25/04/2012 22h11 - Atualizado em 25/04/2012 22h11

PF abre inquérito para apurar fraudes em matrículas de Medicina na Unirio

Cinco alunos são suspeitos de cursar Medicina sem passar no vestibular.
CGU vai fazer auditoria no sistema de controle acadêmico da universidade.

Do G1 RJ

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar irregularidades no preenchimento de vagas na Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro (Unirio). A informação foi divulgada pela Unirio, na noite de quarta-feira (25). No início de abril, surgiram denúncias que indicavam uma suposta existência de esquema de compra de vagas na instituição.

As denúncias foram publicadas em reportagem do jornal O Globo. Cinco alunos teriam usado indevidamente números de matrículas canceladas por alunos aprovados, para se matricular no curso de Medicina. Eles estavam assistindo às aulas, e seus nomes constavam das listas de presença dos professores, apesar de não estarem na relação de convocados com base no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), única forma de acesso à universidade.

Na nota enviada pela Unirio nesta quarta, a instituição informou que o inquérito foi aberto pela PF no último dia 20, e será investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários.

Ainda segundo o comunicado, "a Unirio vem tomando todas as providências necessárias junto aos órgãos competentes – Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e Polícia Federal – para que as investigações ocorram da maneira mais ágil e adequada. Para tanto, em conjunto com o Ministério da Educação, a UNIRIO solicitou a atuação da Controladoria Geral da União (CGU) para a realização de auditoria no sistema de controle acadêmico da Universidade".

Controle de matrículas
Em outra reportagem publicada, em O Globo, na terça-feira (24), o jornal afirma que a Unirio teria executado apenas 55,7% das 12.931 matrículas previstas pelo programa Brasil Universitário, do governo federal. Ainda assim, teriam sido gastos 96% dos R$ 91,6 milhões destinados a essa ação.

De acordo com o jornal, o documento da CGU com dados referentes a 2010 indica que não há controle confiável sobre as vagas dos cursos de graduação da instituição.

A reportagem também informa que o documento da CGU indica que a instituição de ensino não tem a contagem do número de estudantes matriculados em cursos à distância e tem dificuldades de captação dos dados referentes a alunos matriculados na modalidade presencial.

Segundo O Globo, trechos do relatório dizem que “a coleta e o tratamento dos dados sobre alunos matriculados são falhos e não fornecem às informações geradas confiabilidade bastante para serem utilizadas pelo gestor como ferramenta decisória. (...) Consideramos insuficiente o aproveitamento do sistema gerencial, o Sistema de Informações para o Ensino (SIE), adquirido em 2002 e até hoje não implantado em sua totalidade”.

MPF
A Unirio também é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a denúncia de que cinco alunos frequentavam as aulas do curso de medicina usando as matrículas de estudantes que tinham desistido das vagas. Duas sindicâncias internas analisam o caso na universidade.

No último dia 17, a instituição divulgou que abrirá uma licitação em caráter de emergência para contratar uma empresa para fazer uma auditoria no Sistema de Informações para o Ensino (SIE) da universidade. No dia 16, o reitor da Unirio, Luiz Pedro San, a diretora da Escola de Medicina e Enfermagem, Maria Aparecida Campos, e a vice-diretora, Rosa Maria de Sá Alves, prestaram esclarecimentos ao MPF, segundo informações da assessoria da Unirio.

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