A Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo informou que vai lavrar uma multa à Samarco. Segundo o secretário Rodrigo Júdice, o valor ainda não foi calculado, mas vai ser proporcional ao patrimônio da empresa, bem como ao dano causado.
Nesta manhã, a usina de Mascarenhas, em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo, abriu três comportas. Esta é uma estrategia adotada para diminuir os efeitos da enxurrada de lama das barragens da Samarco.
A reportagem sobrevoou a região e, no final da manhã, os rejeitos de mineração estavam na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais, na cidade de Resplendor, a 43 km de Baixo Guandu. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vai emitir uma nova previsão da chegada da lama, nesta tarde.
O rompimento de duas barragens de rejeitos aconteceu na quinta-feira (5) e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A lama também chegará ao Espírito Santo e deve afetar o abastecimento de água de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.
Assim que a lama chegar ao primeiro município capixaba, o abastecimento de água será interrompido. A Defesa Civil e os bombeiros monitoram a região que margeia o Rio Doce. O nível já começou a ficar mais elevado, entre 30 e 40 cm, e, por isso, a preocupação é retirar a população que vive às margens do leito.
Água turva
Em Baixo Guandu, por volta das 5h, alguns moradores começaram a chegar na ponte sobre o Rio Doce para esperar pela chegada da lama, mas só viram a água mais turva.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que esta água turva, que vem antes da lama, chegou ao município por volta das 22h desta segunda-feira (9).
A turbidez identificada anteriormente pelo Saae trata-se da água vinda da barragem de Aimorés, que, como aconteceu em outras cidades, chega, em média, 24 horas antes da onda de lama.
O tratamento de água no município de Baixo Guandu segue normal, nesta terça-feira (10).
Liminar
O Ministério Público Federal (MPF-ES) e o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) obtiveram uma liminar da Justiça que obriga a Samarco Mineração a fornecer um helicóptero para sobrevoar a porção capixaba do Rio Doce. A empresa foi procurada pelo G1 e informou que a aeronave já foi disponibilizada.
Água potável
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informou, nesta segunda-feira (9), que a Samarco tem que distribuir água aos moradores e monitorar o rio.
A determinação do Instituto é para que a empresa dê todo o apoio necessário aos municípios e aos cidadãos capixabas que forem atingidos pela onda de lama. Em nota, a Samarco informou que está atenta a qualquer repercussão no Espírito Santo.
Monitoramento
Uma empresa contratada pela Samarco está coletando amostras ao longo do Rio Doce no Espírito Santo. Eles estão medindo a qualidade da água antes e depois da chegada dos rejeitos. À reportagem, eles disseram que não estão autorizados a falar mais sobre os trabalhos.
Governador
O governador Paulo Hartung sobrevoou a região Noroeste do estado na manhã desta segunda, de onde coordena as ações que buscam amenizar os impactos dos rejeitos.
Governo federal
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, colocou à disposição do governo do Espírito Santo as ações federais para enfrentar a chegada ao estado dos rejeitos de mineração.
Colatina
Carros-pipa começaram a abastecer bairros de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, que pararam de receber água tratada no volume regular. O prefeito Leonardo Deptulski informou, nesta terça-feira (10), que a população começou a estocar água e, por conta disso, as áreas mais altas da cidade estão com o abastecimento comprometido.