Dinastia Yuan: diferenças entre revisões
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{{Mais notas|data=novembro de 2016}} |
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{{Info/Estado extinto|coord_título=Dinastia Yuan|nome_oficial=Dinastia Yuan ou Grande Yuan |
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|duração=|evento_início=Proclamação formal da dinastia Yuan|evento_posterior=Formação da [[Dinastia Yuan Do Norte]]|ano_evento3=1368|evento3=Estabelecimento da [[Dinastia Ming]]|evento_fim=Queda da Dinastia Yuan|ano_evento2=1351 - 1368|evento2=[[Rebelião dos Turbantes Vermelhos]]|ano_evento1=1279|evento1=[[Conquistas e invasões mongóis|Conquista mongol a China]]|ano_líder2=1332 - 1368|líder2=[[Toghon Temür]]|ano_líder1=1271 - 1294|líder1=[[Kublai Khan]]|título_líder=[[Imperador]]|idioma=[[Línguas mongólicas|Mongol]] |
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[[Chinês antigo|Chinês]]|forma_de_governo=monarquia|capital=[[Cambalique]] ([[Pequim]]) |
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[[Shangdu]] |
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(capital de verão)|ano_fim=1368|ano_início=1271|ano_evento_posterior=1368|p1=Império Mongol|s1=Dinastia Yuan do Norte|p2=Dinastia Song|bandeira_p2=Flag of Song Dynasty (China).png|s2=Dinastia Ming|bandeira_s2=Flag_of_Ming_Dynasty.svg}}{{História da China}} |
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'''Dinastia Iuã'''{{sfn|Bernardo|1970|p=65}} ou '''Iuane'''<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.es/books?id=pA0wAAAAYAAJ&q=Dinastia+Iuane+China&dq=Dinastia+Iuane+China&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwjz8sfqw-3UAhUHblAKHdsUBPEQ6AEIJTAA|título=Tempo brasileiro|data=1999|editora=Edic̜ões Tempo Brasileiro|lingua=pt}}</ref> ([[Língua mongol|mongol]]: [[File:Dai Ön Yeke Mongghul Ulus.PNG|60px]], ''Dai-ön Yeke Mongγol Ulus''; [[Língua chinesa|chinês]]: 元朝, ''Yuán cháo'') da [[China]] foi uma linhagem de imperadores de origem [[Mongólia|mongol]] fundada por [[Cublai Cã]], neto de [[Genghis Khan]], formalmente em [[1271]]. |
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|nome_oficial=Grande Yuan |
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|nome_nativo={{lang|zh|大元}}<br /><small>{{Transl|zh|Dà Yuán}}<br>{{MongolUnicode|ᠳᠠᠢ<br>ᠥᠨ<br>ᠤᠯᠤᠰ}}<br><small>''Dai Ön Ulus''</small> |
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|s3=Dinastia Phagmodrupa |
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|mapa_legenda=Mapa de Grande Yuen em 1294 |
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|mapa2=Yuan Provinces.png |
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|mapa2_legenda=Províncias de Grande Yuen em 1330 |
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|capital=[[Cambalique]] ([[Pequim]])<br/>[[Shangdu]] (capital de verão) |
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|países=[[Mongólia]], [[China]], [[Coreia do Norte]], [[Coreia do Sul]] e [[Rússia]] |
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|idiomas=[[Línguas mongólicas | Mongol]]<br/>[[Chinês antigo | Chinês]] |
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|religiões=[[Burocracia celestial]], [[Tengriismo]], [[Xamanismo]], [[Taoismo]], [[Confucionismo]], [[Religião tradicional chinesa]], [[Nestorianismo]], [[Igreja_Católica_na_China#Na_dinastina_Yuan_(1271-1368)|Catolicismo]], [[História dos judeus na China|Judaísmo]], [[Maniqueísmo]], [[Islão|Islamismo]]|religião=[[Budismo tibetano|Budismo]] |
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|religião_rótulo=Religião de Estado |
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|moeda=[[Chao (moeda)|Chao]] |
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|forma_de_governo=[[Monarquia]] |
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|líder1=[[Kublai Khan]] |
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|líder2=[[Toghon Temür]] |
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|ano_líder2=1332–1368 |
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|era=[[Era pós-clássica|Pós-clássica]] |
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|evento_início=Kublai Kahn proclama oficialmente o nome dinástico "Grande Yuan" |
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|evento1=[[Conquistas e invasões mongóis | Conquista mongol a China]] |
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|evento_anterior=Kublai Kahn é proclamado Imperador |
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|ano_evento2=1351–1368 |
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|evento_fim=Queda de [[Cambalique]] |
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{{História da China}} |
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'''Dinastia Yuan''' ou '''Iuã'''{{sfn|Bernardo|1970|p=65}} ou ainda '''Iuane''';<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.es/books?id=pA0wAAAAYAAJ&q=Dinastia+Iuane+China&dq=Dinastia+Iuane+China&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwjz8sfqw-3UAhUHblAKHdsUBPEQ6AEIJTAA|título=Tempo brasileiro|data=1999|editora=Edic̜ões Tempo Brasileiro|lingua=pt}}</ref> oficialmente '''Grande Yuan''' ({{zh|c={{linktext|大|元}}|p=Dà Yuán}}; [[Língua mongol|mongol]]: {{MongolUnicode|ᠶᠡᠬᠡ<br />ᠶᠤᠸᠠᠨ<br />ᠤᠯᠤᠰ}}, {{lang|mn-Latn|Yeke Yuwan Ulus}}) foi uma linhagem de imperadores de origem [[Mongólia|mongol]] fundada por [[Kublai Khan]], neto de [[Genghis Khan]], formalmente em [[1271]]. |
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{{Info/Chinês |
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|título=Dinastia Yuan |
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|foto=Yuan dynasty (Chinese and Mongolian).svg |
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|legenda="Dinastia Yuan" em caracteres chineses em cima e em caracteres mongóis embaixo |
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|tamanho=145px |
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|c=元朝 |
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|l="Dinastia Yuan" |
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|p=Yuán cháo |
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|w=Yüan<sup>2</sup> ch'ao<sup>2</sup> |
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|mi={{IPAc-cmn|yuan|2|-|ch|ao|2}} |
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|y=Yùhn chìuh |
