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Serofobia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Discriminação contra soropositivos (português brasileiro) ou discriminação contra seropositivos (português europeu), ou ainda sidafobia[nota 1] ou mesmo estigma sorológico, é uma experiência de preconceito contra as pessoas portadoras do vírus da imunodeficiência humana (VIH/HIV) ou àquelas que já possuem a síndrome da imunodeficiência adquirida (designada no Brasil como AIDS, como anglicismo da sigla original em inglês acquired immunodeficiency syndrom, e nos demais países que falam a língua portuguesa de SIDA, a sigla traduzida para o português), que é da competência da lei. A discriminação é uma manifestação de estigma social. Estigmatizantes, atitudes e comportamentos podem cair sob a rubrica de discriminação em função da legislação de um país em particular.

O estigma sorológico existe em todo o mundo em uma variedade de formas, incluindo o ostracismo, rejeição social, discriminação e evitação de pessoas infectadas pelo vírus; teste obrigatório sem o consentimento ou a proteção da confidencialidade antes; violência contra indivíduos infectados pelo vírus ou pessoas que são vulneráveis ao mesmo; a quarentena de indivíduos infectados[1]; e, em alguns casos, a perda de direitos de propriedade, quando um cônjuge morre.[2] A violência relacionada com o estigma ou o medo da violência impede muitas pessoas de procurarem o teste de HIV, voltando para seus resultados, ou garantir o tratamento, possivelmente, transformando o que poderia ser uma doença crônica controlável em uma sentença de morte e perpetuando a propagação do mesmo.[3] O estigma sorológico foi dividido em três categorias a seguir:

  • Estigma instrumental da AIDS - um reflexo do medo e apreensão que são susceptíveis de ser associada a qualquer doença mortal e transmissível.[4]
  • Estigma simbólico da AIDS - a utilização do vírus ou da doença já instalada, como forma de marginalizar as atitudes de certos grupos sociais ou estilos de vida de algumas pessoas, supostamente (muitas vezes, nem sempre) associados com a doença.[4]
  • Estigma "cortesia" da AIDS - estigmatização de pessoas ligadas à questão do HIV/AIDS ou de pessoas soropositivas.[5]

Muitas vezes, o estigma sorológico ou a discriminação são expressos, de acordo com um ou mais outros estigmas, particularmente aqueles associados com a homossexualidade, a bissexualidade, a promiscuidade, os/as profissionais do sexo e os usuários de drogas injetáveis.[6]

Algumas formas de discriminação grave podem incluir: a expulsão da escola, a negação de habitação, tendo que pagar aluguel extra, e a perda de emprego. As pessoas que têm, ou são vulneráveis a ter, o vírus ou mesmo a doença já instalada, há experiência de discriminações em vários aspectos da vida. Nos Estados Unidos, as leis de deficiência proíbem a discriminação de soropositivos em habitação, emprego, educação e acesso à saúde e serviços sociais. Lei semelhante fora criada no Brasil em junho de 2014, a qual a presidenta Dilma Roulseff sancionou, que dispunha sobre tornar crime a discriminação direta e intencional a soropositivos em quaisquer circunstâncias, bem como a divulgação intencional da sorologia com o explícito objetivo de denegrir e difamar os mesmos, seja em ambientes escolares, familiares ou de trabalho.

Notas

  1. A palavra se trata de um neologismo, por fazer referência à sigla que remete à doença e também à terminologia -fobia, sufixo que na língua portuguesa indica medo, rejeição, preconceito e discriminação, a exemplo de palavras como homofobia. Porém, não se sabe onde, nem por quem, a mesma foi criada.

Referências

  1. «The impact of AIDS on people and societies» (PDF). 2006 Report on the global AIDS epidemic (PDF). [S.l.]: UNAIDS. 2006. Consultado em 14 de junho de 2006 
  2. Huairou Commission http://www.huairou.org/sites/default/files/Women%20HIV%20LAND%20working%20draft%207-15-10%20-%20black%20and%20white%20version.pdf
  3. Ogden J, Nyblade L (2005). «Common at its core: HIV-related stigma across contexts» (PDF). International Center for Research on Women. Consultado em 15 de fevereiro de 2007 
  4. a b Herek GM, Capitanio JP (1999). «AIDS Stigma and sexual prejudice» (PDF). American Behavioral Scientist. 42 (7): 1130–1147. doi:10.1177/0002764299042007006. Consultado em 27 de março de 2006 
  5. Snyder M, Omoto AM, Crain AL (1999). «Punished for their good deeds: stigmatization for AIDS volunteers». American Behavioral Scientist. 42 (7): 1175–1192. doi:10.1177/0002764299042007009 
  6. Understanding HIV/AIDS Stigma and Discrimination http://www.socialworkers.org/practice/hiv_aids/AIDS_Day2012.pdf