Recriar em uma das cidades cenográficas do Projac a atmosfera bucólica da Toscana foi um dos grandes desafios das equipes de cenografia e produção de arte de Passione. A cidade fictícia de Laurenza-in-Chianti era uma mistura das comunas italianas de San Quirico d’Orcia, San Gimignano, Monteriggioni, Montalcino, Montepulciano e Siena, localizadas na província de Siena. Três viagens à Itália, mais de seis mil fotos e uma pesquisa de seis meses resultaram em uma área construída de 1.480 m², formada por praças, ruas, casas, vielas e lojas onde predominavam as cores vinho (proveniente das uvas), verde (das oliveiras), amarelo (dos girassóis) e vários tons de terra em construções feitas com um material que simulava madeira e pedra, presentes nas paisagens originais.
Outro cenário reproduzido no Projac foi a Ceagesp, um dos maiores centros atacadistas de hortifrutigranjeiros do mundo, cuja estrutura se resume a um imenso galpão de ferro e madeira. As gravações chegaram a contar com 90 figurantes, mais de uma centena de caixotes com verduras reais, cerca de 300 caixotes repletos de verduras e legumes cenográficos, além de sacos de milho e carrinhos, feitos especialmente para a locação.
Outra construção montada na cidade cenográfica foi uma versão reduzida do bairro paulista do Tatuapé, com 2.897 m².
A quarta área externa desenvolvida pela equipe de cenografia foi o orquidário da mansão da família Gouveia, que possuía uma extensão de 941 m² e era preenchido por orquídeas naturais e artificiais.
Cerca de 4.000 m² de cenários foram produzidos para as gravações em estúdio, compreendendo o sofisticado interior da casa de Bete Gouveia (Fernanda Montenegro); o apartamento de Saulo (Werner Schünemann) e Stela (Maitê Proença); o moderno escritório da metalúrgica Gouveia; a extravagante mansão de Olavo (Francisco Cuoco) e Clô (Irene Ravache); o escritório de Olavo, com muitos acessórios feitos de material reciclado; a casa de Candê (Vera Holtz); e o apartamento de Diana (Carolina Dieckmann) e Cris (Gabriela Carneiro da Cunha), decorado com peças de design originais.
Fotos e livros sobre a Toscana foram as referências utilizadas pela equipe de produção de arte para compor o ambiente do núcleo italiano da novela. Para garantir o clima da região, algumas peças foram escolhidas na Itália e levadas para o Brasil, como as cerâmicas e os arlequins, artigos de decoração típicos do país, e uma santa – uma Madonna – que faria parte do cenário da igreja local.
Houve um cuidado especial com as cartas que Mimi (Marcelo Médici) guardava embaixo do colchão: produzidas pela equipe, foram escritas uma a uma e, depois, envelhecidas.
Como as gravações na Itália aconteceram no inverno, que não é uma estação de colheita, foi necessário mandar fazer quatro mil azeitonas cenográficas para o sítio da família Mattoli.
Mais de 50 nomes fictícios foram criados para faixas que apareciam nas competições esportivas da trama, além da criação de uma logomarca para a Metalúrgica Gouveia, que remetia a uma roda de bicicleta.