Memoria Globo

O filme inglês O Escocês Voador (2006), de Douglas Mackinnon, serviu de inspiração para a captação de planos ousados nas cenas de Stock Car e competições de ciclismo.

Cauã Reymond (Danilo), Kayky Brito (Sinval) e Gabriel Wainer (Chulepa) fizeram aulas de ciclismo por conta de seus personagens.

Marcello Antony teve aulas de Stock Car e tirou licença para dirigir na categoria.

Carolina Dieckmann acompanhou um dia da rotina das equipes do Globo Esporte para viver Diana, estudante de pós-graduação em Jornalismo.

Mayana Moura fez laboratório com a estilista Glória Coelho para dar vida à personagem Melina.

Por sugestão do cinéfilo Silvio de Abreu, Mariana Ximenes assistiu a filmes estrelados por Betty Davis e Brigitte Bardot para interpretar a vilã Clara. Reynaldo Gianecchini assistiu, entre outros, a Os Imorais (1990), de Stephen Frears, Gigolô Americano (1980), de Paul Schrader, e clássicos de Alfred Hitchcock para interpretar o mau-caráter Fred.

O núcleo composto por Tony Ramos (Totó), Aracy Balabanian (Gemma), Leandra Leal (Agostina), Daniel de Oliveira (Agnello), Germano Pereira (Adamo), Miguel Roncato (Alfredo), Marcelo Médici (Mimi) e Emiliano Queiroz (Benedetto) teve aulas com a professora da USP Cecília Casini para aprender o italiano. Os mesmos atores também passaram um período no sítio do ator Marcos Palmeira para se familiarizar com atividades típicas do meio rural, como ordenha e plantio de verduras.

Tony Ramos chegou à Itália antes do início das gravações para melhor incorporar seu personagem: procurou pequenos produtores, colheu azeitonas, conheceu o processo de fabricação do azeite de oliva e até dirigiu um trator.

Cauã Reymond frequentou o Narcóticos Anônimos e clínicas de reabilitação para dar mais veracidade ao ex-atleta Danilo. Depois que o personagem virou morador de rua, o ator tinha os dentes pintados antes de gravar suas cenas.

A novela contou com algumas participações especiais. Ana Maria Braga contracenou com Irene Ravache nas cenas em que Clô toma café da manhã com a apresentadora no programa Mais Você. Claudia Raia, a filha Sophia e o diretor Jorge Fernando aparecem nas cenas em que Clô passeia pelo Projac. O jornalista Tiago Leifert, apresentador da edição paulista do Globo Esporte, cobriu a corrida de ciclismo exibida no primeiro capítulo da novela. O compositor Zeca Pagodinho cantou duas músicas em cenas protagonizadas pelos personagens Fortunato (Flávio Migliaccio) e Jaqueline (Alexandra Richter).

O site de Passione inaugurou uma nova plataforma tecnológica na web, ampliando a interação do público com as tramas por meio de enquetes e conteúdos colaborativos. A novela foi uma das pioneiras em desenvolver conteúdo exclusivo para o site, antes restrito a reproduzir os capítulos veiculados pela televisão. Os atores de Passione gravavam textos exclusivamente para a internet, olhando para a câmera.

A festa de lançamento da novela foi realizada na Casa Fasano, em São Paulo.

Em junho de 2010, a Rede Globo encaminhou ao Ministério da Justiça alteração de autoclassificação da novela, de 10 para 12 anos. A avaliação inicial da emissora fora feita a partir da sinopse. Com o desenvolvimento dos capítulos, decidiu-se pela adequação de faixa etária.

Cleyde Yáconis, intérprete da personagem Brígida, ficou afastada por quase duas semanas das gravações da novela. A atriz sofreu uma queda, que provocou uma fratura no fêmur, e teve de ser submetida a uma cirurgia para a colocação de uma prótese no quadril. No retorno às gravações, aparecia em cena em uma cadeira de rodas. Para driblar a ausência da atriz, o autor fez a personagem quebrar a perna durante um de seus encontros misteriosos com Diógenes (Elias Gleizer).

Fernanda Montenegro e Cleyde Yáconis, que haviam trabalhado juntas nos anos 1950, em teleteatros dirigidos por Antunes Filho na TV Tupi, voltaram a dividir a cena 50 anos depois, como intérpretes de nora e sogra. Suas atuações foram muito elogiadas. Cleyde Yáconis estreou na TV Globo em 1990, na novela Rainha da Sucata, também de Silvio de Abreu.

