A Polícia Civil indiciou na quinta-feira (10) o motorista Cairo Cesar Cruz, envolvido em um acidente que matou três jovens em outubro deste ano em Francax(SP). Segundo a polícia, as provas obtidas mostram que o jovem de 24 anos ingeriu bebida alcoólica antes de assumir a direção do carro.
Um laudo do Instituto de Criminalística apontou que o veículo seguia a 100 km/h na Avenida Paulo VI, onde aconteceu a colisão, quando o limite de velocidade é de 60km/h.
Em depoimento prestado na quinta-feira, Cruz negou o consumo de bebida alcoólica e afirmou não lembrar da velocidade do carro no momento do acidente. Ele não quis falar com a imprensa.
Conclusão da investigação
De acordo com o delegado Dalmo Mateus Polo, Cruz negou o consumo de bebida alcoólica na noite em que ocorreu o acidente em Franca. Mariana Luiza de Souza, de 19 anos, Bruna Justino de Cintra e Carolina Rodrigues Borges, ambas de 20 anos, morreram no local, e um adolescente de 16 anos sofreu ferimentos leves.
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Câmeras de segurança de uma padaria registraram o jovem acompanhado por amigos momentos antes do acidente.
Entretanto, segundo a polícia, uma testemunha afirmou que o jovem ingeriu bebida alcoólica no estabelecimento. No depoimento, ela ainda apontou que uma foto postada no Facebook mostra Cruz com um copo de bebida na mão. “Nós colhemos o depoimento de uma testemunha muito importante que nos afirmou que o Cairo, a todo momento, ingeria bebida alcoólica quando estava na padaria”, relatou Polo.
Segundo o advogado do jovem, Ronaldo Rogério, Cruz afirmou que bebeu suco e refrigerante na padaria.
Sobre o laudo do IC que aponta o excesso de velocidade do veículo, o jovem disse que não estava atento ao fato. “Ele falou que não se recorda porque não estava observando o velocímetro do veículo, mas que o veículo possui um dispositivo que se passasse de 100 km/h emitia um sinal sonoro. Ele acredita estar bem abaixo de 100km/h, uma vez que esse sinal não foi emitido”, disse o advogado.
Com o interrogatório, a polícia concluiu o inquérito que aponta que o jovem assumiu o risco do de matar. “Eu decidi pelo indiciamento pela prática de homicídio doloso, com o dolo eventual”, disse Polo.
O inquérito agora seguirá para parecer do Ministério Público. Segundo Polo, a prisão de Cruz não foi pedida porque ele não oferece risco de fuga.