G20 no Brasil
PUBLICIDADE
Por e — Especial para O GLOBO

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 28/11/2024 - 21:56

Presidência do G20 na África do Sul: foco em equidade e sustentabilidade

Na África do Sul, a presidência do G20 focará em equidade e sustentabilidade. Ramaphosa busca consenso em meio a pressões do Sul Global. O país seguirá o modelo brasileiro para alcançar declarações finais. Desafios incluem lidar com divergências e a presença de Trump. Prioridades são crescimento inclusivo, segurança alimentar e inovação. Manterão o G20 Social. Convite a Trump para visitar a África do Sul mostra desejo de cooperação.

Com o mote “Solidariedade, equidade e sustentabilidade”, a África do Sul será a primeira nação africana e o último país em desenvolvimento a comandar o G20 antes de o bastão voltar para os Estados Unidos. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reconhece o desafio que terá no próximo ano, mas não se mostra intimidado. Em sua opinião, a pressão vem muito mais dos desafios enfrentados pelo Sul Global do que da perspectiva de se trabalhar com o futuro governo de Donald Trump.

— Qualquer pressão que possamos enfrentar é exercida pelas condições em que as pessoas no mundo se encontram, especialmente no Sul Global: pobreza, desigualdade e desemprego. São as pressões que sofremos e que temos de enfrentar. E queremos abordar esta questão sob o G20, para que os países do Norte Global possam trabalhar conosco. Por isso o tema da solidariedade — diz Ramaphosa.

A tarefa de se chegar a um texto comum nas cúpulas de líderes do G20 tem sido cada vez mais prejudicada pela cena geopolítica internacional. Foi assim nas edições brasileira, que acaba de se encerrar no Rio, na indiana e na indonésia. Por essa razão, Ramaphosa explica que pretende replicar o modelo de consenso que funcionou no G20 do Brasil para fechar o comunicado final dos líderes do grupo em Johanesburgo. A ideia é que, uma vez chegando a um “consenso amplo” ou um “consenso suficiente”, a declaração final seja adotada.

Opiniões divergentes

A estratégia, que se mostrou eficaz diante da resistência argentina no Rio, pode ser fundamental para lidar com os Estados Unidos de Donald Trump, notadamente avesso ao multilateralismo. No entanto, Ramaphosa defende que nenhum país ou voz dissonante pode fazer com que as nações do G20 retrocedam.

— Nenhum país pode se considerar um show stopper ou bloquear o progresso para a adoção de declarações. Desde que haja consenso suficiente, seguimos em frente. Contudo, a construção de consenso deve incluir a capacidade de ouvir opiniões divergentes, procurar acomodar essas opiniões, debater questões e ir atrás de todos os aspectos sobre os quais as pessoas discordam — diz o presidente da África do Sul.

Andreza de Souza Santos, diretora do Brazil Institute do King’s College, avalia que a presidência brasileira foi um sucesso gerencial e que a África do Sul enfrentará desafios similares.

— O Brasil colocou a fome como prioridade, um legado importante. Embora não tenha havido avanços significativos no financiamento à transição energética, o tema foi discutido. A África do Sul, assim como o Brasil, enfrenta contradições no desenvolvimento sustentável. Ambos são países em desenvolvimento, industrializados e grandes poluidores — diz ela.

G20 social mantido

Sob o comando da África do Sul, o G20 terá três prioridades de alto nível, que encontrarão expressão no trabalho dos sherpas e da trilha de finanças. A primeira é o crescimento econômico inclusivo, a industrialização, o emprego e a desigualdade. A segunda é a segurança alimentar, enquanto a terceira é a inteligência artificial e a inovação para o desenvolvimento sustentável. Ramaphosa destacou que manterá a carga sobre a tributação de bilionários e uso das plataformas digitais e da IA com foco nas pessoas e no crescimento econômico. E já avisou que manterá o G20 Social, novidade criada pelo Brasil, que terá foco nas diferenças regionais e na inclusão.

Para Matias Spektor, da FGV, a presidência sul-africana tem simbolismo, pois representa a continuidade de um ciclo liderado por países emergentes. Mas ele ressalta as limitações do bloco.

— Como o G20 exige consenso, os acordos têm sido minimalistas. A cúpula no Rio coincidiu com o maior deterioro das relações entre Rússia e Estados Unidos em 60 anos.

Convite a Trump

Ainda assim, Ramaphosa se disse ansioso para trabalhar com Trump, a quem convidou para uma visita de Estado à África do Sul. Nem poderia ser diferente, os EUA assumem a presidência do G20 em 2026, logo depois dos sul-africanos, o que significa que farão parte da Troika, junto com a nova presidência e a anterior (Brasil). Ou seja, a partir de janeiro, o G20 será conduzido pelos líderes desses três países.

— Espero que a diplomacia e a observação dos vários protocolos que existem entre os líderes globais, bem como entre os países, apoiem a forma como vamos trabalhar — ressalta.

Mais recente Próxima A sociedade civil propõe, cobra e deixa seu legado no G20
Mais do Globo

O ciúme excessivo, quase paranoico, não é uma novidade ou exclusividade vivida apenas por mulheres, mas o assunto viralizou entre elas recentemente nas redes sociais, principalmente no TikTok

Você sofre com a Síndrome de Rebecca? Conheça condição que prejudica relações amorosas

O setor de esportes foi responsável por 78 eventos, seguido de perto pelo entretenimento

Turismo no Rio: número de eventos na cidade aumentou 45% em 2024, movimentando R$ 8,4 bi

Para cumprir a meta de contenção do aquecimento global a um máximo de 1,5°C, o mundo deveria dispensar a abertura de novos poços de petróleo

Petróleo e política

Pesquisa feita pela Stone mostra que comércio digital superou o físico

Natal mais fraco, mas ano melhor: o desempenho do comércio brasileiro em 2024

Chá pode diminuir a ansiedade e facilitar o descanso

Erva é capaz de acalmar dores musculares e combater a insônia; veja qual é

A atrofia muscular espinhal (AME) precisa ter diagnóstico confirmado por exame genético antes dos 6 meses para início do tratamento

Prestes a ter tratamento incorporado aos SUS, doença genética rara não tem diagnóstico na rede pública

Jaymesson de Araújo já ocupou cargo político na Câmara de Mesquita e foi denunciado em 2019 pelo GAECO por associação criminosa à milícia comandada por Amaury Trindade

Histórico de homicídio e associação com milícia: quem é "Neném da Macumba", policial reformado morto a tiros em Mesquita

Ciência revê conceitos no momento em que Facebook e Instagram deixam de checar veracidade de conteúdos

Primeiro mandato de Trump impulsionou estudos de fake news

Houve pelo menos outros três casos na região da Rua Uruguaiana. Em 2010, o fogo destruiu barracas de comércio popular na Central do Brasil

Incêndio no Camelódromo não foi o primeiro a atingir a famosa área de comércio popular no Rio, relembre outros casos