Do G1, em São Paulo

Vale distribui água em municípios de MG e ES após rompimento de barragem em Mariana (Foto: Divulgação / Vale)Vale distribui água em municípios de MG e ES após rompimento de barragem em Mariana (Foto: Divulgação / Vale)

A Vale informou nesta quarta-feira (18) que disponibilizou 2,2 milhões de litros de água mineral em municípios de Minas Gerais e Espírito Santo afetados pela contaminação do Rio Doce, após o rompimento de uma barragem da Samarco - cujos donos são a mineradora brasileira e a anglo-australiana BHP.

 

"Ao todo, a Vale comprou 14,5 milhões de litros de água mineral, que estão sendo entregues por fornecedores contratados", disse a empresa em comunicado.

O rompimento de uma barragem de rejeitos de minério da Samarco aconteceu no dia 5 de novembro e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais. A lama já chegou ao município de Baixo Guandu e também deve afetar Colatina e Linhares.

A Vale afirma que, além da água mineral, a disponibilizou outros 600 mil litros de água potável, enviados em caixas d'água lacradas, transportadas pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. "Metade da água potável já está em Governador Valadares (MG) e aguarda a liberação pelas autoridades competentes para ser distribuída. A outra metade foi direcionada para as cidades de Colatina e Baixo Guandu, no Espírito Santo e Resplendor, Aimorés e Itueta, em Minas Gerais."

A Vale também diz que disponibilizou, desde o último dia 9, caminhões-pipa a serviço da Samarco para abastecimento da população de Colatina.

Ainda de acordo com o comunicado da mineradora, equipes da Vale e da Samarco estão abrindo poços em Colatina, em busca de "fontes alternativas de captação de água para ajudar a manter o abastecimento do município". A previsão é perfurar seis poços. As empresas estudam ainda a opção de captar água da lagoa do Limão e do Rio Pancas.

Vale diz que não há 'responsabilidade solidária'

Moradores de Mariana ainda sofrem consequências do desatre ambiental (Foto: Reprodução/G1)Moradores de Mariana ainda sofrem consequências do desatre ambiental (Foto: Reprodução/G1)

Em teleconferência a investidores e acionistas nesta semana, o diretor-executivo de finanças e relações com investidores da mineradora, Luciano Siani Pires, afirmou que a empresa está focada em atender aos atingidos pela tragédia, mas não vê "responsabilidade solidária" da Vale pelo rompimento da barragem da Samarco.

“O nosso entendimento é que não há responsabilidade solidária por parte Vale, no entanto a Vale vai buscar apoiar a Samarco e as comunidades de forma proativa e humana”, disse.

Falando sobre a governança da Samarco, Siani afirmou que não há “interferência de gestão”, como prevê o acordo de acionistas, mas explicou que existem comitês de assessoramento.

“É uma independência completa e a influência da Vale e da BHP se dá através do conselho de administração, estabelecendo diretrizes que a empresa deve seguir. Temos comitês de assessoramento, consultivos, através dos quais, por exemplo, nós acompanhávamos os reportes da situação das barragens da Samarco”, disse Siani, acrescentando que a situação deverá ser modificada.

“É claro que, daqui pra frente, tendo em vista que o impacto dos acidentes se localizou muito no entorno das comunidades diretamente associadas à Vale, é natural que a Vale tenha um envolvimento mais intenso. Mas no passado realmente a relação da Vale com a Samarco é esta que eu descrevi.”

Na segunda-feira (16), houve um protesto no Rio de Janeiro para cobrar punição ao desastre ambiental. Manifestantes caminharam até o prédio da Vale, levando cartazes com fizeram trocadilhos como o nome da empresa. "Vale nada" e "Quanto Vale a vida?" eram alguns dos dizeres.

Manifestante pinta parede da sede da Vale, no Centro do Rio (Foto: Cristina Boeckel/G1)Manifestante pinta parede da sede da Vale, no Centro do Rio (Foto: Cristina Boeckel/G1)
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