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|ci={{IPAc-yue|j|yun|4|-|c|iu|4}} |
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|j=Jyun4 ciu4 |
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|tl=Guân tiâo |
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|altnome=Nome dinástico |
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|c2=大元 |
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|l2=Grande Yuan |
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|ci2={{IPAc-yue|d|aai|6|-|j|yun|4}} |
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|mon={{MongolUnicode|ᠶᠡᠬᠡ<br />ᠶᠤᠸᠠᠨ<br />ᠤᠯᠤᠰ}} |
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== Origem == |
== Origem == |
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Os mongóis, sob várias lideranças, foram conquistando no período entre [[1211]] a [[1279]] as várias regiões que compunham o atual território da China, na época dividida por mais de 300 anos entre as dinastias [[Dinastia Liao|Liao]] e [[Dinastia Jin (1115-1234)|Jin]] ao norte, os [[Xi Xia]] no centro e [[Dinastia Sung|Sung]] ao sul. Durante o reinado de [[Genghis Khan]], foram conquistadas várias áreas do norte da China, dentre elas a [[Manchúria]] e a cidade de [[Pequim]], após um longo cerco. Seu filho [[Ogodei]] conquistou em [[1234]] a cidade de Kaifeng e iniciou a guerra contra os Song. Porém seu reinado ficou mais conhecido pelas campanhas no [[Oriente Médio]] e na [[Europa]], aonde os exércitos mongóis chegaram perto de [[Viena]], tendo esta campanha sido abortada prematuramente devido a sua morte. |
Os mongóis, sob várias lideranças, foram conquistando no período entre [[1211]] a [[1279]] as várias regiões que compunham o atual território da China, na época dividida por mais de 300 anos entre as dinastias [[Dinastia Liao|Liao]] e [[Dinastia Jin (1115-1234)|Jin]] ao norte, os [[Xi Xia]] no centro e [[Dinastia Sung|Sung]] ao sul. Durante o reinado de [[Genghis Khan]], foram conquistadas várias áreas do norte da China, dentre elas a [[Manchúria]] e a cidade de [[Pequim]], após um longo cerco. Seu filho [[Ogodei]] conquistou em [[1234]] a cidade de Kaifeng e iniciou a guerra contra os Song. Porém seu reinado ficou mais conhecido pelas campanhas no [[Oriente Médio]] e na [[Europa]], aonde os exércitos mongóis chegaram perto de [[Viena]], tendo esta campanha sido abortada prematuramente devido a sua morte. |
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A conquista da China veio a se intensificar ainda mais nos reinados de [[ |
A conquista da China veio a se intensificar ainda mais nos reinados de [[Möngke Khan]] e [[Kublai Khan]], principalmente no do último. Durante o reinado de Mangu, ao mesmo tempo em que [[Hulagu Khan]] comandava os exércitos mongóis no Oriente Médio e [[Berque]] promovia um segundo ataque à [[Polônia]], Kublai Khan prosseguia com a conquista da China. Após a morte de seu irmão, derrotou [[Arigue Buga]] (também seu irmão) em uma disputa de poder e se tornou o grande cã do Império Mongol. Uma de suas primeiras atitudes foi transferir a capital de [[Karakorum]] para Beijing. |
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Em [[1279]], após aniquilar os últimos remanescentes dos Song na famosa [[batalha de Yamen]], a conquista da China foi enfim concluída. Kublai então fundou uma dinastia ao estilo chinês, transformando-o em uma entidade politicamente distinta do resto do grande Império Mongol que se espalhara pela [[Ásia]] durante o [[ |
Em [[1279]], após aniquilar os últimos remanescentes dos Song na famosa [[batalha de Yamen]], a conquista da China foi enfim concluída. Kublai então fundou uma dinastia ao estilo chinês, transformando-o em uma entidade politicamente distinta do resto do grande Império Mongol que se espalhara pela [[Ásia]] durante o [[século XIII]]. À essa altura, outras regiões do [[Império Mongol]] como a [[Horda de Ouro]] e o [[canato de Chagatai]] eram na prática independentes. Durante o governo de Kublai Khan, a China viu suas estradas e seus meios de comunicação, bem como suas vias navegáveis restauradas, o que abriu aos chineses a possibilidade de comércio com estrangeiros. |
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== Evolução política e a dominação sobre a China == |
== Evolução política e a dominação sobre a China == |
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A Dinastia Iuã caracterizou-se pela ineficiência administrativa e grave estratificação social, causada, basicamente, pela inexperiência dos mongóis em administração pública - até décadas antes nômades inquietos, organizados em pequenos [[clãs]] independentes. Primeiro os governantes mongóis posicionaram todos os mongóis no extrato superior da sociedade, conferindo-lhes isenção de impostos e direitos de propriedade. Em seguida vinham os funcionários públicos. Cublai Cã havia abolido a tradição do concurso público para a seleção de chineses para compor o corpo burocrático do [[Império]]. |
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A Dinastia Yuan caracterizou-se pela ineficiência administrativa e grave estratificação social, causada, basicamente, pela inexperiência dos mongóis em administração pública — até décadas antes nômades inquietos, organizados em pequenos [[clãs]] independentes. Primeiro os governantes mongóis posicionaram todos os mongóis no extrato superior da sociedade, conferindo-lhes isenção de impostos e direitos de propriedade. Em seguida vinham os funcionários públicos. Kublai Khan havia abolido a tradição do concurso público para a seleção de chineses para compor o corpo burocrático do [[Império]]. |
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A decisão de abolir os concursos teve consequências sociais a longo [[prazo]]. Até então, muitos jovens de famílias abastadas esforçavam-se para passar nesses exames, para ter uma vida cômoda na administração. Com a abolição dos concursos, estes jovens passaram a procurar outras saídas profissionais, resultando no crescimento do número de professores e de médicos, por exemplo. Ademais, a supressão dos exames também teve repercussões a nível linguístico. Ao não haver os concursos, deixaram de estudar os textos clássicos, e com isso declinou o conhecimento do chinês clássico, fazendo crescer o uso da [[língua vernácula]] como meio escrito. |
