PRODUÇÃO
Além dos estúdios e da cidade cenográfica da Central Globo de Produção (Projac), a novela teve cenas gravadas em externas no Rio de Janeiro e em São Paulo, São Bento do Sul (Santa Catarina), Canela (Rio Grande do Sul), Olinda e Ilha de Itamaracá (Pernambuco), além de Paris, na França.
Em São Bento do Sul, SC, a produção de Duas Caras montou especialmente para a novela a Schlachtfest, a festa do abate, que costuma ser realizada na cidade no mês de setembro. O festejo incluiu dança, música e cerca de 20 grupos folclóricos, em sua maioria da Alemanha e da Polônia, que participaram das gravações lembrando seus antepassados.
Além dos 95 profissionais da TV Globo deslocados para o Sul, as gravações contaram com cerca de 900 figurantes.
CENOGRAFIA E ARTE
A favela plana de Rio das Pedras, localizada em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, serviu de inspiração para a cidade cenográfica da Portelinha, o maior cenário da novela.
A equipe de cenografia reproduziu vários locais da comunidade, como uma oficina mecânica, um armarinho, um restaurante e a avenida principal, inclusive com o intenso comércio existente na área.
A Portelinha ocupou uma área de 6 mil² no Projac, contando com 120 casas e algumas construções com interiores, entre elas a igreja do pastor Lisboa (Ricardo Blat), a escola de samba, 30 lojas, a garagem e a principal entrada da casa de Juvenal Antena (Antonio Fagundes).
A comunidade fictícia foi ampliada no vídeo por meio do backlot digital, recurso de computação gráfica utilizado pela equipe de efeitos visuais em que imagens reais são inseridas ao fundo de uma cena.
O campus da Universidade Pessoa de Moraes, com um café e uma livraria, também foi construído no Projac, sendo que as fachadas dos prédios reproduziam construções de um shopping da Barra da Tijuca, onde foram gravadas as cenas externas da universidade.
AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS
Duas Caras fez campanha contra a dengue em mais de um capítulo, mostrando o líder Juvenal Antena (Antonio Fagundes) ora ensinando aos moradores formas de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, ora cobrando ações da comunidade. A novela estava no ar durante a epidemia que se alastrou sobre a cidade do Rio de Janeiro.
A dislexia – dificuldade na leitura, escrita e soletração – foi abordada por meio dos problemas enfrentados pela personagem Clarissa, interpretada por Bárbara Borges.
Ela consegue vencer os obstáculos e torna-se uma jovem feliz ao lado do jovem cineasta Duda (Guilherme Gorski), que, por sua vez, ganha o Oscar de melhor documentário pela filmagem do confronto ocorrido na Portelinha entre Juvenal e o traficante Lobato (Paulo César Pereio).
O alcoolismo também foi tema da novela, por meio do personagem Zé da Feira (Eri Johnson), que fazia a mulher, Amélia (Josie Antello), padecer. Ele chegou ao ponto de, por um descuido, botar fogo na Portelinha. Nessa ocasião, quase foi expulso da comunidade por Juvenal, que reconsiderou a decisão depois que o músico prometeu entrar para os Alcoólicos Anônimos.
ABERTURA
Cerca de 1.500 maquetes de aproximadamente 64 metros quadrados, criadas pelo artista plástico Sérgio Cezar, foram usadas na abertura da novela, que reproduzia uma fictícia favela em crescimento, cercando dois luxuosos prédios high tech, criados em computação gráfica. Papelão, chapinhas de refrigerante, retalhos, pedaços de fios e tintas de muitas cores foram alguns dos materiais usados pelo artista A abertura, uma criação da equipe de Hans Donner, mostrou também fotos em preto e branco que registravam os momentos dos artesãos na confecção das maquetes. Foi a primeira abertura feita em alta definição, permitindo uma maior percepção dos detalhes.
Abertura da novela Duas Caras (2007).
DIVULGAÇÃO
Nas ações de lançamento da novela promovidas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, o público foi convidado a experimentar a sensação de mudar de rosto, em estandes equipados com máquinas fotográficas digitais e computadores com software desenvolvido especialmente para a promoção.
A partir de uma foto tirada na hora, qualquer pessoa podia manipular sua imagem, escolhendo nariz, boca, cabelo, pele e olhos diferentes para testar seu novo visual, e levando para a casa a foto em um porta-retratos.
A TV Globo lançou a novela no Second Life, ambiente digital em 3D, onde pessoas do mundo todo, representadas por avatares, simulam aspectos da vida real numa mescla de realidade virtual, game e comunidade de relacionamento. A festa foi realizada na ilha Duas Caras, pertencente à emissora. Os convidados puderam dançar ao som de músicas da novela, divertir-se na reprodução dos diferentes cenários da trama, além de poder mudar a cara dos seus avatares quantas vezes quisessem.
A mansão de Marconi Ferraço (Dalton Vigh) foi o cenário que recebeu mais visitantes, aproximadamente 3.500 avatares. O segundo local mais visitado foi a favela da Portelinha, com 2.500
acessos.