O personagem Frederico Lobato foi o primeiro vilão vivido pelo ator Reynaldo Gianecchini em dez anos de carreira na TV.

Passione foi a primeira novela dos atores Mayana Moura (Melina), Germano Pereira (Adamo), Miguel Roncato (Alfredo) e Débora Duboc (Olga).

Como bom cinéfilo, Silvio de Abreu fez questão de incluir, logo no primeiro capítulo da novela, imagens do filme Os Girassóis da Rússia (1970), de Vittorio de Sica, estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. O filme estava sendo exibido na cidade italiana de Totó (Tony Ramos).

Ficção e vida real se misturaram em Passione, uma das novelas recordistas em merchandisings comerciais. A Houston, fabricante de bicicletas, fechou com a TV Globo um pacote com participação efetiva na trama. Sua sede em Teresina, no Piauí, foi utilizada como cenário, e a empresa ainda foi citada na novela como parceira da fictícia Metalúrgica Gouveia. Em outra passagem da história, após ter seu projeto boicotado na Gouveia, Mauro (Rodrigo Lombardi) o oferece à Houston. Além disso, o piloto Gerson Gouveia (Marcello Antony) era patrocinado pela Goodyear, fornecedora oficial de pneus da Stock Car, e usava carro e uniforme da empresa. Quando o personagem sofreu um acidente, teve depressão e tentou se matar, a Goodyear entrou na história para apoiá-lo por meio de seu programa de saúde.

Neto de italianos, Silvio de Abreu escrevia os diálogos da família Mattoli na língua dos avós. O texto era submetido à tradutora Cecilia Casini, que trocava expressões mais complicadas por equivalentes em português.

Ex-deputada estadual do Rio de Janeiro, com quatro mandatos, e radialista há mais de 60 anos, Daisy Lúcidi, a intérprete de Valentina, foi elogiada por sua atuação na trama de Silvio de Abreu. Casada com o radialista Luiz Mendes, Daisy foi atriz de radionovelas e ainda comandava um programa assistencialista à época de exibição de Passione. Valentina foi a primeira vilã de sua carreira.

O psiquiatra Flávio Gikovate interpretou a si próprio na novela, como o especialista procurado por Gerson em busca de ajuda para o seu problema.

Com o aval do autor, Gikovate tinha liberdade para improvisar no texto.

Para manter o mistério a respeito do suposto primeiro assassinato da trama, a morte de Saulo (Werner Schünemann), foram escritas e gravadas cinco cenas envolvendo cinco diferentes personagens. As possíveis vítimas, além de Saulo, seriam Diana (Carolina Dieckmann), Melina (Mayana Moura), Fred (Reynaldo Gianecchini) e Gerson.

Cauã Reymond teve de se afastar da novela para se recuperar de uma cirurgia no quadril. Na ficção, Danilo, seu personagem, mergulha no crack e é expulso de casa, passando um bom tempo desaparecido. As muletas usadas pelo ator foram incorporadas ao personagem em seu retorno à trama.

Passione foi a 14º novela de Silvio de Abreu e mais uma parceria com a diretora de núcleo Denise Saraceni, com quem já havia feito Torre de Babel (1998) e Belíssima (2005).

Irene Ravache foi eleita, pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), a melhor atriz de televisão do ano de 2010, por sua atuação como Clô. Gabriela Duarte ganhou o prêmio Arte Qualidade Brasil na categoria melhor atriz coadjuvante, resultado de sua atuação como Jéssica.

Passione foi premiada com o Prêmio Extra de Televisão 2010 nas categorias melhor figurino, melhor ator coadjuvante (Cauã Reymond) e melhor novela.

A abertura de Passione foi assinada pelo artista plástico Vik Muniz. Ele usou quatro toneladas de sucata para compor três instalações baseadas em fotos feitas especificamente para o trabalho. Muniz trabalhou com integrantes da ONG Spetaculu. Ao som da canção Aquilo que Dá no Coração, de Lenine, a câmera passeia por diversos objetos até mostrar as imagens criadas a partir de todo o “lixo” acumulado. O trabalho foi supervisionado pela equipe de Hans Donner, responsável pelas aberturas de novela das TV Globo. 

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