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A decisão de abolir os concursos teve consequências sociais a longo prazo. Até então, muitos jovens de famílias abastadas esforçavam-se para passar nesses exames, para ter uma vida cômoda na administração. Com a abolição dos concursos, estes jovens passaram a procurar outras saídas profissionais, resultando no crescimento do número de professores e de médicos, por exemplo. Ademais, a supressão dos exames também teve repercussões a nível linguístico. Ao não haver os concursos, deixaram de estudar os textos clássicos, e com isso declinou o conhecimento do chinês clássico, fazendo crescer o uso da [[língua vernácula]] como meio escrito. |
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A ineficiência dos mongóis em operar a máquina administrativa de uma [[civilização]] tão antiga e complexa fez com que os mongóis importassem, principalmente, turcos e [[persas]] para compor a burocracia imperial, e estes estrangeiros, conhecidos como "os de olhos coloridos", compunham a segunda classe social mais importante. Os chineses nativos, a grande maioria da população, encontravam-se nas classes mais baixas. Os Jin ainda possuíam direitos a terras, e a aristocracia chinesa permaneceu no poder local do antigo reino Jin. Os cidadãos comuns tinham direitos restritos a propriedade e ao trabalho, sendo usados no comércio e na prestação de serviços. Os Song, por sua vez, tinham liberdades civis especialmente restritas - não podiam usar [[armas]], nem sair às ruas à noite, por exemplo. |
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A ineficiência dos mongóis em operar a máquina administrativa de uma [[civilização]] tão antiga e complexa fez com que os mongóis importassem, principalmente, turcos e [[persas]] para compor a burocracia imperial, e estes estrangeiros, conhecidos como "os de olhos coloridos", compunham a segunda classe social mais importante. Os chineses nativos, a grande maioria da população, encontravam-se nas classes mais baixas. Os Jin ainda possuíam direitos a terras, e a aristocracia chinesa permaneceu no poder local do antigo reino Jin. Os cidadãos comuns tinham direitos restritos a propriedade e ao trabalho, sendo usados no comércio e na prestação de serviços. Os Song, por sua vez, tinham liberdades civis especialmente restritas — não podiam usar [[armas]], nem sair às ruas à noite, por exemplo. |
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== Campanhas militares contra países vizinhos == |
== Campanhas militares contra países vizinhos == |
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Cublai Cã, com o objectivo de estender ainda mais os seus domínios, promoveu algumas campanhas militares contra reinos vizinhos. Em 1274 promoveu um ataque contra o [[Japão]], na época governado pelos [[Kamakura]]. Por causa de uma tempestade marítima somada à resistência local o ataque fracassou. Um segundo ataque ocorreu em 1281, também fracassado por uma tempestade marítima, que foi chamada pelos japoneses de [[camicaze]], ou vento divino. Kublai ainda pretendia atacar o Japão novamente em 1286, porém devido a falta de recursos para tal empreitada, isso não foi possível, para além da sua morte 6 anos mais tarde. Também foram feitas campanhas contra os reinos do Sudeste Asiático, sem muito sucesso. Em 1292 foi promovido um ataque contra a ilha de [[Java]], também mal sucedido. |
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Kublai Khan, com o objectivo de estender ainda mais os seus domínios, promoveu algumas campanhas militares contra reinos vizinhos. Em 1274 promoveu um ataque contra o [[Japão]], na época governado pelos [[Kamakura]]. Por causa de uma tempestade marítima somada à resistência local o ataque fracassou. Um segundo ataque ocorreu em 1281, também fracassado por uma tempestade marítima, que foi chamada pelos japoneses de [[camicaze]], ou vento divino. Kublai ainda pretendia atacar o Japão novamente em 1286, porém devido a falta de recursos para tal empreitada, isso não foi possível, para além da sua morte 6 anos mais tarde. Também foram feitas campanhas contra os reinos do Sudeste Asiático, sem muito sucesso. Em 1292 foi promovido um ataque contra a ilha de [[Java]], também mal sucedido. |
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Ainda no plano externo, devido à sua política toda focada na China e reinos vizinhos, as regiões mais distantes do Império, tais como a [[Rússia]], a [[Pérsia]] e o [[Turquestão]], foram deixadas de lado, contribuindo assim para a fragmentação do Império Mongol em Canatos independentes menores. |
Ainda no plano externo, devido à sua política toda focada na China e reinos vizinhos, as regiões mais distantes do Império, tais como a [[Rússia]], a [[Pérsia]] e o [[Turquestão]], foram deixadas de lado, contribuindo assim para a fragmentação do Império Mongol em Canatos independentes menores. |
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== Derrubada do poder, ascensão da dinastia Ming == |
== Derrubada do poder, ascensão da dinastia Ming == |
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Os fracassados programas econômicos que geraram um esvaziamento do tesouro imperial, aliado às rixas entre os sucessores do Imperador (invariavelmente homens fracos e de competência administrativa duvidosa), assim como a situação servil do povo chinês em suas próprias terras foram o rastilho para o surgimento dos movimentos nacionalistas durante a primeira metade do [[ |
Os fracassados programas econômicos que geraram um esvaziamento do tesouro imperial, aliado às rixas entre os sucessores do Imperador (invariavelmente homens fracos e de competência administrativa duvidosa), assim como a situação servil do povo chinês em suas próprias terras foram o rastilho para o surgimento dos movimentos nacionalistas durante a primeira metade do [[século XIV]]. A corrupção estatal também foi um fator para a queda do Império, levando os muçulmanos a unirem-se com os pretendentes da nova dinastia e a antiga família real chinesa a fim de expulsá-los da [[China]].<ref>{{Citar livro |url=https://books.google.com.br/books?id=kkJwAAAAMAAJ&pg=&redir_esc=y |título=Muslim Chinese: Ethnic Nationalism in the People's Republic |ultimo=Gladney |primeiro=Dru C. |editora=Council on East Asian Studies |ano=1991 |isbn=9780674594951 |edicao=2 |local=Harvard University |paginas=234 |lingua=en}}</ref> |
