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Crise de Agadir

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A Crise de Agadir ou Segunda Crise de Marrocos ou Crise Marroquina de 1911 foi uma crise internacional ocorrida em 1911 que quase culminou em um conflito armado entre Alemanha e França, o que poderia ter ocasionado a Primeira Guerra Mundial três anos antes.[1]

O incidente começou quando, em maio de 1911, a França enviou tropas para Marrocos para sufocar uma revolta popular contra o sultão Mulei Abdal Hafide.[1] Diante da possibilidade dos franceses anexarem o Marrocos, a Alemanha enviou em julho uma canhoneira ao porto marroquino de Agadir,[1] uma região estratégica tanto por si só (é o melhor porto na região entre Gibraltar e Ilhas Canárias) quanto pela situação do domínio francês no Marrocos.[carece de fontes?]

Este episódio foi um novo desafio para a França após a Primeira Crise do Marrocos, pois em 1905, Guilherme II durante uma visita a Tânger, havia proclamado que a Alemanha não iria permitir que o Marrocos fosse dominado por uma única potência (a França).[1] Essa ameaça foi eliminada pela Conferência de Algeciras (1906), na qual foram convidadas todas as potências europeias, em que foi acordado manter-se a independência marroquina, porém os portos do país foram todos confiados à França e Espanha.[2]

No caso de Agadir, a ativa diplomacia europeia também conseguiu a resolução da crise, que culminou com a assinatura de um acordo franco-alemão — o Tratado de Fez — em que a Alemanha deu à França carta branca em relação ao Marrocos, no qual o Império Alemão não teria direito de discutir, tudo isso em troca de uma parte significativa do Congo francês (conhecido como Neukamerun) que seria cedido para a Alemanha para este país inflar os territórios do Império Colonial Alemão. Pelos acordos assinados com a França, a Espanha também adquire a obrigação de exercer um protetorado no Marrocos.

Como a tensão internacional se aprofundou, a aliança franco-britânica — a chamada Entente Cordiale, recém-incluída no que ficou conhecido como Tríplice Entente com a Rússia, foi fortalecida pelo apoio resoluto de Londres ao governo de Paris.[1] As boas relações entre os dois países vinham desde a resolução da Crise de Fashoda em 1898, por sua desconfiança em comum do crescente poder alemão. Como consequência da crise, a França acabou estabelecendo um protetorado total no Marrocos, terminando o que restava de independência formal do país, reconhecido pela Alemanha em troca de uma parte menor do Congo; consolidou-se a Tríplice Entente, acelerou a corrida armamentista e exacerbou o nacionalismo e o militarismo revanchista entre os alemães. [carece de fontes?]

Referências