Por Memória Globo

Arte/Memória Globo

O romantismo dos anos 1950 é traduzido numa emocionante história de amor. Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) se apaixonam à primeira vista. Ela estuda no Instituto de Educação; ele, no Colégio Militar – duas tradicionais instituições de ensino da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O jovem é filho de pais desquitados e a mãe, Glória (Betty Faria), trabalha como caixa num clube noturno, além de viver uma forte paixão com o Major Dornelles (José de Abreu), um homem casado e militar numa carreira em ascensão. Tudo isso é motivo para a família de Lurdinha, extremamente conservadora, não ver com bons olhos o relacionamento dos dois jovens. A minissérie abordou também a hipocrisia moral e a repressão sexual da época.

Autoria: Gilberto Braga | Direção-geral: Roberto Talma | Supervisão: Daniel Filho | Período de exibição: 05/05/1986 – 30/05/1986 | Horário: 22h | Nº de capítulos: 20

WEBDOC – EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Webdoc Minissérie Anos Dourados, 1986/ Globo.

Webdoc Minissérie Anos Dourados, 1986/ Globo.

TRAMA PRINCIPAL

Sem diálogo com a família, Lurdinha (Malu Mader) não consegue defender o amor que sente por Marcos (Felipe Camargo), mas, mesmo assim, não deixa de encontrá-lo às escondidas. Marcos, sem saber que a jovem omite dos pais o namoro, insiste em conhecê-los. Ela sempre inventa uma desculpa até que, um dia, Marcos aparece sem avisar na casa de Lurdinha e pergunta a Celeste e Carneiro se eles vêem com simpatia a relação dos dois. Desconcertados ao descobrirem a mentira da filha, eles inventam que Lurdinha está de castigo por conta de notas baixas e, por isso, não poderá vê-lo. Influenciados por uma professora da jovem, os pais de Lurdinha decidem aceitar o namoro dos dois.

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Malu Mader e Felipe Camargo em Anos Dourados, 1986. Jorge Baumann/Globo. — Foto: Globo

FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO

Algumas personagens femininas lançaram mão do corte de cabelo conhecido na época como “taradinha”: curto, mas com movimento, feito com pega-rapazes na franja. Para dar vida à sua personagem, a atriz Betty Faria adotou esse corte, inspirada em Gina Lollobrigida, no filme Trapézio (1956).

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Betty Faria em Anos Dourados, 1986. — Foto: Acervo/Globo

CURIOSIDADES

O título Anos Dourados foi ideia de Daniel Filho. Ele conta que havia um projeto da Casa de Criação Janete Clair para produzir minisséries sobre diferentes épocas da história do Brasil. Criada em 1985, por Dias Gomes, a Casa de Criação Janete Clair tinha o objetivo de elaborar e selecionar roteiros para as produções da emissora. A partir dessa ideia, foi decidido que a década de 1950 ficaria com Gilberto Braga. Anos depois, Gilberto Braga escreveu a minissérie Anos rebeldes, retratando o duro período de repressão do regime militar. Pela primeira vez o autor Gilberto Braga escrevia uma minissérie na TV Globo. Segundo ele, Anos Dourados é o maior sucesso de sua trajetória profissional, a produção de maior repercussão.

VÍDEO – EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Entrevista exclusiva do autor Gilberto Braga ao Memória Globo, sobre a minissérie Anos Dourados (1986).

Entrevista exclusiva do autor Gilberto Braga ao Memória Globo, sobre a minissérie Anos Dourados (1986).

Além de realizar pesquisas de época e recorrer à sua própria memória, Gilberto Braga também se reuniu com amigos e conhecidos que viveram os “anos dourados” e aproveitou suas histórias. A cena, por exemplo, em que Marcos (Felipe Camargo) pula o muro da escola para encontrar Lurdinha (Malu Mader) às escondidas, foi escrita a partir desses testemunhos. Anos Dourados marca a estreia na TV Globo de Felipe Camargo, que recebeu inúmeros elogios pelo seu trabalho como o doce e apaixonado Marcos. O desempenho como Lurdinha também rendeu elogios à atriz Malu Mader.