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Numa tentativa de reverter tal situação, o sistema de concursos públicos foi restaurado em [[1315]]. A matéria desses novos exames tornou-se uma versão simplificada do cânone neoconfuciano de Zhu Xi. Havia dois tipos de exames: um mais fácil para os mongóis e demais povos não chineses; e o outro mais difícil aos chineses. A adoção desse cânone neoconfuciano teria consequências a longo prazo e manter-se-ia durante as dinastias seguintes até a nova abolição do sistema de exames em [[1905]]. |
Numa tentativa de reverter tal situação, o sistema de concursos públicos foi restaurado em [[1315]]. A matéria desses novos exames tornou-se uma versão simplificada do cânone neoconfuciano de Zhu Xi. Havia dois tipos de exames: um mais fácil para os mongóis e demais povos não chineses; e o outro mais difícil aos chineses. A adoção desse cânone neoconfuciano teria consequências a longo prazo e manter-se-ia durante as dinastias seguintes até a nova abolição do sistema de exames em [[1905]]. |
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A dinastia |
A dinastia Yuan perdurou até [[1368]], quando uma revolta camponesa instaurou a [[dinastia Ming]] no poder. |
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==Ciência e tecnologia== |
== Ciência e tecnologia == |
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O domínio mongol sob a dinastia Iuã viu avanços tecnológicos a partir de uma perspectiva econômica, com a primeira produção em massa de notas de papel por [[Cublai Cã]] no {{séc|XIII}}.<ref>{{Citar periódico|titulo=The Invention of Paper Money in China|url=https://www.thoughtco.com/the-invention-of-paper-money-195167|jornal=ThoughtCo}}</ref> |
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O domínio mongol sob a dinastia Yuan viu avanços tecnológicos a partir de uma perspectiva econômica, com a primeira produção em massa de notas de papel por [[Kublai Khan]] no {{séc|XIII}}.<ref>{{Citar periódico|título=The Invention of Paper Money in China|url=https://www.thoughtco.com/the-invention-of-paper-money-195167|jornal=ThoughtCo}}</ref> |
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[[File:四元自乘演段图.jpg|thumb|right|300px|<center>''[[Espelho de Jade dos Quatro Desconhecidos]]''<br /> ({{lang|zh|四元玉鉴}}), escrito em 1303.</center>]] |
[[File:四元自乘演段图.jpg|thumb|right|300px|<center>''[[Espelho de Jade dos Quatro Desconhecidos]]''<br /> ({{lang|zh|四元玉鉴}}), escrito em 1303.</center>]] |
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Em [[matemática]], o matemático [[Zhu Shijie]] (1249–1314) usou um método de eliminação para reduzir as equações simultâneas a uma única equação com apenas um desconhecido e avanços na [[álgebra]] polinomial foram feitos por matemáticos durante a era |
Em [[matemática]], o matemático [[Zhu Shijie]] (1249–1314) usou um método de eliminação para reduzir as equações simultâneas a uma única equação com apenas um desconhecido e avanços na [[álgebra]] polinomial foram feitos por matemáticos durante a era Yuan.{{sfn|Dauben|2007|p=346}} Zhu resolveu equações simultâneas com até quatro incógnitas usando um arranjo retangular de coeficientes, equivalente a matrizes modernas.{{sfn|Joseph|2011|p=196}}{{sfn|Dauben|2007|p=344}} Seu método é descrito no ''[[Espelho de Jade dos Quatro Desconhecidos]]'' ({{lang|zh|四元玉鉴}}), escrito em 1303.<ref name=Hart>{{citar livro|último =Hart|primeiro =Roger|título=Imagined Civilizations China, the West, and Their First Encounter.|ano=2013|publicado=Johns Hopkins Univ Pr|local=Baltimore, MD|isbn=1421406063|página=82|url=https://books.google.com/books?id=c9G6Eeh-CMgC&dq=%22Jade+Mirror+of+the+Four+Unknowns%22&source=gbs_navlinks_s}}</ref> As páginas de abertura contêm um diagrama do [[triângulo de Pascal]]. A soma de uma [[Sistema de equações|série aritmética finita]] também é abordada no livro.{{sfn|Ho|1985|p=101}} |
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[[Guo Shoujing]]<ref name="Rossabi2014">{{citar livro|autor |
[[Guo Shoujing]]<ref name="Rossabi2014">{{citar livro|autor=Morris Rossabi|título=From Yuan to Modern China and Mongolia: The Writings of Morris Rossabi|url=https://books.google.com/books?id=GXejBQAAQBAJ&pg=PA282&lpg=PA282#v=onepage&q&f=false|data=28 de novembro de 2014|publicado=BRILL|isbn=978-90-04-28529-3|páginas=282–}}</ref> aplicou a matemática na construção de [[calendário]]s. Ele foi um dos primeiros matemáticos da China a trabalhar na [[trigonometria esférica]].{{sfn|Joseph|2011|p=247}} Gou derivou uma [[Cúbico Hermite interpolador|fórmula de interpolação cúbica]]<ref name=kreyszig>{{citar livro|título= Advanced Engineering Mathematics|autor= Erwin Kreyszig|publicado= Wiley|ano= 2005|isbn=9780471488859|páginas= 816|edição= 9}}</ref> para seus cálculos astronômicos.{{sfn|Allsen|2001|p=172}} O conhecimento matemático do [[Oriente Médio]] foi introduzido na China sob o governo mongol e os astrônomos muçulmanos trouxeram numerais arábicos para a China no século XIII.{{sfn|Ho|1985|p=105}} |
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{{citar livro |
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|título= Advanced Engineering Mathematics |
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|autor = Erwin Kreyszig |
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|publicado= Wiley |
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|ano= 2005 |
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|edição= 9 |
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A tradição médica chinesa do Yuan tinha "Quatro Grandes Escolas" que o Yuan herdou da [[Dinastia Jin (1115-1234)|dinastia Jin]]. Todas as quatro escolas foram baseadas na mesma base intelectual, mas defendiam diferentes abordagens teóricas em relação à medicina.{{sfn|Lane|2006|p=140}} Os curandeiros eram divididos em médicos não-mongóis chamados ''otachi'' e xamãs mongóis tradicionais. Os mongóis caracterizaram os médicos ''otachi'' pelo uso de remédios herbais, que se distinguiam das curas espirituais do xamanismo mongol.{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} Estudiosos confucianos foram atraídos para a profissão médica porque asseguravam uma alta renda e a ética médica era compatível com as virtudes confucianas.{{sfn|Allsen|2001|p=157}}{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} Sob os mongóis, a prática da medicina chinesa se espalhou para outras partes do império. Os médicos chineses foram levados por campanhas militares pelos mongóis à medida que se expandiam para o oeste.{{sfn|Lane|2006|pp=138–139}}[[File:BW Jar FFD RBG.jpg|thumb|right|Frasco coberto azul e branco com design floral no fundo-vidrado vermelho e azul, escavado em Baoding.|249x249px]]Vários avanços médicos foram feitos no período Yuan. O médico [[Wei Yilin]] ({{zh|c=危亦林|p=Wēi Yìlín}}; {{circa|lk=no|1277}}–1347){{sfn|Wu|1950|p=492}} inventou um método de suspensão para reduzir as articulações deslocadas, que ele fazia usando anestésicos.{{sfn|Lane|2006|p=140}} O médico mongol Hu Sihui descreveu a importância de uma dieta saudável em um tratado médico de 1330.{{sfn|Lane|2006|p=140}} A medicina ocidental também era praticada na China pelos cristãos nestorianos da corte Yuan, onde às vezes era rotulada como "''huihui''" ou medicina muçulmana.{{sfn|Allsen|2001|p=151}} Os médicos ''Huihui'', que trabalhavam em dois hospitais imperiais, eram responsáveis por tratar a família imperial e os membros do tribunal.{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} |
