PRODUÇÃO
As primeiras gravações de 'Cabocla' aconteceram numa fazenda em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. A equipe também passou por Visconde de Mauá, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais; Bananal, no interior de São Paulo; e por Campinas, onde a estação de trem Carlos Gomes foi a principal locação.
FOTOGRAFIA
A fotografia da novela utilizou basicamente dois tons de luz: nas cenas diurnas, uma leve bruma azulada; nas noturnas, uma luz quente e contrastante, para reforçar a dramaticidade, além de simular luz de velas, já que não havia eletricidade na época.
CENOGRAFIA
Duas cidades cenográficas, de dez mil metros quadrados no total, foram construídas na Central Globo de Produção (Projac) para as gravações de Cabocla. A cidade de Vila da Mata, rústica e bucólica, com ruas de terra e muito verde, foi inspirada em locações de Minas Gerais. Seis mil metros quadrados de grama natural foram plantados na área. Na história, Vila da Mata fica a uma hora de Pau d’Alho e, em seus arredores, estão localizadas as fazendas dos coronéis Boanerges (Tony Ramos) e Justino (Mauro Mendonça).
Pau d’Alho teve como referência Lençóis, na Bahia. Era um povoado antigo, com currais e plantações, onde ficavam a estação de trem e o hotel de Zé da Estação (Otávio Augusto), construção com interior. Para que construções contemporâneas não fossem captadas pelas câmeras, os arredores das duas cidades foram disfarçados com um painel pintado, de 40m x 9m, simulando um fundo verde; as casas foram erguidas em lugares estratégicos e árvores foram plantadas na área.
Também foram criados para a novela o sítio de Felício (Sebastião Vasconcelos), em uma fazenda de Santa Cruz; a escola onde Mariquinha (Carolina Kasting) lecionava; e uma venda, situada em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro foi representado em planos gerais de documentários de época, tendo sido construídos apenas a fachada e o interior da casa de Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira) e o cabaré de Pepa (Elena Toledo).
As fazendas dos dois coronéis estão localizadas em Bananal, interior de São Paulo, quase na divisa com o estado do Rio de Janeiro.
PRODUÇÃO DE ARTE
A produção de arte de Cabocla realizou uma minuciosa pesquisa histórica, partindo do início de 1910 até o fim de 1920, para criar o universo da trama. Grande parte dos objetos de cena foi encontrada em antiquários e feiras de trocas no Rio de Janeiro, em São Paulo e na cidade mineira de Tiradentes. Um dos maiores desafios foi reproduzir uma fluoroscopia dos pulmões de Luís Jerônimo, exame realizado quando a radiografia ainda não era tão popularizada.
Para compor seus personagens, o elenco contou com a ajuda de uma preparadora, a atriz carioca Paloma Riani, e teve aulas de prosódia com Íris Gomes da Costa, professora de literatura e especialista em folclore e cultura popular. Ela trabalhou com os atores a respiração e o tempo da fala, para que saíssem do ritmo urbano para o rural, onde a noção de tempo é outra. Eriberto Leão e Malvino Salvador aprenderam a montar a cavalo, a laçar e até a fazer cigarros de palha. Danton Mello, Daniel de Oliveira, Tony Ramos, Mauro Mendonça, Aisha Jambo e Vanessa Giácomo também exercitaram a montaria.
Patrícia Pillar, Jussara Freire, Vanessa Giácomo, Maria Flor e Aisha Jambo tiveram de aprender a ser típicas donas de casa do início do século passado. Fizeram aulas de bordado, culinária e ordenha. Aprenderam até a passar roupa com um ferro característico da época. Entre os pratos que aprenderam a fazer estão bolos, biscoitos de araruta, pão de queijo, pão de milho, doces de abóbora e goiaba, frango ensopado com quiabo e arroz, feijão mineiro e carne seca, além de picar temperos e pilar grãos.