Por Memória Globo

Arte/Memória Globo

União inter-racial

O advogado Barreto (Stênio Garcia), que tem entre seus clientes Marconi Ferraço (Dalton Vigh), bate de frente com Juvenal Antena (Antonio Fagundes) depois que sua filha Júlia (Débora Falabella) se apaixona por Evilásio (Lázaro Ramos), afilhado do líder da Portelinha. As relações de Júlia e Evilásio, e de Sabrina e Barretinho, não são os únicos casos de união inter-racial da trama.

Cena do último capítulo, em que são realizados vários casamentos ao mesmo tempo na Portelinha.

Cena do último capítulo, em que são realizados vários casamentos ao mesmo tempo na Portelinha.

No último capítulo, há um casamento coletivo. Solange (Sheron Menezes), filha de Juvenal – fruto de um relacionamento no passado – se casa com Claudius (Caco Ciocler), que há tempos trabalhava como advogado de uma ONG fundada na Portelinha por uma antiga moradora, agora condessa (Adriana Alves); Misael (Ivan de Almeida) se casa com Claudine (Thaís de Campos); e Gislaine (Juliana Alves), irmã de Evilásio, se casa com o mecânico Zidane (Guilherme Duarte). Também tem destaque o namoro dos universitários Ramona (Marcela Barrozo) e Rudolf Steinzel (Diogo Almeida): ela, branca, filha de Gabriel (Oscar Magrini) e Eva (Letícia Spiller); ele, líder das manifestações estudantis na universidade, jovem negro rico que tentava esconder a condição social passando-se por rapaz de classe média baixa.

Amor e Herança

Outro destaque em Duas Caras é o núcleo de Branca (Susana Vieira), a dona da Universidade Pessoa de Moraes. Ela é casada com João Pedro (Herson Capri), o Joca, reitor da universidade, e mãe de Sílvia (Alinne Moraes), e nem imagina que o marido tem uma amante há 20 anos, Célia Mara (Renata Sorrah), sua noiva na juventude.

No passado, João Pedro deixou Célia Mara para se casar com Branca, de olho no sonho de montar uma universidade. E acabou apaixonado pelas duas.

O romance clandestino é descoberto quando João Pedro é atingido por uma bala perdida durante um encontro com Célia Mara num circo, e os jornais noticiam a tragédia, com a publicação de uma foto de Célia, a suposta viúva, ao lado do morto. Antônio (Otávio Augusto), marido de Célia Mara, não pensa duas vezes e a expulsa de sua vida.

Susana Vieira e Renata Sorrah em Duas Caras, 2007. Fabrício Mota/Globo. — Foto: Globo

Branca e Célia Mara reconstroem suas vidas, mas cultivam a inimizade durante toda a novela. A rica empresária resolve assumir o controle da universidade para transformá-la em uma instituição de excelência, e, apesar da resistência do tradicional professor Heriberto Gonçalves (Paulo Goulart), convida o intelectual Fernando Macieira (José Wilker) para ser o novo reitor. Os dois vivem um romance. Célia Mara, por sua vez, decide ajudar a filha Clarissa (Bárbara Borges), que sofre de dislexia, estudando com ela para o vestibular. Animada, Célia se inscreve nos cursos de verão oferecidos pela Universidade Pessoa de Moraes e se destaca como a melhor aluna, para irritação de Branca, que ainda passa a ter um novo motivo para odiar a inimiga: Célia Mara tenta conquistar Macieira. As duas têm vários embates, principalmente depois que Célia Mara revela que Clarissa é filha de João Pedro e que, portanto, tem direito à parte da universidade. Interessada apenas em conquistar Marconi Ferraço (Dalton Vigh), Sílvia rompe com a mãe, Branca, que não aprova suas atitudes, e abre mão de sua parte na universidade para Célia e Clarissa. Representando a filha, Célia assume seu lugar na diretoria da instituição, que passa a dividir com Branca.

Branca termina a novela nos braços de Macieira e amiga de Célia Mara, que vira sua assessora particular. Algum tempo antes, as duas descobriram que Sílvia havia forjado o exame de DNA que atestava que Clarissa era filha de João Pedro, apenas para prejudicar Branca, com quem estava brigada. Clarissa é mesmo filha do mecânico Antônio que, por sua vez, acaba feliz ao lado de Débora (Juliana Knust), com quem tem mais um filho. Célia Mara, por sua vez, arruma um pretendente: o médico Marcelo (Augusto Madeira), amigo do Dr. Humberto (Werner Schünemann), que já entrara na trama para fazer par com Guigui (Marília Gabriela). Os dois trabalhavam no posto de saúde instalado na Portelinha.

Cena em que Branca (Susana Vieira) e Célia Mara (Renata Sorrah), depois de se estapearem, terminam amigas.

Cena em que Branca (Susana Vieira) e Célia Mara (Renata Sorrah), depois de se estapearem, terminam amigas.