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}}</ref> para seus cálculos astronômicos.{{sfn|Allsen|2001|p=172}} O conhecimento matemático do [[Oriente Médio]] foi introduzido na China sob o governo mongol e os astrônomos muçulmanos trouxeram numerais arábicos para a China no século XIII.{{sfn|Ho|1985|p=105}} |
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Os governantes mongóis patrocinaram a indústria de impressão Yuan.{{sfn|Allsen|2001|p=182}}{{sfn|Wu|1950|p=460}} A tecnologia de impressão chinesa foi transferida para os mongóis através do [[Reino de Qocho]] ({{zh|t=高昌回鶻|p=Gāochāng Húihú|l=Qocho Uyghurs}}, [[Língua mongol|Mongol]] {{resize|60%|{{MongolUnicode|ᠦᠶᠭᠦᠷ}}}} ''{{lang|mvf-Latn|Uihur}}'' "id.")<ref name="Studies1996">{{citar livro|autor=Joint Centre for Asia Pacific Studies|título=Cultural contact, history and ethnicity in inner Asia: papers presented at the Central and Inner Asian Seminar, University of Toronto, March 4, 1994 and March 3, 1995|url=https://books.google.com/books?id=-aYRAQAAMAAJ&dq=qarakhanids+inherited+islam+uyghurs&focus=searchwithinvolume&q=ethonym+prestige|ano=1996|publicado=Joint Centre for Asia Pacific Studies|página=137}}</ref><ref name="Eliot2016">{{citar livro|autor=Sir Charles Eliot|título=Hinduism and Buddhism: An Historical Sketch |url=https://books.google.com/books?id=MM5QCwAAQBAJ&pg=PT1075 |data=4 de janeiro de 2016|publicado=Sai ePublications & Sai Shop|páginas=1075–|id=GGKEY:4TQAY7XLN48}}</ref> e intermediários tibetanos.{{sfn|Allsen|2001|p=182}} A publicação de um texto taoísta inscrito com o nome de [[Töregene Khatun]], a esposa de Ögedei, é uma das primeiras obras impressas patrocinadas pelos mongóis. Em 1273, os mongóis criaram a Diretoria da Biblioteca Imperial, um escritório de impressão patrocinado pelo governo.{{sfn|Allsen|2001|p=182}} Escolas locais e agências governamentais foram financiadas para apoiar a publicação de livros.{{sfn|Wu|1950|p=463}} Uma das aplicações mais notáveis da tecnologia de impressão foi o chao, o papel-moeda no período Yuan. [[Chao (moeda)|Chao]] foi feito a partir da casca de [[amoreira]]s.{{sfn|Allsen|2001|p=183}} O governo Yuan usou blocos de madeira para imprimir papel-moeda, mas mudou para placas de bronze em 1275.{{sfn|Allsen|2001|p=179}} |
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Em cerâmica chinesa do período foi um dos de expansão, com a grande inovação o desenvolvimento em [[porcelana Jingdezhen]] ({{zh|c=景德镇陶瓷}}),<ref>Kerr, Rose. ''Chinese Ceramics; Porcelain of the Qing Dynasty 1644–1911'', 1986, reprinted 1998, V&A Publications, {{ISBN|1851772642}}</ref> utensílios de cerâmica com [[fundo-vidrado]]<ref>Fournier, Robert, ''Illustrated Dictionary of Practical Pottery'' (Van Nostrand Reinhold, 1973) {{ISBN|0-442-29950-8}}</ref><ref>Hamer, Frank, and Hamer, Janet, ''The Potter's Dictionary of Materials and Techniques'' (A&C Black/University of Pennsylvania Press, 2004) {{ISBN|0-8122-3810-9}}</ref> pintado em azul e branco. Isto parece ter começado nas primeiras décadas do século XIV, e no final da dinastia quando ela estava madura e bem estabelecida. Outros tipos principais de utensílios de cerâmica continuaram sem uma ruptura acentuada no seu desenvolvimento, mas houve uma tendência geral para algumas peças de tamanho maior e mais decoração. Isso geralmente é visto como um declínio do refinamento da música. As exportações expandiram consideravelmente, especialmente para o mundo islâmico. |
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A tradição médica chinesa do Iuã tinha "Quatro Grandes Escolas" que o Iuã herdou da [[Dinastia Jin (1115-1234)|dinastia Jin]]. Todas as quatro escolas foram baseadas na mesma base intelectual, mas defendiam diferentes abordagens teóricas em relação à medicina.{{sfn|Lane|2006|p=140}} Os curandeiros eram divididos em médicos não-mongóis chamados ''otachi'' e xamãs mongóis tradicionais. Os mongóis caracterizaram os médicos ''otachi'' pelo uso de remédios herbais, que se distinguiam das curas espirituais do xamanismo mongol.{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} Estudiosos confucianos foram atraídos para a profissão médica porque asseguravam uma alta renda e a ética médica era compatível com as virtudes confucianas.{{sfn|Allsen|2001|p=157}}{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} Sob os mongóis, a prática da medicina chinesa se espalhou para outras partes do império. Os médicos chineses foram levados por campanhas militares pelos mongóis à medida que se expandiam para o oeste.{{sfn|Lane|2006|pp=138–139}}[[File:BW Jar FFD RBG.jpg|thumb|right|Frasco coberto azul e branco com design floral no fundo-vidrado vermelho e azul, escavado em Baoding.|249x249px]]Vários avanços médicos foram feitos no período Iuã. O médico [[Wei Yilin]] ({{zh|c=危亦林|p=Wēi Yìlín}}; {{circa|lk=no|1277}}–1347){{sfn|Wu|1950|p=492}} inventou um método de suspensão para reduzir as articulações deslocadas, que ele fazia usando anestésicos.{{sfn|Lane|2006|p=140}} O médico mongol Hu Sihui descreveu a importância de uma dieta saudável em um tratado médico de 1330.{{sfn|Lane|2006|p=140}} A medicina ocidental também era praticada na China pelos cristãos nestorianos da corte Iuã, onde às vezes era rotulada como "''huihui''" ou medicina muçulmana.{{sfn|Allsen|2001|p=151}} Os médicos ''Huihui'', que trabalhavam em dois hospitais imperiais, eram responsáveis por tratar a família imperial e os membros do tribunal.{{sfn|Rossabi|1988|p=125}} |
