A realização da Cúpula de Líderes do G20, neste mês, reafirmou a vocação do Rio como capital global. Foram realizados 300 eventos oficiais ao longo da presidência brasileira no G20, dos quais 42 em terras cariocas. Isso coloca o Rio no topo da lista das cidades com maior número de eventos oficiais na história do grupo das maiores economias do planeta. A passagem dos chefes e ministros de Estado por aqui também trouxe impactos significativos, movimentando a rede hoteleira e injetando recursos na economia local.
A prefeitura estima que os eventos oficiais e paralelos do G20 tenham injetado R$ 595,3 milhões na capital fluminense, sendo R$ 327,4 milhões só em novembro. Durante todo o ano, cerca de 200 mil pessoas participaram dos eventos na cidade.
Para Eduardo Cavaliere, secretário da Casa Civil e vice-prefeito eleito do Rio de Janeiro, o sucesso do G20 é uma credencial importante, que habilita a cidade a sediar outros encontros de relevância mundial.
— O Estado e a cidade do Rio demonstraram, mais uma vez, a capacidade de realizar um evento internacional da magnitude do G20. Isso é motivo de inveja e ciúme para qualquer cidade em qualquer parte do mundo — brincou o secretário, que participou do último debate do projeto G20 no Brasil, organizado pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico e a rádio CBN.
Ele lembrou a importância do G20 Social, que reuniu mais de 40 mil pessoas ao longo de três dias, mesmo sob chuva. Foi um momento único de engajamento dos movimentos sociais, que participaram ativamente das discussões, disse.
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Ele destacou também a escolha do Museu de Arte Moderna (MAM) como cenário para as reuniões de chefes de Estado. O MAM foi fechado em maio para obras, patrocinadas pela prefeitura, que custaram R$ 32 milhões. O museu será reaberto ao público em 1º de dezembro.
— A foto oficial, tirada ali, com o recorde de chefes de Estado reunidos e o Pão de Açúcar deslumbrante ao fundo, não tem preço. Essa imagem será lembrada por décadas e funcionará como uma propaganda sem precedentes para a cidade — disse Cavalieri.
Além das fotos oficiais, a propaganda espontânea sobre o Rio foi amplificada pela experiência das delegações internacionais. Os participantes aproveitaram para explorar e registrar diversos pontos turísticos icônicos da cidade, como as praias, os bares tradicionais, o Cristo Redentor e o Jardim Botânico.
Fotos pelo mundo
Circularam o mundo as imagens do presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, encantado com a paisagem do Cristo Redentor na entrada do MAM, e do presidente da França, Emmanuel Macron, correndo na orla da cidade, o que já traz reflexos para a hotelaria.
— Isso despertou nas pessoas o desejo de vir para cá. Verificamos essa tendência nos números de reservas, que têm crescido progressivamente para o final do mês de novembro e início de dezembro — afirmou José Domingo Bouzon, vice-presidente do HotéisRIO e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro (ABIH-RJ).
Durante o feriado e a cúpula do G20, a ocupação hoteleira na cidade alcançou média de 80%. Os hotéis que receberam as comitivas estrangeiras registraram ocupação acima de 95%.
Para Carlos Werneck, presidente-executivo do Visit Rio, fundação privada sem fins lucrativos que fomenta eventos na cidade, a exposição promovida pelo G20 abre portas para incluir a capital fluminense na rota dos principais players do mercado, atraindo investimentos e gerando novas oportunidades para o turismo.
— O G20 destacou o que o Rio tem de melhor, com sua infraestrutura robusta, capacidade organizacional, localização privilegiada, conectividade e ampla oferta de espaços e serviços.
Para o governador do Rio, Cláudio Castro, o G20 ficará marcado na história:
— Quando pensamos em um evento como esse, é claro que consideramos o legado histórico. A gente nunca vai esquecer a Eco-92, o Rio+20, a Copa do Mundo, as Olimpíadas. E eu não tenho dúvida de que também não esqueceremos o G20. Temos a capacidade de fazer bem feito, bonito e com qualidade, e isso é um orgulho para todos nós.