A Universidade de São Paulo (USP) foi liberada após manifestação com cerca de cem estudantes e funcionários. O protesto bloqueava entradas da Cidade Universitária no começo da manhã desta quinta-feira (9), no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Segundo a Polícia Militar, o protesto foi encerrado por volta de 13h30.
A entrada principal da universidade e as demais foram fechadas. Apenas os pedestres conseguiam entrar pelas portarias do campus.
Em nota, a Reitoria da USP afirma que a Procuradoria Geral da USP entrou com uma ação para que outras interdições não sejam feitas. "Ontem mesmo [quarta-feira (8)], após o deferimento da liminar, o sindicato foi devidamente citado, tomando ciência da ordem judicial que, inclusive, prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento", afirma.
Estudantes e funcionários seguravam faixas contra o corte do ponto dos funcionários em greve e queriam negociar com reitor.
Veja a nota na íntegra
"Uma vez mais, o campus da USP localizado no Butantã amanhece com seus portões bloqueados. Algumas poucas pessoas e veículos simplesmente se postam nas entradas da Universidade e impedem, pela intimidação e pela força física, que estudantes, alunos, professores, funcionários e visitantes entrem e saiam livremente.
Uma vez mais, uma agressão contra o direito de ir e vir, imposta pela vontade unilateral de uma minoria ínfima.
Esse tipo de atitude agride não apenas o direito de ir e vir. Agride a razão. No fundo, agride o próprio espírito que norteia a Universidade como casa do saber, da convivência plural, da ciência e da paz.
É por isso que, ontem (8/6), ao tomar conhecimento da iminência dessa agressão irracional, esta Reitoria ficou perplexa - mas não ficou surpresa, o que é muito triste. A truculência, infelizmente, tem sido uma atitude esperada no ambiente da USP, muito embora inadmissível.
Não é possível compreender os motivos de tamanha insensatez. O que querem essas pessoas? Fazer propaganda de suas reivindicações? Será que não perceberam o óbvio, que tudo o que fazem é uma propaganda negativa de si mesmos e de toda a nossa Universidade? Ou será que a intenção é desmoralizar a USP aos olhos do povo paulista, que trabalha todos os dias para sustentá-la? Se o objetivo for esse, talvez estejam conseguindo alcançá-lo. Mas, que é triste, é triste.
Diante do fato consumado de bloqueios opressivos e intimidatórios em seus portões de entrada, a Reitoria tem o dever de procurar restabelecer a normalidade da situação, com base na lei democrática. Não há alternativa.
Por isso, a Procuradoria Geral da USP ingressou com uma ação de interdito proibitório junto à Vara da Fazenda Pública da Capital, obtendo liminar favorável. Ontem mesmo (8/6), após o deferimento da liminar, o sindicato foi devidamente citado, tomando ciência da ordem judicial que, inclusive, prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
No entanto, afrontando a decisão judicial, de modo, repetimos, incompreensível, a entidade citada bloqueou arbitrária e unilateralmente os três portões de acesso ao campus. O transtorno que isso causa é vergonhoso para todos nós.
O que fazer agora? De sua parte, a Reitoria está tomando novas medidas judiciais a fim de garantir o retorno à normalidade da vida universitária, desejo da imensa maioria dos docentes, servidores e alunos. Quanto ao mais, só nos resta apelar ao bom senso e ao espírito de tolerância.
Somos uma Universidade pública, gratuita e livre. Aqui, todas as opiniões têm voz e têm lugar. Vamos dialogar, vamos conversar, vamos nos entender e vamos deixar de lado o recurso à violência que molesta a ninguém mais do que a nós mesmos e aos trabalhadores paulistas que sustentam nossos empregos.
Fazemos, assim, um novo chamamento à razão e à paz. A USP não pode mais ser lugar de brutalidades."
Reivindicações
Os manifestantes reivindicavam reajuste salarial de 12,34% para os trabalhadores, além de contratação imediata de docentes e funcionários técnico-administrativos para recompor o quadro funcional da universidade. Eles ainda reclamam do desmonte da USP, que inclui o fechamento das creches para filhos de funcionários e estudantes, degradação dos hospitais e terceirização dos restaurantes.