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Os governantes mongóis patrocinaram a indústria de impressão Iuã.{{sfn|Allsen|2001|p=182}}{{sfn|Wu|1950|p=460}} A tecnologia de impressão chinesa foi transferida para os mongóis através do [[Reino de Qocho]] ({{zh|t=高昌回鶻|p=Gāochāng Húihú|l=Qocho Uyghurs}}, [[Língua mongol|Mongol]] {{resize|60%|{{MongolUnicode|ᠦᠶᠭᠦᠷ}}}} ''{{lang|mvf-Latn|Uihur}}'' "id.")<ref name="Studies1996">{{citar livro|autor =Joint Centre for Asia Pacific Studies|título=Cultural contact, history and ethnicity in inner Asia: papers presented at the Central and Inner Asian Seminar, University of Toronto, March 4, 1994 and March 3, 1995|url=https://books.google.com/books?id=-aYRAQAAMAAJ&dq=qarakhanids+inherited+islam+uyghurs&focus=searchwithinvolume&q=ethonym+prestige|ano=1996|publicado=Joint Centre for Asia Pacific Studies|página=137}}</ref><ref name="Eliot2016">{{citar livro|autor =Sir Charles Eliot|título=Hinduism and Buddhism: An Historical Sketch |url=https://books.google.com/books?id=MM5QCwAAQBAJ&pg=PT1075 |data=4 de janeiro de 2016|publicado=Sai ePublications & Sai Shop|páginas=1075–|id=GGKEY:4TQAY7XLN48}}</ref> e intermediários tibetanos.{{sfn|Allsen|2001|p=182}} A publicação de um texto taoísta inscrito com o nome de [[Töregene Khatun]], a esposa de Ögedei, é uma das primeiras obras impressas patrocinadas pelos mongóis. Em 1273, os mongóis criaram a Diretoria da Biblioteca Imperial, um escritório de impressão patrocinado pelo governo.{{sfn|Allsen|2001|p=182}} Escolas locais e agências governamentais foram financiadas para apoiar a publicação de livros.{{sfn|Wu|1950|p=463}} Uma das aplicações mais notáveis da tecnologia de impressão foi o chao, o papel-moeda no período Iuã. [[Chao (moeda)|Chao]] foi feito a partir da casca de [[amoreira]]s.{{sfn|Allsen|2001|p=183}} O governo Iuã usou blocos de madeira para imprimir papel-moeda, mas mudou para placas de bronze em 1275.{{sfn|Allsen|2001|p=179}} |
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Em cerâmica chinesa do período foi um dos de expansão, com a grande inovação o desenvolvimento em [[porcelana Jingdezhen]] ({{zh|c=景德镇陶瓷}}),<ref>Kerr, Rose. ''Chinese Ceramics; Porcelain of the Qing Dynasty 1644–1911'', 1986, reprinted 1998, V&A Publications, {{ISBN|1851772642}}</ref> utensílios de cerâmica com [[fundo-vidrado]]<ref>Fournier, Robert, ''Illustrated Dictionary of Practical Pottery'' (Van Nostrand Reinhold, 1973) {{ISBN|0-442-29950-8}}</ref><ref>Hamer, Frank, and Hamer, Janet, ''The Potter's Dictionary of Materials and Techniques'' (A&C Black/University of Pennsylvania Press, 2004) {{ISBN|0-8122-3810-9}}</ref> pintado em azul e branco. Isto parece ter começado nas primeiras décadas do século XIV, e no final da dinastia quando ela estava madura e bem estabelecida. Outros tipos principais de utensílios de cerâmica continuaram sem uma ruptura acentuada no seu desenvolvimento, mas houve uma tendência geral para algumas peças de tamanho maior e mais decoração. Isso geralmente é visto como um declínio do refinamento da música. As exportações expandiram consideravelmente, especialmente para o mundo islâmico. |
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Grande Yuan 大元 Divisão do Império Mongol | |||||||||||||||||||||
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Mapa de Grande Yuen em 1294
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Províncias de Grande Yuen em 1330
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Capital | Cambalique (Pequim) Shangdu (capital de verão) | ||||||||||||||||||||
Países atuais | Mongólia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Rússia | ||||||||||||||||||||
Línguas oficiais | Mongol Chinês | ||||||||||||||||||||
Religião de Estado | Budismo | ||||||||||||||||||||
Outras religiões
Burocracia celestial, Tengriismo, Xamanismo, Taoismo, Confucionismo, Religião tradicional chinesa, Nestorianismo, Catolicismo, Judaísmo, Maniqueísmo, Islamismo | |||||||||||||||||||||
Moeda | Chao | ||||||||||||||||||||
Forma de governo | Monarquia | ||||||||||||||||||||
Imperador | |||||||||||||||||||||
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Período histórico | Pós-clássica | ||||||||||||||||||||
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Parte de uma série da |
História da China |
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Moderna
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Dinastia Yuan ou Iuã[1] ou ainda Iuane;[2] oficialmente Grande Yuan (chinês: 大元, pinyin: Dà Yuán; mongol: ᠶᠡᠬᠡ
ᠶᠤᠸᠠᠨ
ᠤᠯᠤᠰ, Yeke Yuwan Ulus) foi uma linhagem de imperadores de origem mongol fundada por Kublai Khan, neto de Genghis Khan, formalmente em 1271.
Dinastia Yuan
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Nome chinês | |||||||||||||||
Chinês: | 元朝 | ||||||||||||||
Significado literal | "Dinastia Yuan" | ||||||||||||||
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Nome chinês alternativo | |||||||||||||||
Chinês: | 大元 | ||||||||||||||
Significado literal: | Grande Yuan | ||||||||||||||
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Em mongol | |||||||||||||||
Mongol: | ᠶᠡᠬᠡ ᠶᠤᠸᠠᠨ ᠤᠯᠤᠰ |
Origem
[editar | editar código-fonte]Os mongóis, sob várias lideranças, foram conquistando no período entre 1211 a 1279 as várias regiões que compunham o atual território da China, na época dividida por mais de 300 anos entre as dinastias Liao e Jin ao norte, os Xi Xia no centro e Sung ao sul. Durante o reinado de Genghis Khan, foram conquistadas várias áreas do norte da China, dentre elas a Manchúria e a cidade de Pequim, após um longo cerco. Seu filho Ogodei conquistou em 1234 a cidade de Kaifeng e iniciou a guerra contra os Song. Porém seu reinado ficou mais conhecido pelas campanhas no Oriente Médio e na Europa, aonde os exércitos mongóis chegaram perto de Viena, tendo esta campanha sido abortada prematuramente devido a sua morte.
A conquista da China veio a se intensificar ainda mais nos reinados de Möngke Khan e Kublai Khan, principalmente no do último. Durante o reinado de Mangu, ao mesmo tempo em que Hulagu Khan comandava os exércitos mongóis no Oriente Médio e Berque promovia um segundo ataque à Polônia, Kublai Khan prosseguia com a conquista da China. Após a morte de seu irmão, derrotou Arigue Buga (também seu irmão) em uma disputa de poder e se tornou o grande cã do Império Mongol. Uma de suas primeiras atitudes foi transferir a capital de Karakorum para Beijing.
