Defesa de Braga Netto cita 'histórico' de obediência de militar em pedido de liberdade a Moraes
Ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, general de quatro estrelas foi indiciado pela PF por suspeita de tentativa de golpe de estado
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GERADO EM: 24/12/2024 - 14:26
Defesa de Braga Netto pede liberdade ao STF
A defesa de Braga Netto pede liberdade ao STF, destacando seu histórico de obediência. Ele é acusado de tentativa de golpe, mas advogados argumentam falta de provas e pedem medidas alternativas à prisão. A PF indica que o general tentou obstruir investigações sobre a trama golpista, envolvendo Bolsonaro e Mauro Cid. A defesa contesta a credibilidade de Cid e questiona depoimentos que implicam Braga Netto no suposto plano de golpe.
A defesa do general Walter Braga Netto apesentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo pedido de liberdade do militar, preso preventivamente desde o último dia 14. Na solicitação encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, os novos advogados do ex-ministro de Jair Bolsonaro defendem que o general não tem "histórico de desobediência" e pleiteiam medidas alternativas à prisão.
"O general Braga Netto é militar da reserva, sem histórico de desobediência a ordens judiciais nem condutas que justifiquem a adoção de uma medida tão severa. Além disso, como já demonstrado, inexiste qualquer indício concreto de que ele represente risco à ordem pública, à aplicação da lei penal ou que comprometa as investigações já finalizadas. Portanto, faz-se necessária a análise do cabimento de medidas alternativas, tendo em vista que se mostram cabíveis ao caso concreto", afirmam os advogados José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua.
O pedido foi encaminhado ao STF nesta segunda-feira, e ainda não foi apreciado por Moraes. Braga Netto foi detido por ordem do ministro sob suspeita de obstrução de Justiça. Segundo a PF, ele estava atuando para atrapalhar as investigações sobre a trama golpista. O militar foi indiciado no inquérito com outras 36 pessoas, que incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid.
Ao STF, a defesa do general afirmou também que ele não demonstra risco à ordem pública e, por isso, não há necessidade de mantê-lo preso. Segundo os advogados, a PF "fechou os olhos para todas as incoerências que fulminam a credibilidade de Mauro Cid".
Na conclusão da investigação do inquérito do golpe, a Polícia Federal afirma que Braga Netto tentou conseguir "informações sobre o acordo de colaboração" do tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais de Mauro Cid.
Como mostrou o GLOBO, uma das principais linhas da nova defesa é questionar a validade dos depoimentos de Cid, que implicaram o general em um suposto plano de golpe para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Cid disse à PF que o general tratou da trama em uma reunião em sua casa com militares da tropa de elite do Exército, os kids pretos, e repassou uma sacola com dinheiro para o suposto financiamento das ações.
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