Estudantes passaram em frente a Prefeitura, seguindo para a Câmara (Foto: AlonsoThuller/TV Diário)Cerca de 100 alunos da Escola Técnica Estadual Presidente Getúlio Vargas, em Mogi das Cruzes, fizeram uma passeata pelas ruas de Mogi das Cruzes nesta quarta-feira (11). Eles passara pela Prefeitura e pela Câmara. O grupo saiu da Etec por volta das 11h.
Segundo a estudante Mariana Sato, de 16 anos, por volta das 15h, os alunos estavam em reunião na frente do prédio da Câmara. Na pauta, o projeto de consulta pública anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no qual os estudantes terão que informar se preferem receber uma refeição completa ou dois lanches.
Segundo a aluna, a merenda consiste basicamente em um bolinho e um suco ou achocolatado. Além disso, ela informou que os estudantes estão tratando também de assuntos relacionados a unidade da Etec em Mogi das Cruzes. No entanto, não adiantou quais são esses tópicos.
Na terça-feira (10), os alunos da Etec de Mogi fizeram uma paralisação no interior da unidade. A manifestação foi organizada pelas redes sociais. Quem era contra o ato, pode entrar na unidade, que teve aula normalmente. Os alunos que participaram da paralisação ficaram reunidos dentro da Etec e discursaram sobre o tema. A Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza esclareceu que as aulas na Etec Presidente Vargas, de Mogi das Cruzes, ocorreram normalmente, inclusive com calendário de provas. O que houve na terça-feira, segundo a assessoria, foi uma manifestação de um grupo de alunos no pátio da escola.
Na última sexta-feira (6) o diretor da Escola Técnica (Etec) São Paulo, Nivaldo Freire, disse que alunos de período integral terão marmita. A medida valerá a partir de agosto e abrangerá todas as Etecs, disse Freire.
Sobre o formulário para a escolha da refeição (dois lanches ou almoço), o Centro Paula Souza diz que vai disponibilizar almoço para todos os alunos de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) que estudam em período integral e ainda não recebem a refeição. "A alimentação escolar do tipo marmitex começará a ser distribuída no segundo semestre de 2016 até que todas as unidades estejam adaptadas para o preparo e distribuição de refeições", informou em nota.
A instituição esclareceu ainda que, atualmente, esses estudantes já recebem dois lanches nos intervalos. "Agora poderão optar entre continuar a receber essa merenda pela manhã e à tarde ou receber uma refeição na hora do almoço. A instituição deu duas alternativas porque muitos alunos, especialmente no interior do Estado, preferem almoçar em casa ou levar a própria refeição para as escolas, que têm infraestrutura para aquecimento de alimentos. Ainda não foi definido se o almoço será do tipo marmitex ou servido em esquema de bandejão", afirmou o Centro.
"Todas as Etecs oferecem algum tipo de alimentação a seus alunos. Em 144 delas, ou quase 70%, já são servidas refeições completas", finaliza a nota.
Ocupações
Na semana passada 14 escolas estavam ocupadas em São Paulo, de acordo com informações dos estudantes. Os alunos protestam em 12 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e em duas escolas estaduais. Os alunos também chegaram a ocupar a sede do Centro Paula Souza e foram retirados do local no dia 6 de maio, após a Justiça conceder a reintegração de posse.
No prédio ocupado, na região central de São Paulo, funciona a área administrativa do Centro Paula Souza e também a Etec Santa Ifigênia.
Alunos recolhem roupas e cobertores do Centro Paula Souza (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Polícia realiza reintegração de posse no Centro Paula Souza, Centro de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (6). (Foto: Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo)Investigação do MP
O Ministério Público do Estado de São Paulo abriu duas investigações relativas aos protestos levantados por alunos da rede estadual de educação.
O promotor João Paulo Faustinoni e Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), pediu detalhes ao Centro Paula Souza sobre o fornecimento de merenda aos alunos das Etecs. Os alunos protestam contra a qualidade da merenda e pelo fato de o fornecimento não ocorrer em todas as unidades de ensino técnico.
O promotor abriu outra investigação para apurar a possível falta de normatização e institucionalização de práticas de gestão democrática no ensino estadual.