Por Memória Globo

João Miguel Júnior/Globo

ADELAIDE (ADELAIDE DE CASTRO) 

Mineira que vem de uma família humilde, saiu de Três Corações rumo ao Rio de Janeiro com o dinheiro contado para a viagem de ida e volta, apenas para fazer o teste para Clandestinos. Ela toca saxofone e faz curso de teatro em um projeto social da sua cidade. Sonha ver atores famosos na cidade grande e mata um pouco da sua vontade ao esbarrar com Fábio Assunção em um set de filmagens dirigido por Dennis Carvalho. O diretor Fábio fica encantado com a história de Adelaide e não vê a menor necessidade de ela representar um esquete. Ela, em si, já é uma grande personagem.

GISELLE (GISELLE BATISTA) e MICHELLE (MICHELLE BATISTA) 

As gêmeas de São Gonçalo, Rio de Janeiro, querem conquistar carreiras independentes para deixarem de ser consideradas “a mesma pessoa”. Fizeram sucesso no papel de gêmeas em Malhação, mas desejam ser reconhecidas por seus talentos individuais. Michelle desiste da carreira de atriz e decide ir para o Haiti fazer trabalho social. Abre mão do seu sonho para que sua irmã invista na carreira. Giselle se inscreve em Clandestinos, mas não consegue terminar seu teste. Sente-se culpada por sua irmã estar tão longe de seu sonho. Mas, para sua surpresa e a da equipe de seleção, Michelle aparece nos bastidores e interpreta um esquete com a irmã.

PEDRO BALLA (EMILIANO D´ÁVILA) 

Rapaz baiano que tem o corpo esculpido pela capoeira e atiça a atenção das mulheres por onde passa. Seu nome de registro é Menino Dado, afinal foi abandonado no Pelourinho, quando ainda era bebê, e criado por três mães de santo, Maria dos Anjos, Maria das Graças e Maria das Neves. Acredita que seja por isso que também tenha ficado conhecido como Branquinho das Marias. Mas ele se orgulha mesmo de ser Pedro Balla, nome do personagem que interpretou na peça Capitães da Areia, em uma ONG baiana. Depois desse trabalho, não fez mais nenhuma peça. Diz que na Bahia são poucos os papéis para brancos e que não basta ser baiano, tem de parecer baiano. Elisa, encantada com o físico do rapaz, chama-o para sair. Eles encontram Daniela Mercury no bar, e ele logo vai atrás da cantora para pedir que ela autografe sua certidão de nascimento.

ALEJANDRO (ALEJANDRO CLAVEAUX) –

Após conquistar o mercado da moda, ganhou fama ao interpretar o papel de um modelo em uma novela. Só que o personagem o marcou tanto que ele ficou estereotipado pelo público. Para fugir da sina de só interpretar o mesmo papel, ele se apresenta para Fábio mostrando suas várias facetas. Primeiro, finge ser gago, depois gay e, em seguida, simula sofrer de amnésia, ser argentino e um macaco. Tudo para provar que não é ator de um papel só. Ele só não consegue enganar Fábio. O diretor sempre acreditou que o candidato estava representando.

EDUARDO (EDUARDO LANDIM) 

Tem 17 anos, faz dublagens e é morador da Rocinha, favela do Rio de Janeiro. Persistente, ele busca uma saída para os papéis estigmatizados para negros para os quais sempre foi escolhido, desde a época de teatrinho da escola. Não conheceu seu pai – dizem que era um alemão, de quem teria herdado os olhos verdes – nem sua mãe. Sua avó veio do interior da Paraíba especialmente para criá-lo. E é por ela que ele tanto quer a vaga em Clandestinos. Apesar de saber que não receberá nada caso seja escolhido, acredita que a peça poderá lhe servir como um trampolim para o sucesso, o que lhe traria dinheiro para realizar o sonho de sua avó: visitar seus familiares no Nordeste. Mas ela morre antes que o neto saiba se foi ou não aprovado.

CHANDELLY (CHANDELLY BRAZ) 

Moça que chega de Olinda, Pernambuco, disposta a se tornar uma atriz famosa no Rio de Janeiro. Tenta esconder seu sotaque nordestino de qualquer maneira, afinal acredita que só assim conseguirá uma papel de madame nas novelas, e só aceita ser chamada de Alexandra Levy, seu nome artístico. Ao chegar ao Rio, ela pega o táxi de Edmilson Bruno Heitor de Oliveira (Bruno Heitor), um jovem carioca que logo se encanta pela moça e lhe promete ensinar o carioquês. Edmilson tenta se aproximar de Chandelly a qualquer custo. Larga o táxi e vai trabalhar como cozinheiro no restaurante português Fado Tropical, só para ficar ao lado de Chandelly, garçonete no estabelecimento. O rapaz lhe ensina a falar como uma carioca e tenta usar as aulas para se aproximar dela, que sempre o esnoba. Chandelly se apresenta para Fábio como uma moradora de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, tendo estudado teatro na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Mas era tudo mentira para impressionar o diretor. O mundo da moça desaba quando Fábio chama Edmilson para contracenar com a ela. Mesmo sem estar inscrito, ele tentou uma vaga na peça apenas para ficar perto de Chandelly.