TRILHA SONORA

Gilberto Braga fez a produção musical da minissérie, ao lado do diretor Paulo César Saraceni. A trilha sonora foi apresentada de forma diferente da habitual nas produções da TV Globo: nenhum personagem tinha tema próprio, nem mesmo os casais apaixonados. As melodias acompanhavam o clima de cada cena, conforme indicação do autor nos capítulos.

Confira a trilha sonora de Anos Dourados: clique aqui

Anos Dourados - Trilha Sonora — Foto: Acervo/Globo

ABERTURA

Tom Jobim compôs a música da abertura: Anos Dourados. Logo depois, Chico Buarque compôs a letra da canção, que acabou se tornando um grande sucesso da música popular brasileira.

Anos Dourados (1986): Abertura

Anos Dourados (1986): Abertura

CENAS MARCANTES

Cena em que Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) dançam no baile.

Cena em que Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) dançam no baile.

Cena em que Lurdinha (Malu Mader) flagra Marcos (Felipe Camargo) beijando Rosemary (Isabela Garcia).

Cena em que Lurdinha (Malu Mader) flagra Marcos (Felipe Camargo) beijando Rosemary (Isabela Garcia).

Cena em que Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) dormem juntos pela primeira vez.

Cena em que Marcos (Felipe Camargo) e Lurdinha (Malu Mader) dormem juntos pela primeira vez.

Cena em que Claudionor (Antonio Calloni) despede-se dos amigos Marcos (Felipe Camargo) e Urubu (Taumaturgo Ferreira).

Cena em que Claudionor (Antonio Calloni) despede-se dos amigos Marcos (Felipe Camargo) e Urubu (Taumaturgo Ferreira).

Cena em que Urubu (Taumaturgo Ferreira) e Rosemary (Isabela Garcia) namoram no cinema.

Cena em que Urubu (Taumaturgo Ferreira) e Rosemary (Isabela Garcia) namoram no cinema.

Cena em que Dorneles (José de Abreu) termina o casamento com Beatriz (Nívea Maria).

Cena em que Dorneles (José de Abreu) termina o casamento com Beatriz (Nívea Maria).

Cena em que Dorneles (José de Abreu) decide ficar com Glória (Betty Faria).

Cena em que Dorneles (José de Abreu) decide ficar com Glória (Betty Faria).

Cena em que Celeste (Yara Amaral) conversa com Lurdinha (Malu Mader) sobre a morte do pai (Cláudio Corrêa e Castro).

Cena em que Celeste (Yara Amaral) conversa com Lurdinha (Malu Mader) sobre a morte do pai (Cláudio Corrêa e Castro).

FONTES

Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Betty Faria(11/05/2001), Daniel Filho (19/07/2000), Gilberto Braga(06/06/2001), Helena Gastal (30/05/2006), José Lewgoy (18/04/2001), Malu Mader (05/08/2002) e Roberto Talma(19/09/2005); Boletim de programação da Rede Globo, números 696, 692, 695; ABREU, Caio Fernando. “Ah, que belos anos!” In: O Estado de S. Paulo, 30/05/1986; CAMBARÁ, Isa. “Anos 50 no vídeo, um sucesso. (Mas deu um trabalhão…)” In: Jornal da Tarde, 29/05/1986; FILHO, Daniel. “O circo eletrônico, fazendo TV no Brasil”. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001; LAGE, Miriam. “Anos dourados: belo retrato de uma geração” In: Jornal do Brasil, 24/05/1986; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; MILLEN, Manya. “O sonho de volta” In: OGlobo, 04/10/1988; VETRAMILLE, Vicente. “Histórias em forma compacta” In: OGlobo, 20/09/1990; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 10/2006; www.gilbertobragaonline.com, acessado em 10/2006.
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