Em 1279, após aniquilar os últimos remanescentes dos Song na famosa batalha de Yamen, a conquista da China foi enfim concluída. Kublai então fundou uma dinastia ao estilo chinês, transformando-o em uma entidade politicamente distinta do resto do grande Império Mongol que se espalhara pela Ásia durante o século XIII. À essa altura, outras regiões do Império Mongol como a Horda de Ouro e o canato de Chagatai eram na prática independentes. Durante o governo de Kublai Khan, a China viu suas estradas e seus meios de comunicação, bem como suas vias navegáveis restauradas, o que abriu aos chineses a possibilidade de comércio com estrangeiros.
Evolução política e a dominação sobre a China
[editar | editar código-fonte]A Dinastia Yuan caracterizou-se pela ineficiência administrativa e grave estratificação social, causada, basicamente, pela inexperiência dos mongóis em administração pública — até décadas antes nômades inquietos, organizados em pequenos clãs independentes. Primeiro os governantes mongóis posicionaram todos os mongóis no extrato superior da sociedade, conferindo-lhes isenção de impostos e direitos de propriedade. Em seguida vinham os funcionários públicos. Kublai Khan havia abolido a tradição do concurso público para a seleção de chineses para compor o corpo burocrático do Império.
A decisão de abolir os concursos teve consequências sociais a longo prazo. Até então, muitos jovens de famílias abastadas esforçavam-se para passar nesses exames, para ter uma vida cômoda na administração. Com a abolição dos concursos, estes jovens passaram a procurar outras saídas profissionais, resultando no crescimento do número de professores e de médicos, por exemplo. Ademais, a supressão dos exames também teve repercussões a nível linguístico. Ao não haver os concursos, deixaram de estudar os textos clássicos, e com isso declinou o conhecimento do chinês clássico, fazendo crescer o uso da língua vernácula como meio escrito.
A ineficiência dos mongóis em operar a máquina administrativa de uma civilização tão antiga e complexa fez com que os mongóis importassem, principalmente, turcos e persas para compor a burocracia imperial, e estes estrangeiros, conhecidos como "os de olhos coloridos", compunham a segunda classe social mais importante. Os chineses nativos, a grande maioria da população, encontravam-se nas classes mais baixas. Os Jin ainda possuíam direitos a terras, e a aristocracia chinesa permaneceu no poder local do antigo reino Jin. Os cidadãos comuns tinham direitos restritos a propriedade e ao trabalho, sendo usados no comércio e na prestação de serviços. Os Song, por sua vez, tinham liberdades civis especialmente restritas — não podiam usar armas, nem sair às ruas à noite, por exemplo.
Campanhas militares contra países vizinhos
[editar | editar código-fonte]Kublai Khan, com o objectivo de estender ainda mais os seus domínios, promoveu algumas campanhas militares contra reinos vizinhos. Em 1274 promoveu um ataque contra o Japão, na época governado pelos Kamakura. Por causa de uma tempestade marítima somada à resistência local o ataque fracassou. Um segundo ataque ocorreu em 1281, também fracassado por uma tempestade marítima, que foi chamada pelos japoneses de camicaze, ou vento divino. Kublai ainda pretendia atacar o Japão novamente em 1286, porém devido a falta de recursos para tal empreitada, isso não foi possível, para além da sua morte 6 anos mais tarde. Também foram feitas campanhas contra os reinos do Sudeste Asiático, sem muito sucesso. Em 1292 foi promovido um ataque contra a ilha de Java, também mal sucedido.
Ainda no plano externo, devido à sua política toda focada na China e reinos vizinhos, as regiões mais distantes do Império, tais como a Rússia, a Pérsia e o Turquestão, foram deixadas de lado, contribuindo assim para a fragmentação do Império Mongol em Canatos independentes menores.
Derrubada do poder, ascensão da dinastia Ming
[editar | editar código-fonte]Os fracassados programas econômicos que geraram um esvaziamento do tesouro imperial, aliado às rixas entre os sucessores do Imperador (invariavelmente homens fracos e de competência administrativa duvidosa), assim como a situação servil do povo chinês em suas próprias terras foram o rastilho para o surgimento dos movimentos nacionalistas durante a primeira metade do século XIV. A corrupção estatal também foi um fator para a queda do Império, levando os muçulmanos a unirem-se com os pretendentes da nova dinastia e a antiga família real chinesa a fim de expulsá-los da China.[3]
Numa tentativa de reverter tal situação, o sistema de concursos públicos foi restaurado em 1315. A matéria desses novos exames tornou-se uma versão simplificada do cânone neoconfuciano de Zhu Xi. Havia dois tipos de exames: um mais fácil para os mongóis e demais povos não chineses; e o outro mais difícil aos chineses. A adoção desse cânone neoconfuciano teria consequências a longo prazo e manter-se-ia durante as dinastias seguintes até a nova abolição do sistema de exames em 1905.
A dinastia Yuan perdurou até 1368, quando uma revolta camponesa instaurou a dinastia Ming no poder.
