Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade

O Posto Oceânico da Ilha da Trindade (POIT) é um destacamento isolado do 1° DN, sob a responsabilidade do Estado-Maior. São tarefas do Destacamento do POIT:

  1. Manter a ilha ocupada e garantir a posse dessa fração do Território Nacional;
  2. Realizar observações meteorológicas, meregráficas, e outras atividades de natureza técnica, segundo as normas e instruções emitidas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação;
  3. Executar ação de vigilância, no que diz respeito ao movimento de navios e aeronaves nas proximidades da ilha;
  4. Cooperar no acompanhamento do tráfego marítimo;
  5. Preservar as características ecológicas da ilha e do ambiente marinho circulante, contribuindo para a proteção do meio ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas; e
  6. Servir de base de apoio a grupos que realizem na área atividades autorizadas ou determinadas pelo Comandante do 1° DN.

A Ilha localiza-se na extremidade oriental da cadeia de montanhas submarinas Vitória-Trindade.

Surgiu a 3 milhões de anos de uma zona de fraturas que se estende desde a plataforma continental brasileira. Trindade possui uma extensão de 9,2 Km2, fortemente acidentada, com elevações que atingem até 600m.

Devido a sua origem vulcânica, a presença de lavas, cinzas e areias vulcânicas podem ser constatadas. A última erupção vulcânica foi há aproximadamente 50 mil anos.

O clima é do tipo oceânico tropical. A temperatura média anual é de 25,2° C, sendo o mês de Fevereiro (30,2° C) o mais quente do ano, e o de Agosto (17,3° C) o mais frio. Entre os meses de Abril a Outubro, a ilha sofre invasões periódicas de frentes frias, provindas do Polo (em geral, uma por semana).

Até 1850, a ilha era coberta em 85% de sua extensão por um floresta de árvores "Colubrina Glandulosa", de 15m de altura e 40cm de diâmetro de tronco.

A introdução de animais não endêmicos (caprinos, suinos, ovinos, etc.) e o corte indiscriminado das árvores, levou a extinção total das mesmas, provocando forte erosão em toda ilha com perda de cerca de 1 a 2m de solos férteis. O efeito dessa devastação deixou visivelmente prejudicada a vazão d’água dos córregos, com o esgotamento de várias nascentes.

A ilha concentra um grande número de aves marinhas, caranguejos e tartarugas marinhas.

As águas que a circundam são pertencentes à Corrente do Brasil, com alta salinidade (37g/K) e ricas em peixes finos (badejos, xaréus, garopas, barracudas, etc.).

  • 1501 – Descobrimento pelo navegador português João Nova.
  • 1700 – Visita pelo astrônomo inglês Edmund Halley.
  • 1775 – Visita pelo naturalista inglês James Cook.
  • 1783 – Ocupada pelo português Capitão-de-Mar-e-Guerra José de Mello Brayner. Expulsou piratas ingleses e estabeleceu uma colônia com cerca de 150 pessoas. Introduziu animais e começou a retirada de madeira produzida pela árvore "Colubrina", confundida com o "Pau-Brasil", por ser vermelha e duríssima. A ocupação durou 12 anos, e terminou com a desistência dos portugueses em fazer a colonização da ilha.
  • 1839 – Visita pelos botânicos ingleses Dalton Hooker e Sir Clark Ross.
  • 1876 – Visita pelos cientistas ingleses John Murray, T. H. Tizard. H. Moseley, e M. A. Buchanam.
  • 1882 – Passa a fazer parte do território brasileiro.
  • 1895 – Ocupada pelos inglêses com a justificativa de estabelecerem uma estação de cabo-submarino, para ligação da Inglaterra com a Argentina.
  • 1897 – Após o rechaçamento via diplomática pelo Brasil da ocupação inglêsa, e NE "Benjamim Constant" é deslocado para a ilha, e coloca um marco de soberania, hoje localizado em frente a Casa da Chefia, com os seguintes dizeres: "O direito vence a força".
  • 1910 – Visita da Divisão de Cruzadores, composta pelos navios "República e Andrada", que erigiu um monumento de granito, o monumento do Andrada, na praia que recebeu o mesmo nome, com o propósito de afirmação do domínio brasileiro sobre a Ilha da Trindade.
  • 1916 – Ocupada por brasileiros pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial. Ao término da guerra foi desguarnecida.
  • 1924 – Ocupada por brasileiros para servir com presídio político até
  • 1928. Nessa época foi colocada a imagem de N. S. de Lourdes na gruta que recebe o mesmo nome.
  • 1941 – Ocupada por brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial. Ao término da guerra foi novamente desguarnecida.
  • 1950 – Visitada pela expedição conhecida com o nome de seu chefe "João Alberto", com a finalidade de planejar uma colonização, construir uma base aeronaval, e procurar prováveis tesouros de piratas.
  • 1957 – Ocupada por brasileiros da Marinha do Brasil com a criação da OM "POIT", subordinada a DHN.
  • 1986 – Deixa de ser OM, e passa para Subordinação do 1° DN.

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