reunião fechada (Foto: Daniel Silveira/G1)
O secretário de Segurança José Mariano Beltrame anunciou no começo da tarde desta terça-feira (22) a instalação de duas companhias destacadas da Polícia Militar em Niterói, Região Metropolitana do Rio. As unidades ficarão nas comunidades do Fonseca e do Cavalão. O anúncio foi feito após reunião com o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito de Niterói Rodrigo Neves e integrantes da cúpula de segurança pública do estado.
Instantes antes do encontro para conter a violência no município, um tiroteio voltou a asssustar moradores na comunidade do Caramujo. Durante todo o feriado, houve confrontos e o prefeito chegou a cogitar a ajuda da Força Nacional para combater a criminalidade no município. No entanto, o governador descartou imediata intervenção federal.
"Se precisar de mais ajuda, nós vamos pedir. Mas a gente acha que com as medidas que serão tomadas a gente vai conseguir dar uma resposta à movimentação da criminalidade", disse Pezão. Em dezembro do ano passado, a primeira de três companhias destacadas prometida pela Secretaria de Segurança foi instalada.
após morte de jovem (Foto: José Pedro Monteiro /
Agência O Dia / Estadão Conteúdo)
Além das duas novas unidades, o secretário Beltrame afirmou que haverá imediata intensificação das ações policiais em Niterói. "A partir dos próximos dias será desencadeada uma série de ações das policiais civil e militar. Em 15 dias, no máximo, faremos uma avaliação dos resultados para definir os próximos passos", disse Beltrame.
O prefeito Rodrigo Neves, por sua vez, destacou que será lançado edital para dobrar o efetivo da guarda municipal e será criada uma central de monitoramento com 500 câmeras de vigilância no município.
Cerca de 100 policiais vão trabalhar nas companhias, a maioria deles na de Fonseca. Questionado sobre o baixo efetivo policial em São Gonçalo, Beltrame disse que a carência de policiais é uma realidade de todo o estado. "Nós precisamos reconstruir e estamos reconstruindo as unidades policiais. Existe um plano de recomposição de efetivos. Em todo o Rio de Janeiro não temos um batalhão com seu efetivo devido", reconheceu. "A segurança pública continua sendo mantra do nosso governo", enfatizou o governador, destacando que mais investimentos serão feitos.
Feriado violento
No sábado (19), um protesto de moradores da comunidade Caramujo disseminou uma onda de violência em Niterói. Ônibus e carros foram incendiados, o que provocou pânico entre motoristas. De acordo com a Polícia Militar, a revolta da população foi em decorrência da morte de Emanuel Gomes, que bateu a moto que pilotava contra um blindado da corporação.
Na sexta (18), um tiroteio entre policiais e supostos criminosos terminou com a morte de Anderson da Silva, de 21 anos. Ele voltava da igreja, acompanhado por mãe e irmã, quando foi atingido por um tiro. Outra troca de tiros, registrada na madrugada de domingo (20), provocou a morte de mais um homem vítima de bala perdida.
Na segunda-feira (21), o policiamento foi reforçado em Niterói depois de mais uma manifestação de moradora da comunidade Caramujo. O protesto ocorreu na Rua Doutor Nilo Peçanha, que chegou a ser interditada. Conforme informado pelo 12o BPM (Niterói), até as 19h não foram registrados grandes tumultos.
Prisões importantes
Na segunda-feira (21), a polícia anunciou a prisão de dois criminosos que estariam ligados aos incêndios a carros e ônibus registrados no sábado (19) em Niterói e nós recentes ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da capital. Bruno Eduardo da Silva Procópio, 33 anos, conhecido como Bruno Piná, e Eduardo Fernandes de Oliviera, 26, apelidado de 2D, foram capturados em Búzios, na Região dos Lagos.
A prisão da dupla foi viabilizada por meio de uma ação integrada da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública com apoio das polícias Federal e Civil. Ambos os presos foram qualificados como "sanguinários" pelo delegado da Polícia Federal, Carlos Eduardo Thomé, responsável pelo cumprimento dos mandados de prisão.
Bruno Piná é apontado pela polícia como um dos chefes do tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, no Conjunto de Favelas da Penha, Zona Norte da capital, enquanto 2D estaria à frente da venda de drogas no Complexo do Alemão, Subúrbio do Rio.