Ciência e tecnologia
[editar | editar código-fonte]O domínio mongol sob a dinastia Yuan viu avanços tecnológicos a partir de uma perspectiva econômica, com a primeira produção em massa de notas de papel por Kublai Khan no século XIII.[4]
Em matemática, o matemático Zhu Shijie (1249–1314) usou um método de eliminação para reduzir as equações simultâneas a uma única equação com apenas um desconhecido e avanços na álgebra polinomial foram feitos por matemáticos durante a era Yuan.[5] Zhu resolveu equações simultâneas com até quatro incógnitas usando um arranjo retangular de coeficientes, equivalente a matrizes modernas.[6][7] Seu método é descrito no Espelho de Jade dos Quatro Desconhecidos (四元玉鉴), escrito em 1303.[8] As páginas de abertura contêm um diagrama do triângulo de Pascal. A soma de uma série aritmética finita também é abordada no livro.[9]
Guo Shoujing[10] aplicou a matemática na construção de calendários. Ele foi um dos primeiros matemáticos da China a trabalhar na trigonometria esférica.[11] Gou derivou uma fórmula de interpolação cúbica[12] para seus cálculos astronômicos.[13] O conhecimento matemático do Oriente Médio foi introduzido na China sob o governo mongol e os astrônomos muçulmanos trouxeram numerais arábicos para a China no século XIII.[14]
A tradição médica chinesa do Yuan tinha "Quatro Grandes Escolas" que o Yuan herdou da dinastia Jin. Todas as quatro escolas foram baseadas na mesma base intelectual, mas defendiam diferentes abordagens teóricas em relação à medicina.[15] Os curandeiros eram divididos em médicos não-mongóis chamados otachi e xamãs mongóis tradicionais. Os mongóis caracterizaram os médicos otachi pelo uso de remédios herbais, que se distinguiam das curas espirituais do xamanismo mongol.[16] Estudiosos confucianos foram atraídos para a profissão médica porque asseguravam uma alta renda e a ética médica era compatível com as virtudes confucianas.[17][16] Sob os mongóis, a prática da medicina chinesa se espalhou para outras partes do império. Os médicos chineses foram levados por campanhas militares pelos mongóis à medida que se expandiam para o oeste.[18]
Vários avanços médicos foram feitos no período Yuan. O médico Wei Yilin (chinês: 危亦林, pinyin: Wēi Yìlín; c. 1277–1347)[19] inventou um método de suspensão para reduzir as articulações deslocadas, que ele fazia usando anestésicos.[15] O médico mongol Hu Sihui descreveu a importância de uma dieta saudável em um tratado médico de 1330.[15] A medicina ocidental também era praticada na China pelos cristãos nestorianos da corte Yuan, onde às vezes era rotulada como "huihui" ou medicina muçulmana.[20] Os médicos Huihui, que trabalhavam em dois hospitais imperiais, eram responsáveis por tratar a família imperial e os membros do tribunal.[16]
Os governantes mongóis patrocinaram a indústria de impressão Yuan.[21][22] A tecnologia de impressão chinesa foi transferida para os mongóis através do Reino de Qocho (chinês tradicional: 高昌回鶻, pinyin: Gāochāng Húihú, lit. ‘Qocho Uyghurs’, Mongol ᠦᠶᠭᠦᠷ Uihur "id.")[23][24] e intermediários tibetanos.[21] A publicação de um texto taoísta inscrito com o nome de Töregene Khatun, a esposa de Ögedei, é uma das primeiras obras impressas patrocinadas pelos mongóis. Em 1273, os mongóis criaram a Diretoria da Biblioteca Imperial, um escritório de impressão patrocinado pelo governo.[21] Escolas locais e agências governamentais foram financiadas para apoiar a publicação de livros.[25] Uma das aplicações mais notáveis da tecnologia de impressão foi o chao, o papel-moeda no período Yuan. Chao foi feito a partir da casca de amoreiras.[26] O governo Yuan usou blocos de madeira para imprimir papel-moeda, mas mudou para placas de bronze em 1275.[27]
Em cerâmica chinesa do período foi um dos de expansão, com a grande inovação o desenvolvimento em porcelana Jingdezhen (chinês: 景德镇陶瓷),[28] utensílios de cerâmica com fundo-vidrado[29][30] pintado em azul e branco. Isto parece ter começado nas primeiras décadas do século XIV, e no final da dinastia quando ela estava madura e bem estabelecida. Outros tipos principais de utensílios de cerâmica continuaram sem uma ruptura acentuada no seu desenvolvimento, mas houve uma tendência geral para algumas peças de tamanho maior e mais decoração. Isso geralmente é visto como um declínio do refinamento da música. As exportações expandiram consideravelmente, especialmente para o mundo islâmico.
Referências
- ↑ Bernardo 1970, p. 65.
- ↑ Tempo brasileiro. [S.l.]: Edic̜ões Tempo Brasileiro. 1999
- ↑ Gladney, Dru C. (1991). Muslim Chinese: Ethnic Nationalism in the People's Republic (em inglês) 2 ed. Harvard University: Council on East Asian Studies. 234 páginas. ISBN 9780674594951
- ↑ «The Invention of Paper Money in China». ThoughtCo
- ↑ Dauben 2007, p. 346.
- ↑ Joseph 2011, p. 196.
- ↑ Dauben 2007, p. 344.
- ↑ Hart, Roger (2013). Imagined Civilizations China, the West, and Their First Encounter. Baltimore, MD: Johns Hopkins Univ Pr. p. 82. ISBN 1421406063
- ↑ Ho 1985, p. 101.
- ↑ Morris Rossabi (28 de novembro de 2014). From Yuan to Modern China and Mongolia: The Writings of Morris Rossabi. [S.l.]: BRILL. pp. 282–. ISBN 978-90-04-28529-3
- ↑ Joseph 2011, p. 247.
- ↑ Erwin Kreyszig (2005). Advanced Engineering Mathematics 9 ed. [S.l.]: Wiley. 816 páginas. ISBN 9780471488859
- ↑ Allsen 2001, p. 172.
- ↑ Ho 1985, p. 105.
- ↑ a b c Lane 2006, p. 140.
- ↑ a b c Rossabi 1988, p. 125.
- ↑ Allsen 2001, p. 157.
- ↑ Lane 2006, pp. 138–139.
- ↑ Wu 1950, p. 492.
- ↑ Allsen 2001, p. 151.
- ↑ a b c Allsen 2001, p. 182.
- ↑ Wu 1950, p. 460.
- ↑ Joint Centre for Asia Pacific Studies (1996). Cultural contact, history and ethnicity in inner Asia: papers presented at the Central and Inner Asian Seminar, University of Toronto, March 4, 1994 and March 3, 1995. [S.l.]: Joint Centre for Asia Pacific Studies. p. 137
- ↑ Sir Charles Eliot (4 de janeiro de 2016). Hinduism and Buddhism: An Historical Sketch. [S.l.]: Sai ePublications & Sai Shop. pp. 1075–. GGKEY:4TQAY7XLN48
- ↑ Wu 1950, p. 463.
- ↑ Allsen 2001, p. 183.
- ↑ Allsen 2001, p. 179.
- ↑ Kerr, Rose. Chinese Ceramics; Porcelain of the Qing Dynasty 1644–1911, 1986, reprinted 1998, V&A Publications, ISBN 1851772642
- ↑ Fournier, Robert, Illustrated Dictionary of Practical Pottery (Van Nostrand Reinhold, 1973) ISBN 0-442-29950-8
- ↑ Hamer, Frank, and Hamer, Janet, The Potter's Dictionary of Materials and Techniques (A&C Black/University of Pennsylvania Press, 2004) ISBN 0-8122-3810-9
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bernardo, Hernani de Barros (1970). Considerações acerca de alguns vocábulos portugueses. Lisboa: Edição da Revista de Portugal
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com Dinastia Yuan no Wikimedia Commons