RENATA (RENATA GUIDA) 

Paulistana que vive discutindo com seu pai, um deputado conhecido, sobre sua opção profissional. Com a alta mesada que ganha, financia a companhia de teatro vertical Porrada Paulista, grupo contrário às produções artísticas voltadas para o mercado de massa. Seu pai, no entanto, deseja que ela faça um teste para uma telenovela, A Assassina do Véu Azul, ou cortará sua mesada pela metade. Renata se empenha para fazer o pior teste de sua vida e ser reprovada, mas os produtores adoram seu desempenho, e ela ganha o papel de protagonista. Seus amigos da companhia a renegam, pois seu novo trabalho não combina com a filosofia do teatro vertical, e ela vem para o Rio quase foragida. Seu pai quer que ela faça parte da peça de Fábio, mas ela só pensa em voltar para o teatro alternativo. O deputado, então, sem que ela saiba, oferece 30 mil dólares para financiar a peça do diretor. Fábio e Elisa não sabem se devem ou não aceitar o aporte financeiro. O diretor acha a jovem muito talentosa, e decide selecioná-la. Ela só aceita o papel depois de ter a certeza de que Fábio negou o dinheiro oferecido por seu pai.

PEDRO (PEDRO GRACINDO) 

Neto de Paulo Gracindo e filho de Gracindo Jr., vive um dilema: dedicar-se à sua carreira de ator ou à família. Sua vida mudou completamente depois que conheceu Estela (Suzana Castelo), sua futura esposa. Ela estava na plateia, assistindo-o encenar Dom Quixote. Ele, do palco, apaixonou-se perdidamente pela cirurgiã, especialista em transplantes. No mês seguinte, ele já era um futuro papai. Oito meses depois, estava desempregado e tinha virado “dona de casa” para que sua mulher pudesse se dedicar à carreira. Estela, no entanto, não quer que ele se esqueça dos seus sonhos e o inscreve em Clandestinos.

JUNIOR (JUNIOR VIEIRA) 

É o único candidato por quem Fábio se sente ameaçado. Junior é um ator negro que quer fazer um papel sem clichês e começa a perseguir Fábio, como se fosse um bandido. Só que tudo não passa de uma representação, de um protesto contra os papeis estereotipados dos afrodescendentes. Junior é filho de diplomata e morou a maior parte da vida em Londres, onde estudou teatro.

LUANA (LUANA MARTAU) 

É uma conhecida de Fábio dos tempos de criança. Aos 11 anos, ela apresentava o programa infantil Dó-Ré Mirinda e fazia sucesso, apesar de seu temperamento difícil. Vivia destratando os funcionários por trás das câmeras e não era nada simpática. Luana culpa Fábio por seu declínio profissional. Segundo ela, tudo começou no dia em que ele recusou o convite para ser seu par, ao vivo, no programa infantil. Ela não aceitou a recusa e explodiu de raiva no palco, chocando plateia e telespectadores. Totalmente desequilibrada e muito frustrada, ela se entregou à bebida e às drogas e passou a ganhar a vida como animadora de festas infantis. Agora cobra dele um papel que a traga de volta aos holofotes. Para pressioná-lo, ela o coage com uma arma e atira – com balas de festim.

DEBORAH WOOD (DEBORAH WOOD) 

Moradora de Niterói, no Rio de Janeiro, conta com o total incentivo do pai à sua carreira de atriz. Sua mãe morreu de parto, e ela tem nele seu grande incentivador. Deborah, no entanto, está cansada de fazer papel da gordinha hilária e sonha interpretar a mocinha. No teste para Clandestinos, ela decide interpretar a Julieta, de Shakespeare, mas sua dramaticidade é ofuscada pelos risos de Elisa e Fábio. Eles a acham hilária, contrariando o que ela tanto se esforçava para ser.

MARCELA (MARCELA COELHO) 

Veio de Sardoá, interior de Minas Gerais, para o Rio há quatro anos e toca Fábio e Elisa com sua história de bravura. Concluiu o curso de artes cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), mas só conseguiu emprego como professora de maternal. Queria mesmo ser atriz.

HUGO (HUGO LEÃO) 

Foi um grande amigo de Fábio, da época em que o diretor morou em Brasília. E foi da aproximação dos dois que surgiu a ideia para o Clandestinos. Fábio sugeriu que Hugo se unisse a ele na composição de um grupo de teatro, e os dois formaram uma dupla; Hugo sugeriu o nome. Só que os dois queriam fazer teatros diferentes. Hugo só queria chocar as pessoas, e Fábio queria fazer teatro-arte. Os dois se separaram e estavam há cinco anos sem se ver até que Hugo apareceu no palco como candidato ao Clandestinos. Fica claro que a presença dele incomoda Fábio. Após uma longa insistência de Elisa, o diretor lhe conta que eles se separaram devido às loucuras de Hugo. A última que ele aprontou foi pôr fogo na biblioteca do Senado Federal durante uma apresentação teatral da dupla. Foi um acidente, mas que poderia ter sido evitado se Hugo tivesse limites. O rapaz foi internado em uma clínica psiquiátrica, e Fábio voltou para o Rio. O diretor admira muito o amigo e o acha muito melhor do que ele. O que não sabe é que Hugo pensa o mesmo a seu respeito e só foi ao Rio para incentivá-lo.

NANDA (NANDA COSTA) 

A candidata que mais surpreende Fábio é Nanda, uma ex-namorada da época de faculdade e, agora, uma atriz reconhecida. Ela é de Paraty, no Sul do estado do Rio, e se mudou para a Região Metropolitana do estado para se formar em teatro. Fábio logo viu nela uma grande atriz e escreveu uma peça para os dois encenarem. Elisa, a produtora do projeto, apaixonou-se por Fábio, sem saber que ele e Nanda já tinham vivido um romance.

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