12/12/2012 20h46 - Atualizado em 12/12/2012 21h00

Três presos na 'Operação Atenas' são ouvidos em Sorocaba, SP

Entre eles, estava o suspeito de comandar o grupo que desviava verbas.
Outro empresário suspeito confirmou participação no esquema fraudulento.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Os promotores e policiais que investigam o desvio de verbas da saúde ouviram, nesta quarta-feira (12), mais três suspeitos de envolvimento no esquema que desviava verba da saúde. Também foram apreendidos mais dinheiro e cheque na casa de Fabio Berti Carone, considerado pelo Ministério Público como o responsável do esquema.

Mais de R$ 10 mil foram encontrados na casa de Fabio, sendo R$ 5 mil em dinheiro e R$ 5 mil em um cheque de uma empresa envolvida, de propriedade de outro suspeito de participar das fraudes, Carlos Maurício Maccari. A polícia já havia apreendido mais de R$ 1 milhão na casa dele, entre notas de Real, Dólar e Euro.

Fabio Carone foi o primeiro a ser levado para a delegacia para prestar depoimento, mas ele se recusou a responder as perguntas. O promotor Wellington Veloso afirma que mesmo sem o depoimento de Carone, há provas suficientes para incriminar o grupo.

Os outros ouvidos foram Odair José da Silva e Carlos Maurício Maccari, donos de empresas suspeitas de fazer parte do esquema. Segundo a polícia, Odair negou participação, mas Carlos Maurício confirmou as acusações do Ministério Publico.

Carlos Maurício foi liberado ao final do interrogatório. Os outros dois acusados voltaram para a cadeia de Pilar do Sul (SP). Ao todo, dez pessoas foram ouvidas e presas, mas cinco acabaram sendo liberadas porque, segundo os promotores, colaboraram com informações ou não tinham motivo para ficar presos.

A partir de agora o trabalho será o de analisar os documentos apreendidos e fazer a perícia nos computadores. No total nove pessoas continuam respondendo as acusações.

Entenda o caso
A ação, que cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em Itapetininga (SP) e outros sete municípios, investiga um grupo criminoso que usava duas associações civis de fachada como forma de desviar recursos públicos destinados à área da saúde.

As investigações começaram depois que o vice-prefeito, que era o Secretário de Saúde de Itapetininga, Geraldo Miguel de Macedo, declarou a existência de inúmeras irregularidades na execução do Termo de Parceria celebrado entre o Sistema de Assistência Social e Saúde (SAS) e a prefeitura para a administração do Hospital Regional de Itapetininga.

A apuração revelou que, embora constituídos na forma de Organizações Não-Governamentais independentes uma da outra, o Instituto SAS e o Sistema de Assistência Social e Saúde (SAS) se confundem em uma única organização criminosa, administrada e comandada pelo mesmo líder.

Além de Itapetininga, também foram identificados contratos com indícios de irregularidades em hospitais de São Miguel Arcanjo, São Paulo, Americana, Araçariguama, Vargem Grande Paulista - todos no estado de São Paulo -, além do Rio de Janeiro (RJ) e Araranguá (SC).

A polícia também executou 18 mandados de busca e apreensão de documentos e precisou de uma van para transportar o material apreendido. Os contratos analisados pela polícia apontam para cerca de R$ 100 milhões por ano que foram desviados em processos fraudulentos.

Polícia encontrou mais R$ 10 mil na casa de suspeito (Foto: Reprodução/TV Tem)Polícia encontrou mais R$ 10 mil na casa de suspeito (Foto: Reprodução/TV Tem)

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