A mais recente vítima fatal da dengue no Rio de Janeiro é uma menina de 11 anos, moradora de São Gonçalo, na Região Metropolitana. Ela teve dengue hemorrágica. No bairro onde morava, os vizinhos estão apreensivos. “Não gosto nem de pensar se fosse com minha filha ou com minha neta”, teme uma senhora.
Segundo o Ministério da Saúde, o Rio foi o estado que teve o maior número de casos de dengue entre janeiro e novembro. Mas o Amazonas é o lugar onde mais cresceu: foi registrado um aumento de 879% nos casos da doença este ano em relação ao mesmo período do ano passado.
O que preocupa os especialistas nesse momento é um novo tipo do vírus da dengue, identificado em Roraima no início do ano e que já chegou ao Rio de Janeiro.
“A pessoa não desenvolve dois episódios de dengue, um seguido do outro. Então, o risco é você adquirir um determinado tipo de vírus, o 1, e alguns meses ou anos depois você desenvolver outro tipo de dengue por outro tipo de vírus. Aí a chance de complicações aumenta ligeiramente”, alerta o médico sanitarista Alexandre Chieppe, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
Historicamente, as epidemias costumam começar no Rio e depois se espalham pelo país. Na quarta-feira (14), o prefeito da cidade, Eduardo Paes, anunciou que os donos de imóveis que não abrirem as portas para os agentes que combatem focos do mosquito podem ser multados em até R$ 3 mil, além daqueles que tiverem criadouros em casa.
Locais que acumulam água, como jarros de planta, bandejas de ar-condicionado e pneus, são alguns dos focos mais comuns do mosquito da dengue. “Em 80% a 90% dos focos de mosquitos através do nosso estudo foram identificados dentro ou próximos às nossas residências”, aponta o sanitarista Alexandre Chieppe, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio.