Marcado pelos papéis galanteadores das última três décadas, Humberto Martins, de 63 anos de idade, celebra a oportunidade de explorar novas vertentes de sua carreira com a entrada no elenco de O Auto da Compadecida 2. Na pele do Coronel Ernani, ele encarna um vilão desprendido de estética, candidato à prefeitura da pacata Taperoá.
Depois do rude Feitor Bruno, da novela Sinhá Moça, de 2006 - que deu até medo no ator em se envolver amorosamente na trama e virar galã -, ele comemora a nova chance fora da curva de sua trajetória de romances nas telas. "Foi minha segunda oportunidade de poder descaracterizar o meu ser como ator e essa coisa de galã de novela", declarou.
Em entrevista exclusiva, Humberto refletiu sobre a experiência de fugir do estereótipo 'galanesco' que o acompanha desde o início da carreira, na pele do pai rabugento de Clarabela, vivida por Fabiula Nascimento. "Quando tenho personagens assim, fico com muita vontade de fazer. Não que não tenha vontade de fazer os outros, porque também trazem sua bagagem psicológica por ser outro ser humano. Sendo vários contemporâneos, você tem composição diferente, base psicológica e dá para construir característica física diferente. Mas quando é bastante tinta forte, dá para brincar", afirmou.
E o que aprendeu com esse papel? "Cada personagem sempre me ensinou muito, você está na pele, dentro da história, raciocinando com o dia a dia dele, as suas emoções, circunstâncias e situações que provocam emoções nas pessoas. E o que ser humano busca? A felicidade, prosperidade, certa abundância de valores, riquezas que possam trazer conforto de vida, tranquilidade", respondeu.
"O Coronel mostra como se pode perder tudo isso de uma hora para outra e que a vida muda depois de uma certa idade. O que eu aprendi com tudo isso é que a vida é improvável, não tem um ponto...Vai ter mudança sempre, vai achar que vai chegar em um lugar e já vai estar ok...Não vai", completou.
Artisticamente, Humberto destaca o cuidado em individualizar cada personalidade vivida durante a carreira. "É a oportunidade de preparar, conduzir e caracterizar um personagem totalmente diferente dos outros, para não se repetir. Não pode existir um outro desse, nem um cheiro desse em outro daqui para frente", concluiu.
Dirigido por Guel Arraes e Flavia Lacerda, O Auto da Compadecida 2 marca o reencontro de João Grilo (Matheus Nachtergale) e Chicó (Selton Mello) mais de duas décadas depois das peripécias do primeiro filme. O elenco ainda conta com nomes como Virginia Cavendish, Taís Araújo, Fabiula Nascimento, Eduardo Sterblitch, Luis Miranda e Enrique Diaz, em cartaz nos cinemas a partir de 25 de dezembro.
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Fabíula Nascimento e Humberto Martins comemoram convite para 'O Auto da Compadecida II'