Francisco Pessoa de Queirós
Francisco Pessoa de Queirós | |
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Queiroz e o escritor Luís Cristóvão dos Santos | |
Nascimento | 7 de novembro de 1890 Umbuzeiro, PB |
Morte | 7 de dezembro de 1980 (90 anos) Recife, PE |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | empresário, advogado, diplomata e político |
Francisco Pessoa de Queirós,[nota 1] conhecido como F. Pessoa de Queiroz (Umbuzeiro, 7 de novembro de 1890 — Recife, 7 de dezembro de 1980), foi um empresário, advogado, diplomata e político brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Francisco Pessoa de Queirós nasceu em Umbuzeiro, Paraíba, em 7 de novembro de 1890. Embora fizesse parte de uma tradicional família da região, seus pais João Vicente Queiroz e Mirandolina Lucena Pessoa de Queiroz eram de um ramo pobre, que vivia da agricultura. Enviado a Recife, foi educado pelos seus padrinhos até a graduação em 1911, na Faculdade de Direito do Recife, e no ano seguinte, especializou-se em direito internacional público pela Universidade de Paris.[4]
Após a formatura, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi admitido como diplomata pelo Ministério das Relações Exteriores, atuando nos corpos diplomáticos de Londres e Buenos Aires.[5] Voltando ao Rio, tornou-se assessor especial do seu tio, o então senador Epitácio Pessoa, que foi eleito presidente da república em 1919. Nesta época, Queirós também tentou concorrer a deputado federal por Pernambuco com o apoio dos irmãos João e José de Pessoa de Queirós, para dar suporte a candidatura do seu tio, mas devido a pressões das autoridades locais, lideradas pelo governador Manoel Borba, desiste da candidatura.[4][6]
Retornando à diplomacia, integrou o gabinete do chanceler Domício da Gama em Bucareste, e participou da Conferência de Paz de Paris.[4] Em 1921, assumiu a direção do Jornal do Commercio,[7], fundado pelos seus irmãos, e a partir dele, iniciou o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, que viria a ser um dos maiores grupos de comunicação do país. No mesmo ano, foi eleito deputado federal, cargo que exerceu por quatro legislaturas seguidas, até 1930. Representou o Congresso Brasileiro na Conferência Internacional em Bruxelas (1925), em Roma (1927), no Rio de Janeiro e em Paris (1928), como membro da Comissão de Diplomacia e Tratados.
Na eleição presidencial de 1930, Queirós apoiou a candidatura de Júlio Prestes e fez forte oposição a Getúlio Vargas e ao seu primo João Pessoa na páginas do seu jornal. Após a Revolução de 1930, foi deposto e exilado na França durante dois anos, e com a perseguição política, sofreu prejuízos materiais quando sua residência foi incendiada e o Jornal do Commercio foi empastelado, ficando fora de circulação até 1934.[8]
Em 1946, expandiu seus negócios na comunicação com a criação do Diário da Noite, e em 1948, inaugurou a Rádio Jornal do Commercio, na época a emissora de rádio mais potente do Brasil.[9] Em 1960, inaugurou a TV Jornal do Commercio, primeira a emitir sinal de televisão em Pernambuco e uma das mais antigas emissoras do Nordeste.
Em 1962, retornou à vida pública, elegendo-se senador pela UDN, cargo que exerceu de 1963 a 1971. Após deixar novamente a política, passou a cuidar apenas dos seus negócios na comunicação, que em seus últimos anos de vida, entraram em profunda decadência e crise financeira.[10]
Francisco Pessoa de Queirós morreu em 7 de dezembro de 1980, exatamente um mês após completar 90 anos de idade. Seu sepultamento foi realizado no dia seguinte, no Cemitério de Santo Amaro.[11]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Francisco foi casado com Maria Leontina Jouvin de Queirós, popularmente conhecida como Dona Lotinha, de 1924 até a sua morte em 1980. O casal teve como filhos Paulo Pessoa de Queirós e Elza Pessoa de Queirós.[4]
Notas e referências
Notas
- ↑ A grafia original do nome do biografado, Francisco Pessoa de Queiroz, foi atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943 a fim de seguir as regras dos substantivos comuns. Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes acordos ortográficos da língua portuguesa e é optativa para nomes de pessoas vivas para evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado.[1][2][3]
Referências
- ↑ «Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943». Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Acordo Ortográfico de 1943». Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Acordo Ortográfico de 1990». Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d Frazão, Dilva (6 de novembro de 2017). «Francisco Pessoa de Queiroz». eBiografia. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ *LOPES, Alcides. F. Pessoa de Queiroz - vida e ação. Recife: FUNDARPE, 1985.
- ↑ Andrade, Maria do Carmo (28 de junho de 2007). «F. Pessoa de Queiroz». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ *PEREIRA, Nilo. F. Pessoa de Queiroz e o seu jornal. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1989.
- ↑ Discurso do Deputado José Chaves
- ↑ Barreiras políticas[ligação inativa]
- ↑ Barros, Rosário de Pompéia Macêdo de (2009). «Das relações políticas à racionalização das indústrias culturais: a trajetória do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação» (PDF). UFPE. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «F. Pessoa: uma vida de lutas por Pernambuco». Biblioteca Nacional do Brasil. Diario de Pernambuco: A-12. Consultado em 17 de dezembro de 2022