Pole Dance

A personagem Alzira (Flávia Alessandra) começou a novela fazendo-se passar por enfermeira, mas na verdade tinha um segredo: saía à noite para dançar na uisqueria de Jojô (Wilson dos Santos), onde se apresentava como “A Outra”, com o rosto escondido sob uma máscara. A apresentação de Alzira dançando no cano era o grande sucesso da casa noturna. Com a dança, Alzira pensava em juntar dinheiro para que o marido, Dorgival (Ângelo Antônio), pudesse fazer uma cirurgia, e assim, ficar curado de uma anomalia no coração.

Mas sua fúria é tão grande quando ele descobre a farsa da mulher, que Juvenal Antena (Antonio Fagundes) o manda passar uns tempos em outra cidade. O líder da comunidade Portelinha, no entanto, apaixona-se por Alzira, e é correspondido. Ele chega a pagar a cirurgia de Dorgival, a pedido de Alzira.

Mas, ao saber da paixão dos dois, Dorgival, em duas ocasiões, tenta matar o rival. Na segunda tentativa, ele dispara um tiro contra Juvenal durante um comício do líder. Dorgival acha que
foi bem-sucedido, e seu coração doente não resiste quando Juvenal aparece vivo à sua frente, e é ele quem morre, deixando o caminho livre para Alzira.

Juvenal se salvou porque usava um colete à prova de balas. Antes do fim da história, Alzira faz sucesso com sua dança e opta por seu trabalho, terminando a novela ao lado dos filhos.

Cena em que Alzira (Flávia Alessandra) ensina pole dance na academia. Com Maria Eva (Letícia Spiller).

Cena em que Alzira (Flávia Alessandra) ensina pole dance na academia. Com Maria Eva (Letícia Spiller).

Gioconda

Na família de Júlia (Débora Falabella), Barreto (Stênio Garcia) e Barretinho (Dudu Azevedo), o destaque é Gioconda (Marília Pêra), a mulher do advogado e mãe dos meninos. Após iniciar a novela como uma dondoca alienada, protagonizando momentos engraçados como o de ir à favela vestindo modelitos caros e com a inseparável bolsa de couro de crocodilo, Gioconda se transforma na porta-voz dos excluídos, lançando uma campanha contra a violência batizada de “Chega”. A personagem termina a novela como senadora.

Cena em que a família Barreto se reúne: Barreto (Stênio Garcia), Gioconda (Marília Pêra), Barretinho (Dudu Azevedo), Sabrina (Cris Vianna), Júlia (Débora Falabella) e Evilásio (Lázaro Ramos).

Cena em que a família Barreto se reúne: Barreto (Stênio Garcia), Gioconda (Marília Pêra), Barretinho (Dudu Azevedo), Sabrina (Cris Vianna), Júlia (Débora Falabella) e Evilásio (Lázaro Ramos).

Triângulo inusitado

Uma das tramas que também conquistou o público foi o inusitado trio formado por Dália (Leona Cavalli), Heraldo (Alexandre Slaviero) e o homossexual Bernardinho (Thiago Mendonça). Para desagrado dos moradores conservadores da Portelinha – especialmente da religiosa Edivânia (Suzana Ribeiro), que chega a liderar uma tentativa de linchamento do trio –, os três passaram a viver juntos, dormindo na mesma cama.

Dália ficou grávida, sem saber qual dos dois era o pai, já que, certa noite, fizera amor com Bernardinho, que a ajudara a se livrar das drogas e retomar sua vida. Bernardinho, por sua vez, casa-se com Carlão (Lugui Palhares). Graças ao advogado Barreto (Stênio Garcia), a filha de Dália é registrada com dois pais.

Cena com Dália (Leona Cavalli), Heraldo (Alexandre Slaviero) e Bernardinho (Thiago Mendonça).

Cena com Dália (Leona Cavalli), Heraldo (Alexandre Slaviero) e Bernardinho (Thiago Mendonça).

Jojô e Eunice

O personagem Jojô (Wilson dos Santos), que todos achavam ser homossexual, era casado com a cantora Eunice, a Diva (Gottscha), e pai de dois filhos. Ele fingia ser gay porque achava isso bom
para o seu negócio. O público fica sabendo da verdade meses antes do fim da novela.

Wilson de Santos e Gottsha em Duas Caras, 2007 — Foto: Márcio de Souza/Globo

Sufocador

Duas Caras teve algumas sequências de realismo fantástico, característico das novelas de Aguinaldo Silva, ao entrar em cena o Sufocador, misterioso personagem que atacava as mulheres da Portelinha nas noites de lua cheia. No capítulo final, é revelada sua identidade, mas somente para o público: Geraldo Peixeiro (Wolf Maya), ex-integrante do grupo de Juvenal Antena (Antonio Fagundes).

Cena em que é revelada a identidade do Sufocador: Geraldo Peixeiro (Wolf Maya).

Cena em que é revelada a identidade do Sufocador: Geraldo Peixeiro (Wolf Maya).

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